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Capítulo 05

Eu nem acredito que tive coragem de dizer isso. Lipe me olha intensamente e, sem falar uma única palavra, me faz sentar em seu colo. Nesse momento meu coração começa a bater acelerado, com tanta força que quase abafa meus pensamentos.

— Você quer me beijar, Ana?

— Sim — respondo, com a respiração pesada.

— Então me beije.

Seguro seu rosto entre as mãos e encosto nossos lábios, e o beijo que trocamos é urgente e cheio de desejo e fogo, do jeito que imaginei que seria. Nossa química é instantânea. Seus lábios são macios e sua língua explora toda a minha boca enquanto sua mão desliza pelo meu corpo. Coloco um braço em volta do seu pescoço e uma mão vai até seus cabelos. Dou leves puxadas e ele suspira baixinho, ainda com a boca na minha. Confesso que meu corpo já grita por ele. Lipe enrola uma mão no meu cabelo e o puxa, deixando meu pescoço à mostra, e começa a chupá-lo, dando leves mordidinhas. Me esfrego em um vai e vem sobre ele, e mesmo com as roupas, já sinto sua ereção. Ele aperta a minha cintura.

— O que estamos fazendo, Ana? — pergunta, ofegante.

— Você quer parar? — minha voz quase não sai. Sua testa cola na minha.

— Eu não vou conseguir. Eu quero você.

— Me leva pro quarto, Lipe — digo baixinho em seu ouvido.

Se levanta comigo no colo e eu cruzo minhas pernas em volta da sua cintura e deito minha cabeça em seu ombro. Lipe me leva escada acima, e assim que entramos, fecha a porta com o pé, se senta na cama, tira a minha blusa e beija a curva dos meus seios. Ele para um instante, olhando nos meus olhos como se estivesse pedindo permissão para continuar, e eu aceno que sim. Com calma ele tira meu sutiã, coloca um mamilo em sua boca, contornando com a língua, e o outro encaixa em sua mão e começa a massagear.

Jogo minha cabeça para trás, perdida no prazer. Ele sabe exatamente onde tocar, onde beijar e chupar. Tiro sua camisa e passo as mãos por seu abdômen definido, e ele suspira alto. O empurro para que se deite e me sento um pouco mais abaixo de sua cintura e abro o botão de sua calça, junto com o zíper, sem tirar os olhos dos seus. Ele me ajuda a tirar sua bermuda e sua cueca e posso ver realmente o quão duro está. O toco, ainda sem acreditar que isso está acontecendo.

Me levanto, tiro meu short e fico só com minha calcinha de renda vermelha. Seus olhos brilham enquanto Lipe me admira. Nunca me senti tão desejada como nesse momento. Será que estou em um dos sonhos eróticos que já tive com ele? Passo a mão por sua ereção e a coloco em minha boca, fazendo círculos com a língua em sua cabecinha, e ele geme. Levo-o o mais fundo possível e sua mão se enrola em meu cabelo, me auxiliando no movimento. Eu só quero continuar a saboreá-lo.

— Ana... Ana — repete meu nome.

Fazia tempo que estava esperando por isso, então quero aproveitar cada minuto. Sinto ele se contrair e seu líquido quente descer por minha garganta. Lipe está ofegante, como se houvesse corrido uma maratona. Subo, beijando seu peito.

— Agora chegou minha vez. — Em um movimento rápido, troca nossas posições.

Eu realmente não sei como fez isso tão rápido, fico impressionada. Ele vai descendo pelo meu pescoço e meu corpo se contrai a cada vez que seus lábios o tocam; para um pouco em meus seios, chupando um após o outro, e continua a descer até o meio das minhas pernas. Olhando em meus olhos, tira minha calcinha e morde a parte interior das minhas coxas. As pontas de seus dedos fazem círculos suaves em meu ponto sensível, e eu já não aguento. Estou ofegante, forçando minha cabeça contra o travesseiro.

— Lipe, por favor, não aguento mais esperar — falo em meio aos gemidos.

Ele me olha com um sorriso safado estampado no rosto e sinto seu dedo deslizando para dentro enquanto mantém o contato visual. Ergo minha cintura. Eu quero mais. Ele molha os lábios enquanto encara seu dedo, que entra e sai de mim. E essa é a visão mais sensual de toda a minha vida. Seus lábios se juntam ao dedo, me dando prazer.

— Lipe, eu... — Não consigo terminar a frase, meu corpo todo treme.

— Você fica tão gostosa quando goza assim, falando meu nome.

E tudo o que quero pelo resto da minha vida é repetir seu nome várias e várias vezes. Lipe se ajoelha na cama, pega sua carteira e retira uma camisinha. E assim que a coloca, se deita sobre mim e beija minha boca; e sinto com intensidade cada centímetro seu me preencher.

— Quero ficar por cima.

Seu braço envolve minha cintura e logo estamos invertidos. Apoio minhas mãos em seu abdômen e começo a me movimentar. Suas mãos sobem até meus seios, e cada vez que me aperta, aumento o ritmo. A expressão de prazer está estampada em seu rosto.

— Ana, se sua intenção é me fazer perder o juízo, saiba que está conseguindo. — Seus dedos descem até minha cintura e Lipe começa a se mover embaixo de mim até não aguentarmos mais e nos entregarmos ao prazer.

Me deito ao seu lado enquanto esperamos nossas respirações voltarem ao normal. Lipe me puxa para que eu deite em seu peito, e eu ainda não posso acreditar que tudo isso aconteceu e que foi assim tão perfeito.

— Isso foi incrível — diz e beija minha cabeça.

Olho em seus olhos e assinto, concordando. Aquele sorriso lindo se forma em seu rosto.

— Vou ao banheiro, já volto. — Ele se levanta.

Fico um tempo encarando o teto com um sorriso no rosto. Hoje tive a certeza de que Lipe é a minha metade. Me levanto, recolho minhas roupas e as visto, e logo ele está de volta e começa também a se vestir. Quando estamos prontos, vou até ele e o abraço.

— Está com fome? — pergunto.

— Estou sim, você esgotou minhas energias.

Sorrio. Tudo o que queria era repetir tudo aquilo de novo. Descemos para a cozinha e preparamos um lanche, e depois vamos para a sala assistir um filme de terror. Eu não sou muito fã, mas ele ama, e toda vez que me assusto, ele ri e me beija. Quando o filme acaba, jogo uma almofada nele e ele joga outra em mim, e então começamos uma guerra. Uma guerra que sei que irei perder. É sempre assim. Não demora para Lipe conseguir tirar a almofada de minha mão. Ele me deita no sofá, segurando minhas mãos acima da minha cabeça, olha profundamente em meus olhos e me beija.

— Eu quero lhe dizer que essa noite foi muito especial pra mim. — Faz carinho em meu queixo com o polegar. — Você é tão perfeita, Ana. Tão linda. Acho que é muita areia pro meu caminhãozinho.

— Pra mim também foi especial. Você não sabe o quanto pensei em você nos últimos meses.

Escutamos um barulho de carro e a voz da minha mãe se despedindo de alguém, e no mesmo instante nos sentamos no sofá, como se nada estivesse acontecendo. Minha mãe entra, olha para ele e para mim e sorri.

— Boa noite pra vocês dois. Vou pro meu quarto pra não atrapalhar o casal. — Minha mãe pisca.

Lipe apenas sorri sem graça e esfrega a mão na nuca. Fomos pegos. Minha mãe sabe que algo aconteceu. Assim que ela sobe, colocamos outro filme e Lipe e eu ficamos abraçados no sofá, e eu não queria estar em nenhum outro lugar. Seus braços se tornaram meu lugar favorito no mundo. Quando já é mais de uma madrugada, o acompanho até a porta.

— Boa noite, docinho. Até amanhã. — Me dá um selinho.

— Boa noite, Lipe. Até amanhã. — Acaricio seu rosto e roubo um último beijo.

Eu ainda não tive coragem de dizer que estou apaixonada, mas com certeza ele sabe que sinto algo. Primeiro, quero saber o que ele sente por mim. Se for julgar por essa noite, também não é só amizade. E eu não quero uma amizade colorida ou algo do tipo. Eu quero Lipe para mim. Quero chamá-lo de meu namorado. Meu sorriso é tão grande quanto o medo que estou sentindo de tudo dar errado. Eu preciso falar com alguém. Corro para meu quarto, pego meu celular e ligo para Bia, mesmo sabendo que é tarde. 

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