Capítulo 4
Joana
No dia seguinte acordei com uma baita dor de cabeça e prometendo a mim mesma nunca mais chorar por esse verme. Faço minhas coisas, mas não me esqueço de ligar para o chaveiro e pedir que ele troque a ferradura.
Depois de feito isso, o próximo passo é fazer uma faxina em casa. Claro, não sem antes ligar o radio e ficar ouvindo música. Limpei cômodo por cômodo e no quarto despejei dentro de uma sacola tudo que era dele.
Deixei tudo na rua para o caso de algum necessitado encontrar. Poderia colocar fogo nas roupas dele, mas eu tinha certeza que elas seriam bem mais aproveitadas. O tempo iria me ajudar.
Alguns meses depois...
O tempo me ajudou e muito. Tinha dias que eu chorava muito e tinha dias que eu ria de como eu tinha sido besta, por ter ficado tanto tempo com Leonardo. Aos pouco fui me reerguendo e no final estava curada de uma doença chamada Leonardo da cruz.
Mal me lembro como foi que eu aceitei participar do casamento de minha irmã Carolina. Fui convidada para ir num aniversário de família e lá eu encontrei o casal feliz.
Minha irmã Carolina me mandou um tchauzinho, dando um sorriso forçado, já o babaca do Leonardo mal olhou para mim, o que dou graça a Deus. Minha mão ainda estava dolorida, mas era melhor não pensar nisso.
Meus pais mal olharam no meu rosto depois que aconteceu, estava escrito na cara deles que eu era a culpada, ouvi boatos que a Carolina e o Leonardo andaram se desentendendo.
Todo o problema era porque ela não tinha uma madrinha. Eu não estava nem um pouco preocupada, enquanto bebia uma caipirinha de melancia que em minha opinião estava uma delícia.
Minha irmã veio com a maior cara de pau do mundo dizer que não tinha culpa do Leonardo ser tão lindo e tudo mais.
Não estava mais aguentando ela ficar falando no meu ouvido e tudo, e eu ali, só bebendo. Já estava bem bêbada quando resolvi ir embora. Chamei um Uber e estava já saindo quando a Carolina me chamou e perguntou:
— Minha irmã Joana, você sabe que eu te amo, né?! — Aquele papinho chato de irmã mais nova. — Jo, deveríamos deixar essa historia pra lá. Somos irmãs, eu amo você, somos sangue do mesmo sangue.
— Não sei, não — comento ainda chateada. — Você e o Leonardo me magoaram e muito! — Não queria me lembrar da cena que aconteceu logo depois que coloquei as coisas dele na rua.
— Jo, me perdoa mesmo! Eu sei que deve ter ficado com raiva, mágoa e tudo — Carolina me fala.
— Você tem razão numa coisa, Carolina. É verdade que somos irmãs! Só não queria ser traída do jeito que eu fui! Ser enganada por vocês dois?
— Jo, eu não sabia. Para mim vocês dois tinham terminado o relacionamento e sinceramente eu acabei me aproximando dele. Quando ele me procurava pra dizer que você não era a mulher da vida dele, como ele achava que era.
Ui! Aquilo doeu muito mesmo! Nem quando ele foi na minha casa bêbado e fez o maior escândalo pedi para ele ir embora. No mínimo a Carolina não sabe que ele foi até minha casa. Eu e ele acabamos discutindo quando ele mesmo comprovou que eu tinha mesmo colocado as coisas dele pra fora. Pegou no meu braço e acabou apertando até demais.
Como eu fiquei com o braço roxo e dei um soco no nariz dele, quase quebrei minha mão por causa do soco. O filho da mãe ameaçou me matar.
Consegui fechar a porta e o ameacei de chamar a policia. Graça a Deus o idiota foi embora.
— Carolina, minha irmã. O que você quer comigo, hein? — a questiono.
— Ah, Jo, não fala assim desse jeito! — ela pede toda magoada. — Sabe que eu gostaria muito que você fosse a minha madrinha de casamento.
— Oi? Acho que eu bebi demais! — comento, me sentindo meio grogue e sabendo que amanhã vou acordar com uma bela ressaca, ou melhor, acho que eu estou sonhando e acabo de ser chamada para ser madrinha de casamento da minha irmã com o babaca do meu ex.
— Joana, você é a minha única irmã! — ela diz toda manhosa.
— Eu sei disso! — resmungo, porque eu gostaria mesmo era de esquecer isso.
— Então vai! Aceita ser a minha madrinha, por favor! — ela me implora e eu fico sem reação quando ela se ajoelha no chão e chama atenção de todos ao fazer essa cena.
Que merda é essa que acabou de acontecer? Ou melhor, que está acontecendo? Eu, madrinha de casamento? Acho que eu vou vomitar!