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CAPÍTULO 1

Zafira — Narrando

Sempre me disseram sobre o peso que era casar sem amor. No entanto, não tive escolha quanto a essa decisão, casar é o sonho de vago número de mulheres. Com o passar dos anos, muitas perderam o interesse, e aparentemente quando se casa, é o mesmo que sentenciar o fim de um relacionamento.

Não me ponho nessa lista, mas, posso afirmar que um casamento sem amor, a base somente de interesses, é um completo inferno, termo forte, eu sei. Mas, que outra palavra usar? Quando seu esposo na lua de mel, abusa de você, lhe submete a coisas desagradáveis?

Vivi essa terrível experiência, de ser tratada feito lixo, um objeto. Isso que ele diz que sou, fui comprada por ele. Em sua comparação, tem tudo haver, esse é o preço a se pagar. Quando se é ingênua, e tem uma mãe feito a minha, caprichosa, ambiciosa, sem amor pelos seus filhos.

Antes do meu pai falecer, passamos por um momento difícil. O dinheiro findou, de forma inexplicável. Na verdade tem uma explicação, mas caberia a minha mãe contar. Com essa situação, mas, a doença do meu pai, tudo foi desmoronando.

Primeiro a morte dele. Segundo meu caminho traçado com o Almonte. Terceiro, casamento.

Entre tantos homens na cidade de Águazul, Tânia fora se interessar por Lorenzo Almonte. O homem estava de passagem na cidade, para minha infelicidade. Numa das minhas corridas pela tarde, esbarrei nele.

Fiquei boba por minutos, admirada por sua beleza, sua estrutura alta, ombros largos, parecia um homem perfeito.

Durou pouco minha admiração, sem se importar em ser simpático. Numa única coisa restou minha "admiração" no Almonte, somente sua sinceridade em tudo. Não escondeu desde o princípio que era péssimo, um completo ordinario.

Sua faceta de bom moço, não me foi apresentada. O quê não acho ruim, não sofrer a ilusão de conseguir ter o amor desse homem, pelo contrário, me apego na ilusão somente dele nunca voltar para "nossa" casa.

Acalento meu bebê em meu colo, acaricio seu cabelo enquanto ele suga forte meu seio esquerdo que está cheio, bem por enquanto. No começo foi difícil de amamenta-lo.

Sorri emocionada quando por um momento largou meu seio para abrir um lindo sorriso para mim, boquinha só gengiva. O coloquei para arrotar e voltar a dormir. Todas as noite ele acorda, estou tão acostumada que desperto antes dele.

O coloquei no berço que ficava no meu quarto, não quis deixá-lo separado de mim. Dei um beijo em sua bochecha e me afastei antes que ficasse por mais tempo fazendo carinho.

O sono havia perdido, desci para fazer a contabilidade da minha doçaria, a cada dia ela estava ficando mais conhecida na cidade. Me preocupo de Lorenzo saber desse meu negócio, o maior número de clientes é homem, Tânia não se agrada disso, e penso que pode a qualquer momento contar para Lorenzo, assim como sobre Lael.

Fecho o notebook. Passo a mão no meu peito inquieta, todas as noite não tenho sossego pensando que a qualquer momento Lorenzo pode entrar aqui.

— O que estava pensando quando saiu sem me avisar no dia mais importante para nós dois?

Meu corpo estremeceu com seu tom de voz alto, a raiva faltava transbordar por seus olhos arregalados para mim. Corri desesperada, pelo menos tentei, o vestido branco comprimido junto dos saltos me deixaram mais lenta.

Com um puxão somente fui ao chão, sentindo suas mãos rasgarem o vestido caro, escolhido por Tânia. Quando conseguiu estragar o vestido, se afastou me olhando somente de lingerie que ganhei dele, exclusivamente para a noite de núpcias.

— Responda! Zafira!

Agarrou-me pelos cabelos, deixando seu rosto próximo ao meu.

— Onde estava? O que pretendia?

Aperta meu rosto, não consegui mais segurar as lágrimas.

— Nada, Lorenzo, não pretendia fazer nada.

Lutei tentando o impedir de tocar em mim, por ele ser mais forte não tinha sucesso.

— Juro que não ia fugir de você, eu juro.

Disse em desespero, ele se afastou de mim tirando sua roupa. Balancei a cabeça e, ao ver sua nudez, quis mais uma vez correr daquele quarto para me proteger de ser tomada por ele.

— Jura? — voltou a se aproximar.

— Sim — quis me levantar, mas ele impediu.

— Você me assustou — disse ele, ajeitando meu cabelo em seus dedos, fazendo um rabo de cavalo.

Fechei os olhos para não ver sua região íntima que estava próximo ao meu rosto.

— Quer tocar em mim? — sussurrou ele.

Balancei a cabeça, apertando meus olhos.

— Responda!

— Não, eu não quero — disse rápido.

— Abra os olhos! — engoli em seco. — Agora!

Contra minha vontade abrir, logo levantando minha cabeça para não olhar para onde ele queria. Seus olhos mostravam somente maldades, estas que faria comigo.

— Me chupe!

Forçou minha cabeça, fazendo-me encarar seu pênis ereto.

— Não, não quero por favor!

Ele se abaixou, olhou-me secamente, pegou-me pelo pescoço e me levantou, acabou de tirar a lingerie dando um sorriso satisfatório quando viu-me completamente nua, logo me jogou na cama. Vindo para cima de mim, olhava apavorada para ele, com esperança dele ter pena e me deixar.

— Fique quietinha!

Pegou uma corda fina que estava ao meu lado na cama, não havia percebido aquilo ali.

— O que vai fazer?

— Isso é para não machucar — disse ele.

— Você já está — disse. — Por favor!

— Não machucar ainda mais. Não implore para que eu pare, não farei isso.

Ele levou um lado do meu braço para a cabeceira da cama, amarrando apertado ali, depois fez o mesmo com outro, deixando-me impossibilitada de me mexer.

— Vamos fazer amor agora, estou louco para rasgá-la ao meio meu amor!

Beijou meus lábios.

— Lorenzo, por favor! Não quero que seja desse jeito, não estou confortável.

Roguei como se pedisse por um milagre numa oração. Estava apavorada, nunca fiz isso. Sem morosidade sentir aquela coisa quente passar por minha parte íntima, logo entrando de uma vez, abrindo-me, dilatando o pequeno lugar, brami desesperada pela dor que me atingiu a cada estocada que ele começou a dar, tomando-me sem delicadeza. Suas mãos se atentaram em manter minhas pernas abertas, a todo instante seus olhos avaliavam-me com os lábios entreabertos.

Fechei meus olhos desejando que aquela tortura terminasse rápido, tentei me concentrar em qualquer coisa que não fosse naquele momento, o que foi impossível pois ouvia sua voz me xingando, apertando meu corpo, acelerando mais suas invertidas, maxucando-me ainda mais.

Quando senti meus braços serem soltos, pensei que teria acabado, mas estava enganada, ele se deitou ao meu lado e me virou, puxou meu corpo e mais uma vez se alojou dentro de mim.

— Não gastei meu dinheiro em vão, você é perfeita. Gostosa, minha esposa!

Sussurrou tresloucado, beijando minhas costas, puxando meu cabelo, forçando-me a olhá-lo. Tomou meus lábios, e os mordeu por eu não correspondê-lo, juntei o pouco de dignidade que me restava para me manter firme.

— Tem lindas nádegas.

Bateu nelas, e abriu com apenas uma mão, levando seu dedo para meu ânus, e começou a menear com seus dedos. Afundei meu rosto na cama, chorando por imaginar o que ele faria.

— Lorenzo, por favor, não! Por favor!

Sobressalto no lugar, olho atordoada para os lados, acho que cochilei. Arrumo meu cabelo, meu coração está acelerado, olho no relógio do celular e se passam das quatro da manhã.

Sempre recordo de momentos como esse com Lorenzo, agradeço por não ter ido até o final daquela noite, o pior pesadelo. Geralmente não consigo acordar e acabo revivendo os abusos.

Sofria castigos injustos e horrendos. Nunca consegui esquecer o dia em que me fez ajoelhar diante dele em público, não havia ninguém perto de nós, estávamos perto da praia, ele me fez chupa-lo até gozar, tive que engolir tudo. Ele esperou até o casamento para consumar tudo, mas em compensação todos os dias tinha que o satisfazer de formas diferentes e em todas elas me sentia um lixo.

Volto para meu quarto, me aproximo do berço de Lael e o pego no colo, ele dorme profundamente, o quero pertinho de mim. Sinto-me segura. Deito na cama com ele, duvido que conseguirei dormir, sempre é o mesmo pesadelo.

— Mamãe tá aqui, meu amor. Não vou deixar seu pai machucá-lo, nunca!

Fecho meus, oro para que Lorenzo nunca volte.

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