Capítulo 4
O lugar, nesta área de Seattle, não é tão grande quanto você pensa. Na outra extremidade há um buraco, com caixas no fundo e algumas cadeiras e mesas de cada lado da parede. Dirijo-me imediatamente para a fila, determinado a não esperar para sempre, e começo a dar uma boa olhada nas coisas para comer colocadas diante dos meus olhos. Tenho duas pessoas na minha frente, Nata e Luca atrás de mim, e como sempre pedimos a mesma coisa: hambúrguer de frango, nuggets e batata frita. Você pode dizer que um é meu namorado e o outro é meu melhor amigo.
Com as bandejas nos sentamos em uma mesa e Luca inicia uma conversa. —Então Nata, como está indo o ensaio para a corrida com a Paige? -
—Ela está bem, eu não. — Ele ri após engolir aquele croquete. —O fato é que parece estranho dançar com ela, ela é minha prima e não consigo vê-la como parceira. -
— Ainda bem que ela é sua dançarina, senão eu teria largado o Luca e quebrado o pescoço da galinha que se atreveu a dançar com você. —deixo escapar enquanto bebo meu chá de pêssego. Quando o líquido frio desce pela minha garganta, um arrepio percorre minha espinha, mas já estou acostumada, então foco meu olhar em Nata, que, divertida com minha afirmação, balança a cabeça e deixa um beijo em minha testa. . - Bem, o que é isso? O que é meu é meu. -
— Quer dizer, deixe-me entender. — Luca aperta a mão dele, depois para e aponta o croquete para mim. Não hesito em me levantar um pouco da cadeira e morder sua ração, também mordo seus dedos e o faço revirar os olhos. - Oh! Você me machucou, idiota! — Bufa — Enfim, você teria me deixado por ele? Quero dizer, você teria largado seu melhor amigo porque está com ciúmes desse cara fofo? -
—Stingy Dandy, quem é idiota? — Nata troveja.
Dou de ombros e rio na cara dele. —E você está com ciúmes de mim! — Continuo rindo até seus olhos ficarem pontudos e vejo sua mandíbula tensa. Eu sei que ele não está realmente bravo, mas é divertido fazê-lo pensar que pensa assim. — Ah, vamos Luchi, tenho que proteger minha propriedade! -
—Olha, eu não sou um objeto idiota! —Nata me empurra com o ombro.
Dou de ombros e balanço a cabeça, engolindo o pedaço do meu sanduíche. — Não, mas você é meu de qualquer maneira. -
—Mas olha, olha quem você vê nesses lugares! — Uma voz familiar me faz virar e encontrar um par de olhos negros. Nata imediatamente fica tensa e Luca aperta a mandíbula.
— Adriano! O que você está fazendo aqui? — Levanto-me para tê-lo na mesma altura que eu, mais ou menos, e sorrio para ele. Ele se aproxima e me dá um beijo na bochecha, coisa que eu não esperava, tanto que também fico tensa e viro a cabeça na direção de Nata.
—Ela está comigo agora, borrife Adrian. Agora. -
Nata se levanta e dá um passo na minha frente. —Você precisa de um advogado agora? -
— Não, ela já tem idade para se defender, mas eu não gosto de você. A primeira vez que falei com você dei um soco na sua cara, se você quiser podemos fazer de novo. — Luca intervém, mastigando seu sanduíche e se juntando a Nata.
— Você quer parar? Vocês parecem três crianças tentando encontrar um brinquedo novo! Adrian é meu simples colega de classe, você é meu namorado e meu melhor amigo. Tudo termina aqui. Estamos indo embora, tchau Adrian, nos vemos na segunda. — Pego os dois garotos pelo pulso e os arrasto para fora, quase os chutando. - Você tem que parar! Ambos! Posso me cuidar sozinha, não preciso de enfermeira – aponto para Nata e o empurro de volta – nem mesmo de advogado de defesa. — Dessa vez me viro para Luca e aponto o dedo para ele. - Não aguento mais ver vocês todos me ajudando, não sou inválido, tenho voz e boca. Se uma pessoa me incomoda, eu me deixo. Está vazio? Vocês dois idiotas, que dor. —Deixei ele escapar exasperado. Cada vez que alguém se aproxima de mim é assim, sempre.
—Você sabe o que Adrián fez comigo. — Nata se aproxima, procurando minha mão. — Não – não quero que aconteça a mesma coisa com você. -
Bem, eu não deveria ter dito isso, eu absolutamente não deveria ter dito isso. Eu caio na gargalhada e passo as mãos pelos cabelos. — Diga-me que você está brincando, Nata. Diga-me que você está brincando. -
Ele olha para baixo e coloca as mãos nos bolsos da calça. Balanço a cabeça e fecho os olhos, respiro e tento manter a calma. —Eu não sou Savannah Nata. Eu não dou a mínima para Adrian, ele pode ser sedutor o quanto quiser, mas eu não me importo. Tenho um namorado maravilhoso, que me deu seu coração desde o primeiro dia em que nossos olhares se encontraram e eu não... Respiro quando sinto lágrimas arderem em meus olhos. Caminho até ele e coloco minhas mãos em seu peito. — Já passamos por muita coisa juntos Nata, talvez até demais para ficarmos juntos por tão pouco tempo. E com você me sinto bem, me sinto completa e sinto o vazio no peito apertar quando você me segura em seus braços. Eu nunca te trairia, porque te amo do jeito que você é. Prós e contras. Eu não me importo com quem você era, o que você fez. Só me importa ter você ao meu lado agora, ver você segurar minha mão enquanto enfrento esse mundo nojento, com você. Eu não me importo com Adrian, ok? Eu só me preocupo com você, comigo, conosco... Porque eu te amo. Sempre será você. — Sorrio para ela, acariciando seu rosto doce e examinando seus olhos.
Ele levanta os olhos e com um estalo me puxa para si e me beija apaixonadamente. Ouço um – Eca – vindo do nosso lado, mas logo após o obturador de uma câmera, e sorrio contra os lábios do meu namorado, puxando-o para mais perto de mim enquanto Luca continua tirando fotos rápidas. Rio alto enquanto o beijo e me afasto dele, sorrindo e acariciando seu rosto, sem tirar os olhos de suas íris, aquelas íris que me acorrentam ao chão mas ao mesmo tempo me fazem voar até superar. as nuvens e encontrar um céu limpo e livre de tempestades. Minha professora de italiano sempre me dizia: - Lembre-se do Céu, entre as nuvens o céu é sempre azul. - Só o sopro do vento tem como pano de fundo o grande azul e me pego acreditando que ainda tenho esperança, junto com ela.
— Desculpe princesa, sou muito idiota. —Ele sussurra, apoiando a testa na minha.
Reviro os olhos e tomo novamente. “E pare de se desculpar,” eu bufo e sorrio. —Mas sim, você é um verdadeiro idiota. -
Luca começa a rir e balança a cabeça, ele se aproxima de mim e pega meu braço, Nata está ao meu lado do outro lado e juntos seguimos em direção ao aeroporto.
Vou com o coração feliz, sabendo que se acontecer alguma coisa eles estarão ao meu lado.
Por isso ando com um sorriso e pego-os pelos braços, para me sentir mais completo e afugentar as sombras escuras que cada vez mais tentam me invadir.
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—Agora me explique de quem foi a ideia estúpida de caminhar até o aeroporto. —Pergunto sem fôlego. Estamos caminhando há uma hora e em quinze minutos temos a ordem estrita de Davide para estar no aeroporto.
— Você é um pé no saco Nata. — Minha namorada bufa. —Quem me fez acabar com um preguiçoso como você? —Peça mais ao céu do que a mim. Em resposta, isso troveja bem alto e Luca começa a rir.
— Agora está começando a chover, você vai ver! — Nosso amigo continua rindo.
- Ah, perfeito! — Puff — só precisávamos de chuva para terminar o trabalho, certo? Quanto diabos está faltando? Fex, vou matar você, lembre-se disso. -
— Eu adoro chuva, melhor se chover. — A menina aplaude e pula ali mesmo, feliz com a cor que o céu tomou, mas por causa dos trovões não me parece muito bom, vai ser uma tempestade, mais que uma simples tempestade.
— De táxi demoraria uns cinco minutos, eu diria... — Luca diz olhando para o navegador. — Chegamos a pé à casa dos jogadores de softball. -
—Que horas David disse? Fex pergunta, tirando o cabelo dos olhos, depois cruza-o e bufa, puxando uma mecha e olhando para ela. — Tenho que cortar o cabelo e encurtar essa bendita franja, está sempre na frente dos meus olhos. — Ela continua num sussurro, parece mais que ela quer falar sozinha.
— Ele disse absolutamente em minutos, não permite atrasos. — digo a ele, erguendo as sobrancelhas.
Em resposta, ela bufa e ri. — Então é meia hora, porque como você sabe que estou sempre atrasado, você atrasa o tempo em pelo menos quinze minutos — ele ri e balança a cabeça. Ela se aproxima e pega meu braço, apoiando a cabeça em meu ombro - por assim dizer porque ela é anã - e ri de novo. Começo a rir quando percebo que a cabeça dele chega à altura dos meus ombros e ele não consegue se apoiar nela sem ficar na ponta dos pés.
Ele me dá um olhar feio e vai embora.