Capítulo 3
- Algum dia encontrarei meu caminho de volta
Onde seu nome
está escrito na areia
Porque eu me lembro de cada pôr do sol
eu me lembro de cada palavra que você disse
Nós nunca iríamos dizer adeus
Cantando la-ta-ta-ta-ta
Diga-me como voltar para
Volte ao paraíso de verão com você
Sim, e estarei aí em um momento. -
Olho para meu namorado e melhor amigo com um sorriso enquanto canto enquanto pulo para a esquerda e para a direita na calçada. Pulo nos ombros de Nata, enquanto o menino ri divertido e aponta o quanto é anormal ela estar nos ombros dele e continua cantando entre tanta gente como se nada tivesse acontecido. A Nata não gosta muito de se destacar, aliás, ela quase nunca me beija em público, tenho que agradecer se ela apertar minha mão. Não sou daquelas que gosta de ser vista declarando meu amor pelo meu namorado, mas de vez em quando não me importaria nem um pouco com alguns beijos. Porém, fora isso, há pelo menos quinze minutos o menino grita comigo para parar de brincar na rua, justamente porque não gosta de chamar atenção.
Tanto ele quanto Luca, porém, estão estranhos desde esta manhã, principalmente Luca. Geralmente quando começo a pular no meio da estrada como acabei de fazer, ele ri de mim e zomba de mim, mas hoje nada. Ele fica de lado, em silêncio, observando Nata e eu. Ele nos olha de vez em quando e suspira, mas não diz mais nada. Sei muito bem que os dois estão preocupados com alguma coisa, mas nenhum dos dois decide conversar, apenas trocam olhares conhecedores de vez em quando, não muito inteligentes visto que percebi imediatamente. Ao enésimo gesto que fazem entre eles, bufo e cruzo os braços sobre o peito, parando no meio da estrada.
Os dois garotos se viram para mim de forma estranha e eu reviro os olhos. —Princesa, o que está acontecendo? -
Levanto uma sobrancelha, caio na gargalhada e balanço a cabeça. — Talvez eu devesse perguntar a você. -
Luca franze a testa e curva a boca em um meio sorriso, examinando-me com seus olhos azuis claros. "Eu não entendo..." ele murmura, coçando a nuca.
Eu bufo novamente e reviro os olhos. —Mas você acha que sou um idiota? Olha, eu sei que você está escondendo algo de mim! Oh, meu Deus! Se um dia eu quiser roubar um banco ou matar alguém que perturba meu sistema nervoso, eu definitivamente – faço um gesto com a mão, tilintando minhas pulseiras – não poderei confiar em vocês dois. Vamos, conte a história. -
Eles se entreolham e Nata levanta os braços em sinal de rendição, balançando a cabeça e coçando a nuca, sorrindo. Luca abaixa o olhar e vira a ponta do pé no chão, observando com atenção, como se seus sapatos pudessem lhe dar a resposta à pergunta que acabei de fazer. — Olha, o sapato não fala Luca. Fale ou eu vou crucificá-lo. -
Luca revira os olhos e Nata imediatamente se aproxima de mim, me abraçando por trás e apoiando a cabeça em meu ombro, depois me dando um beijo na bochecha.
Meu melhor amigo suspira, contrai a mandíbula e, com os olhos baixos, começa a falar. — Nada demais, na verdade eu também não sei... ontem seu irmão me ligou e disse que hoje no aeroporto deveríamos estar perto de você e não te deixar sozinho por nenhum motivo. -
Franzo a testa e imediatamente uma sensação de pânico surge dentro de mim. - Mas eu não entendo. —Murmuro me afastando de Nata e começando a roer as unhas. —Alguma coisa deve ter acontecido com certeza. E se algo acontecesse com meus pais? Não, eu quero morrer. Eu sabia que haveria algo estranho, estou sentindo a sensação mais estranha há dias e... não sei, não entendo porque... Não, não quero acreditar. Vamos para o aeroporto agora. -
— Princesa, antes de tudo você tem que se acalmar, porque quando você está agitada você começa a falar como um trem andando a quilômetros por hora. Ficar nervoso e ansioso por algo que você ainda não sabe não é bom, então calma, vamos respirar e de mãos dadas iremos para o aeroporto. Não importa o que aconteça, ou o que eu lhe diga, estaremos lá com você. Você não entrará em colapso. — Nata me conta com um leve sorriso.
Corro em sua direção e coloco meus braços em volta de seu pescoço. — Obrigada, você é tudo para mim. Na realidade. -
Solto o abraço e sorrio para ele, acariciando seu rosto doce, e então me viro para Luca. — Você é meu herói Luchi, e dessa vez também. Você e eu saindo de cada confusão, de mãos dadas como no jardim de infância. Eu te amo. — Ele me abraça e me segura com força contra ele, como se eu pudesse virar cinzas a qualquer momento e escapar de seus braços quentes, que agora se tornaram a razão pela qual permaneço à tona.
— Não quero fazer parte das pessoas que te deixam sozinha em momentos de necessidade, você sabe o quanto eu te amo. Você sabe que nunca vou te abandonar, certo? —Luca sussurra enquanto me segura firmemente em seus braços.
Eu sorrio e aconchego minha cabeça na curva de seu pescoço, inalando seu doce aroma que cheira a casa. — Claro que sei, sempre e para sempre. — Quebro o abraço e deixo um beijo em sua bochecha, depois pego sua mão e me afasto dele sorrindo. Nós dois estendemos nossos braços e então eu rolo em direção a ele, terminando em seus braços enquanto ele me abraça. Isso faz parte da nossa coreografia para o concurso de dança, aliás quando ele me vê fazendo e vê que faço bem ele me dá um sorriso muito doce, daqueles capazes de aquecer meu coração e enchê-lo de alegria. - Estou com fome, vamos comer? —Vou perguntar alguns minutos depois.
— É possível que você esteja sempre com fome? - Nata me pergunta suspirando. — A cada cinco minutos você sente fome, vamos ouvir, onde você quer ir dessa vez? -
Eu rio, depois me viro para Luca e levanto uma sobrancelha. —No Burger King. -
- Estou dentro! —Meu melhor amigo anuncia imediatamente.
Nata revira os olhos e bufa. — Vocês dois sempre comem lixo. -
Cruzo os braços sobre o peito e estreito os olhos. Bato o pé e olho para ele de cima a baixo.
- Ah, tudo bem! Tudo bem, você é um pé no saco! Deixe o Burger King em paz! -
—E Fex vence de novo! — Estendi o braço como um macho e ri enquanto caminhava em direção à comida chata.