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CAPÍTULO 2

Zafira — Narrando

— Ligue para seu marido, Zafira!

Mamãe em seu impecável coque, vestida de Elie Saab um vestido curto, têm seus lábios chamativos demais nessa cor vermelha. Veio me fazer uma visita em minha confeitaria, como sempre cobrando, exigindo que eu faça coisas.

— Mãe, não vou ligar para ele!

Termino de arrumar as trufas e pães de mel em cima da bancada de aço inoxidável.

— Faz mais de um ano que Lorenzo partiu.

— Por esse motivo tem que ligar para ele.

— Não tenho vontade de ouvir a voz desse homem.

Continuo organizando as coisas, daqui a pouco abrirei, hoje estaria sozinha aqui, dei folga para Mariana ficar com seus filhos, ela desde o começo foi minha parceira é conhecedora sobre o que passei, confio nela.

— As pessoas estão comentando muito a seu respeito, Zafira, isso não me agrada, e Lorenzo quando souber vai ficar furioso. Ele é um homem que exige respeito.

Rapidamente fico aborrecida, mamãe consegue ser tão desagravel, nunca aparece para me dizer coisas boas.

— Não faço absolutamente nada que desrespeite o Lorenzo.

Defendo-me, a maneira que mamãe se expressa é como se eu estivesse fazendo uma coisa errada, o que não faço. Minha vida se resume em Lael e meu trabalho.

— Tem uma doçaria, fala com homens, veste roupas justas.. E não usa sua aliança.

Levo meus olhos no meu dedo anelar, não há nada nele, ao menos lembro onde coloquei aquele anel.

— Isso é besteira!

— Zafira, você gosta de apanhar de seu marido, o conhece perfeitamente.

As feridas abertas ardem por todo meu corpo que somente eu consigo ver, sentir.

— Como pode ser tão fria comigo?

— Estou falando a verdade, você insiste em fazer coisas que sabe que vão te causar sofrimento, é tão burra minha filha, já não apanhou o suficiente para aprender!?

Coloca suas mãos em meu rosto, expressando pena, sem querer lágrimas escorrem pelo meu rosto.

— Você me vendeu para ele.

— De um jeito ou de outro, ele a teria princesa. Um Almonte sempre consegue o que quer, aproveitei disso, estava nas ruínas.

Ela sempre usa esse argumento, estou enjoada de ouvi-la, cansada de toda essa pressão.

— Mãe, já vou abrir, vá embora!

— Me dê pelo menos um cookie.

Pego um saquinho e coloco três cookies, ela sorri falsamente, sua expressão sempre é séria, olha para os outros com desdém, até mesmo para mim quando não estou do jeito que ela quer.

— Ligue ainda hoje para seu marido — diz, vai andando para a porta de vidro. — Conte tudo que você anda fazendo na ausência dele, principalmente sobre Lael, ele tem o direito de saber sobre o filho.

— Não tenho o número dele.

Ela pega em sua bolsa um cartão, e o coloca em cima da prateleira que está próxima dela.

— Ligue, se não eu serei obrigada a contar tudo detalhadamente, na próxima vez que ele me ligar. Não posso ficar mal vista por meu genro.

Ajeita seu cabelo, abre a porta e sai. Vou até a prateleira pegar o cartão que reconheço ser do seus negócios, vejo o número dele com seu nome escrito embaixo.

Desconfio que desde a partida de Lorenzo minha mãe vem se comunicando com ele, agora porque nunca contou sobre a gravidez? Se está tão interessada em manter esse casamento. Procuro não concentrar meus pensamentos nesse homem, muito menos se ligarei para ele, minha mãe sabe o quanto é perigoso contar sobre Lael, sei o quanto ela o adora, Lorenzo pode acabar com tudo.

E não acredito que ele vá voltar, com certeza está curtindo a vida.

Passado ..

A princípio. •LEMBRANÇAS•

Como todos os dias rotineiros, obedecia uma das muitas ordens da minha mãe Tânia, primeiro: manter o corpo exercitado, jamais engordar, ter qualquer área do corpo flácida. Isso era um pecado para Tânia. Distrair-me na calçada a qual antes corria, para admirar o sol que suavemente cobria meu rosto, a sensação magnífica me fez imaginar por uns segundos ter outra vida, um sorriso formou meus lábios.

Retornando à minha realidade, não bonita, quanto em meus pensamentos, voltei minha atenção para frente, continuaria caminhando, porém, um homem altíssimo, de ombros largos e carranca na cara, vinha na minha direção, sendo eu desastrada, até tentei desviar quando ficou mais próximo, mas propositalmente ele se arredou junto comigo, causando um forte baque do meu corpo magro no dele teve consequência o desastre de cair no chão.

— Presta atenção porra!

Assustei-me ao ouvir a voz do homem num tom grosseiro se referindo a mim.

— O senhor teve culpa…. — levantei sozinha, ele ao menos ofereceu-se para me ajudar. — Mas perdão. ..

Decidi usar a cabeça e não iniciar uma confusão, sobre quem foi o culpado.

— Essa é agora a maneira que estão usando para chamar minha atenção?

Continuou num tom de voz que não me agradava e causava arrepios de pavor. O homem que o acompanhava riu de um jeito malvado, encarando meu corpo. Usava uma legue e um top simples como de costume.

— Não sei ao que se refere.

Limpo-me da maneira que consigo, o cara ao lado dele não tem pudor algum, tem sua mão apertando a parte avantajada de sua calça.

— Preste atenção enquanto caminha, na próxima posso não está de bom humor.

Avaliou-me dos pés ao alto da minha cabeça, olhei nervosa para ele, diretamente para seu rosto, a cor de seus olhos eram azuis, cabelos castanhos claro, uma beleza rara nessa cidade, nunca havia visto esse homem, e esperava que aquela fosse a última vez.

Os seus olhos de repente aplicaram-se firmes em meus seios, como se os medisse. Começava a me sentir mal.

— Precisa se divertir, patrão.

O sorriso amarelado daquele homem estava me dando náuseas. Apertei minhas mãos em meus braços, ao sentir um toque áspero em meu rosto o levantando para cima, pois havia abaixado a cabeça.

— Por sua inovação em chamar minha atenção, e sua beleza estonteante, lhe oferecerei dez mil para passar uma noite sob meu domínio na cama, valendo tudo.

A voz dele era carregada de malícia e desejo, encarava minha boca. Não gostei nada disso.

— Eu preciso ir…

Não deveria ter dito nada, apenas saído de perto daquele homem abusado e assustador, a rua era pública, não seria como se esse homem tivesse direito de me manter ali parada ouvindo sua medonha voz, ele não teve a decência de me ajudar depois propositalmente ter me derrubado.

— Tão cedo?

Seu tom é tomado de cinismo. Balancei a cabeça afirmando, ele sorriu.

— Diga-me seu nome!

Exigiu, mas me mantive em silêncio, estava perdida sem entender claramente o motivo dessa situação.

— Seu nome!

Pegou no meu braço, fechou a mão em volta, aquilo estava passando dos limites.

— Você não tem o direito de fazer isso!

Encontrei minha voz finalmente, somente a minha mãe devia ouvir e obedecer calada, não um desconhecido qualquer.

— Tem conhecimento sobre com quem está falando?

Me apertou contra seu corpo quase tirando meus pés do chão. Dessa vez, vou tocar na minha cintura.

— Não, não tenho!

Meus olhos ardiam, queria chorar, nunca havia passado por algo assim.

— Desculpe ter esbarrado no senhor, por favor me solte!

Implorei, a caixa toraxia dentro do meu peito batia apressadamente, estava tomada pelo medo de ser sequestrada, abusada, ou quem mais o que.

— Zafira!

Vir meu irmão por trás dos dois homens que me perturbavam. Isso não os intimidou, principalmente o homem que tinha suas mãos em mim.

— Senhor Almonte! Algum problema com a minha irmã?

Meu irmão perguntou. Almonte? Esse sobrenome não me é desconhecido, mamãe já o mencionou.

— Ela é filha do Mauro Mendonça?

Indagou, e soltou-me, corri para os braços do meu irmão.

— Sim, Almonte!

— Pensei que fosse filho único, Bruno.

Virou-se para encarar meu irmão, a maneira que ele lançava seu olhar era intimidante, meu irmão aparentemente estava calmo, mas o conhecia, sua mão que segurava a minha estava suando, apesar de estar gelada.

— Somos nós dois, Almonte!

— Cuide bem da sua irmã, ela é belíssima, não pode ficar caminhando sozinha nessa cidade onde há pessoas cruéis, loucos por uma carne corada.

Aconselhou, meu irmão balançou a cabeça e agradeceu. As respostas dele foram curtas, meu irmão costumava ser muito falando, mas nesse momento ele poupou muitas palavras.

— Mande lembranças para Mauro, soube que está muito doente.

Paramos de andar quando ele voltou a falar conosco. Somente meu irmão virou para lhe responder.

— Direi que nos encontramos com o senhor.

— Não esqueça de Tânia, tenho que parabenizá-la.

Essa parte não entendi, mas deixei de lado. Queria sair do mesmo lugar que esse Almonte.

Um tempo depois …

Uma semana após o encontro com o Almonte que descobri por minha mãe que seu nome era Lorenzo, meu pai infelizmente veio a falecer, não conseguiu mais lutar contra a doença. Parte de mim morreu, diferente das atitudes e decisões da minha mãe, ele sempre deu-me carinho dizia que o importante era que eu fosse feliz.

— Irmanzinha, tem que fazer isso por todos nós, não seja ingrata, sabe que não posso trabalhar.

Bruno finge ser doente da coluna, o que na verdade ele tem se chama preguiça de trabalhar é um folgado.

— Ela vai fazer Bruno, eu a preparei para isso, a fortuna do pai de vocês não era tão grande, por isso fui inteligente, não ficaremos na miséria.

Desceu as escadas, estava sentada no sofá lembrando do meu pai. Tônia jogou em meu colo um vestido.

— O Almonte está a esperando na rua da praça, vá e deixe o resto com ele.

Levantei assustada do sofá.

— Não vou até esse homem, ele me assusta, é uma pessoa ruim.

— Besteira princesa, esse homem vai evitar que fiquemos na miséria, isso sim é assustador e ruim.

Argumentei diversas coisas para me livrar de ter que encontrar com o Almonte, mas Tânia estava decidida a me obrigar a fazer isso. Depois de esbarrar com o Almonte pela primeira vez na rua, aconteceram outras vezes o encontrava nos lugares que frequentava, ele somente me olhava em todo tempo que ficava, para meu alívio ele nunca se aproximava.

Alguns minutos depois …

— Perfeita maninha!

Entrou Bruno no meu quarto, estava terminando de me arrumar.

— Mamãe, venha ver! — a chamou.

— Esse vestido devia ficar mais acima das coxas.

Se aproximou analisando o vestido no meu corpo.

— Sem choro, Zafira!

Inspirei fundo, controlando as lágrimas.

— Seja a mulher perfeita, sorria, deixe o Almonte mais louco por você.

Pegou o batom da minha mão, e passou em meus lábios. Por dentro estava gritando, frustrada por não conseguir enfrentá-la.

No lugar combinado…

Bruno me deixou um pouco longe do local de encontro, andei por uns minutos, não cumprimentei ninguém que falou comigo, parecia que havia sido programada para somente fazer uma coisa que era agradar o Almonte.

— Aproxime-se, Zafira!

Ele estava parado próximo às escadas que levavam para a orla que ficava lá embaixo.

— Boa noite, Almonte!

Andei até ele, mostrando firmeza e segurança. Quando perto fiquei surpresa quando me deu uma rosa.

— Essa rosa representa você.

Segurou minha mão a qual segurava a rosa, olhou-me firmemente. Tirou uma pétala.

— Se me agradar, vou rega-lá, para que fique sempre linda sem nenhum machucado.

Tirou a rosa da minha mão, fiquei atenta às suas próximas palavras.

— Se não me agradar, vou fazer isso!

Esmagou a rosa na mão, a deixando feia, sem vida, restando apenas os pedaços que ele ainda foi destruindo cada pedacinho, depois as jogou no chão e pisou em cima.

Perturbada por seu horrível espetáculo em mostrar como fará comigo, rodei meus calcanhares para sair de perto, claro que ele não permitiu, me encostou contra o concreto apertando-me.

— O que vai ser, Zafira?

Encostou seus lábios em meu pescoço, inspirou profundamente sentindo meu cheiro, minha garganta se fechou impedindo de engolir a saliva amarga em minha boca. Fechei meus olhos em completa agonia sentindo sua mão tocar em meu corpo.

— Tânia disse que é tímida…

Pegou meu queixo, analisou meu rosto, abri meus olhos encontrando os deles frios como o vento que batia contra nós. Seus traços fortes, lábios repuxados numa linha fina, o observei por uns segundos. Quando seus olhos caíram em meus lábios, soube o que viria a seguir, beijar ele não era o que queria naquele momento.

— Agradarei você, Almonte!

— Lorenzo, quero que me chame assim.

— Lorenzo!

Concordei, infelizmente não consegui fingir um sorriso, estava um pouco tonta com toda essa situação, fui forçada a vim aqui encontrar com esse homem, que somente me assusta.

Quando ele se afastou de mim, finalmente consegui respirar melhor.

— Para onde vai?

Por ter ficado de costas para mim, quis sair de mansinho para não chamar mais a atenção.

— Minha casa — gaguejei.

Fiquei parada olhando-o para ver o que faria, ele andou até mim, enrolou sua mão com a minha apertou forte elas unidas.

— Vamos para minha casa! — declarou, andando.

— Não posso! — não o acompanhei.

— Tânia me deu carta livre.

— Mas…

Fui puxada por ele em direção a uma picape branca, ninguém presente interviu, eles viram que minha expressão era de espanto mas não fizeram nada. Lorenzo abriu a porta para mim, sem escolha tive que entrar, em seguida ele fez o mesmo.

O percurso durou cerca de vinte minutos, estávamos na casa dele próxima a praia. Em silêncio absoluto me tirou do carro e me levou para dentro da grande casa.

— Está suando?

— Não me sinto bem!

Puxava o ar que me faltava, o nervosismo fazia todo meu corpo ficar agitado principalmente minha respiração.

— Vamos pra beira da praia!

Guiou-me, sempre segurando minha mão, até o momento depois de sua comparação com a rosa, não foi um ordinário, mas sempre é bom manter a boca fechada assim como os pensamentos, porque sempre quando pensa que está melhorando na verdade piora mais.

— Agora está com frio, Zafira.

O vento estava forte, as ondas agitadas. Abracei meu corpo, estava um pouco distante dele, mas ele tratou de mudar isso, me puxou para seus braços quentes, e foi tirando proveito, começou a apalpar meu corpo, escondi meu rosto em seu peito, o sentido pegar-me mais ousadamente, chegando a minhas nádegas, sua respiração foi mudando a cada segundo, e foi acelerando mais. Até que puxou meu rosto para ele tomou meus lábios velozmente, os sugando, introduzindo sua língua, não tive como o acompanhar..

— Lorenzo….

— Diga! — sussurrou, mordiscando meu lábio.

Não consegui me desprender de seu aperto, queria tanto um espaço naquele momento.

— Não quero isso.. .. Eu não consigo!

Ele não expressou nada ao me ouvir, parecia que esperava que eu falasse isso.

— Agora é tarde Zafira!

Segurou meu rosto sem delicadeza.

— Quero você! Por dias a observei, desejei, segurei a vontade de tomá-la imediatamente para mim. Se Tânia não a oferecesse para mim, a teria sequestrado e levado para longe…

Suas palavras não faziam sentido algum para mim, esse homem é louco.

— Não sei o que minha mãe lhe disse, mas eu não participei, não quis nada disso…

— Veio me encontrar, Zafira, você é tão ambiciosa quanto sua mãe. Não se faça de sonsa agora, não suporto mulher fingida.

— Não estou fingindo nada, Lorenzo. Fui obrigada a vim até você…

Ele balançou a cabeça, começando a se irritar com a minha voz, aquela conversa.

— Você é uma puta, Zafira! Uma diferente, tem esse belo rosto inocente, mas é igual a sua mãe, uma puta rica em busca de mais riquezas.

Ao ouvi-lo dizer essas palavras, o acertei com um tapa no rosto, meus dedos arderam pela força usada, seu rosto ao menos virou para o lado. Ele no súbito ódio, apertou meu queixo com força.

— Nunca mais ouse levantar a mão para mim, Zafira, isso é para o bem do seu lindo rosto. Posso revidar.

Naquele instante mesmo que pareceu um maníaco, por somente ter a luz da lua, tornava tudo mais sombrio. As lágrimas barraram a maquiagem trabalhada em meu rosto. Ele me afastou, usando a mão no meu queixo para fazer a distância, eu por está com as pernas bambas, cair no chão. Lorenzo por um momento desconhecido naquele instante para mjm, tirou o cinto e desabotoou a calça. Me pegou de chão, agarrando-me.

— Faça o que eu mandar — chupou meu lábio, colocou uma mão no meu pescoço, e a outra pegou minha mão para tocar em seu membro dentro da cueca. — Aperte, faça movimentos.

Ele sussurrou de olhos fechados, beijando minha boca, como um faminto por comida. Eu me recusei a fazer o que foi imposto, só de sentir a espessura grossa e quente nos dedos, minha pressão baixou.

— Não vai fazer? — indagou, desta vez enrolou meu cabelo em seus dedos. — Vai ter que usar a boca.

Me fez ajoelhar, me desesperei, por ver ao longe algumas pessoas em volta de uma fogueira. Ele me obrigou a chupá-lo até gozar.

•Momentos atuais•

As pessoas sorriem satisfeitas, elogiando o pão de mel, os cookies e outros que estão comendo. Por mais que esteja sendo um dia trabalhoso sinto-me perfeitamente bem, lidando com cada cliente seja homem ou mulher.

Hoje ficaria aberto somente pela manhã, tinha que pegar Lael na casa de Josefina, uma querida prima minha.

— Quer que eu leve você?

Estava fechando a confeitaria. Damião é um homem que vem todos os dias aqui, é muito atencioso e gentil comigo.

— Não, preciso caminhar um pouco, estou muito sedentária.

Nunca me prolonguei em conversa com homens, ao conviver com Lorenzo aprendi a ler os olhares, saber o significado de cada ação.

— A acompanharei então!

Não quis argumentar, e o deixei que me acompanhasse, mas me mantive em silêncio e numa distância considerável dele, não me sentia confortável perto de qualquer homem, Lorenzo me marcou para sempre.

Me despedi rapidamente dele, praticamente o deixei falando sozinho quando chegamos na casa de Josefina. Não devia dar confiança a ninguém, isso não é só para meu bem como para os deles também. Lorenzo é considerado o chefe dessa cidade, mas pelo tempo que ele não vem aqui, o povo deve ter esquecido.

— Lael está lá em cima, brincando com a Júlia.

Diz Josefina.

— Ele deu trabalho?

— Não, ele é bonzinho.

— Obrigada, por ficar hoje com ele.

— Sempre que precisar, Zafira!

Daria um tempo aqui, até que Lael enjoasse.

— Lorenzo ligou para você?

Perguntou, por mais que não estivesse olhando para ela, por seu tom percebi insegurança ao tocar no assunto.

— Não, porque?

— Tia Tânia esteve mais cedo aqui, e atendeu uma ligação dele, e acho que ele perguntava sobre você.

— Posso usar seu telefone?

— Claro!

Peguei em minha bolsa o cartão com o número de Lorenzo, Josefina fez o favor de sair da sala, observou minha feição e percebeu que eu estava nervosa. Ao discar o número ainda desliguei umas cinco vezes antes que chamasse, deixando o medo para trás, deixei que completasse a ligação.

— Alô!

Meu corpo tremeu, ao ouvir a voz dele, um flashback passou na minha frente, lembrando de alguns momentos.

— Zafira?

Ele esperava por minha ligação.

— Oi!

Conseguir dizer somente isso.

— Bom ouvir sua voz, amor! Estou chegando em casa, quero você completamente nua em nossa cama! Estou louco de saudade!

Lentamente as lágrimas rolaram por meu rosto, soluços foram escapando de minha garganta.

— Sente minha falta, amor? — perguntou.

Neguei balançando a cabeça, como se ele pudesse me ver fazendo isso. Sem aguentar ouvir mais sua voz, desliguei o telefone.

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