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Capítulo 6

Dou um pulo e abro o armário, abrindo todas as gavetas até encontrar meu cachimbo. Então vou para o hangar e depois de vasculhar meus bolsos, tiro minha bolsa mágica e extraio minha última fumaça de maconha do botão cuidadosamente preservado. —Esta noite você vai me salvar. -

Fecho a porta e vou até a pequena varanda do meu quarto e depois de arrumar tudo, acendo meu cachimbo e inalo o cheiro inebriante de maconha, relaxando meus nervos tensos.

Depois de terminar volto para o quarto e tiro minhas roupas, vou ao banheiro e começo a lavar.

Assim que saio do banho me olho no espelho e percebo como meus olhos ficaram vermelhos e minhas pupilas dilatadas. Todo mundo vai notar que eu fumei, mas não me importo. Normalmente não faço essas coisas nem chego a esses pontos, mas é a única maneira de não entrar em pânico. Rapidamente coloco minha maquiagem, me visto e finalmente enrolo meu cabelo.

Saio do banheiro com um sorriso zombeteiro, encontro meu pai no corredor e quando ouço vozes vindas lá de baixo e vejo seu olhar angustiado, entendo que elas chegaram e que provavelmente ele quer me dizer para me comportar e não me comportar. causar desastre. —Se você veio me dar um sermão e me dizer para me comportar, já te direi que não é necessário, eu sei me cuidar, não preciso de enfermeira. -

— Vim te dizer que você pode fazer o que quiser. —Ele encolhe os ombros e bagunça meu cabelo. — Você sabe que nunca gostei dela, então te digo que, conhecendo-a, ela só vai te lançar farpas e você tem liberdade para responder, educadamente é claro. -

Ele sorri para mim e coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. - Papa graças. -

— Você por acaso já fumou? -

Balancei a cabeça simultaneamente e comecei a rir. — Bem, na verdade sim, mas só um pouco. -

— Coloque um colírio antes que sua mãe perceba e mate você. -

- Desculpe, eu não queria. -

— Vamos, anda logo, te esperamos lá embaixo, só falta você. -

- Chegar. — Sorrio e o vejo descer as escadas e ele encolhe os ombros como se quisesse se livrar de um fardo.

Faço o que ele me diz e então desço corajosamente. Ao descer as escadas me pego pensando que talvez, finalmente, depois desse jantar o círculo se feche para sempre.

Encontro todos eles no sofá e vejo que a garota em questão está flertando com meu namorado.

Estreito os olhos e me aproximo dele em um ritmo suave, pego seu rosto em minhas mãos e o beijo com força, depois sento em suas pernas e observo o loiro que me olha com um sorriso irônico.

— Olá rainha da fuga, você já resolveu seus complexos? - Má pergunta.

Por um momento, quando olho nos olhos dele, nossas velhas lembranças passam pela minha mente, como costumávamos nos divertir juntos, mas então a lembrança da nossa última conversa invade minha mente, apagando as lembranças felizes e me deixando com raiva.

— Olá Greta. — Sorrio cruzando os braços sobre o peito. - Fim de jogo. -

Ao olhar para aquelas íris congeladas penso que Chester sempre teve razão: tudo que eu quero é ser um pouco mais eu e menos ela. É verdade que fiquei paralisado, mas é justamente por isso que chegou a hora de encerrar definitivamente o jogo e revelar as cartas que estão na mesa. Devo isso a mim mesmo, a Fex, que se deixou nocautear por essa garota anos atrás.

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Observo as duas garotas trocando olhares ardentes e passando uma boa meia hora jogando penas uma na outra, dizendo que se conseguissem incinerar a pessoa à sua frente, ambas seriam reduzidas a fumaça e cinzas, e seus pedaços desapareceriam ao vento. Sinto que estou no meio de um campo de batalha, com trincheiras e tudo mais. As palavras de Fex são tão afiadas quanto a mais afiada das facas, e certamente não falta tom sarcástico para deixar tudo mais divertido. Ainda não tenho certeza do que devo fazer neste momento, rir até não conseguir respirar ou chorar, pois o rosto de Fex está cercado por uma expressão fria, um misto de raiva, dor e desprezo. Poucas vezes vi esta expressão no seu rosto, e uma delas foi quando ele me contou sobre o seu passado no final do ano letivo.

 

— Bem, vejo que você não mudou. - A loira afirma, olhando para ela de cima a baixo. — Você conhece Fex, você ainda está com a mesma expressão vazia e triste de um ano atrás. Você parece um cadáver. — A garota em questão passa a mão pelos cabelos, movimentando-os e revelando sua espessa juba.

Fex franze os lábios em uma espécie de sorriso e balança a cabeça, depois pisca os longos cílios e coloca a mão no peito, fingindo estar ofendida. — Não se preocupe querido, seu rosto também está nojento, mas ninguém te culpa por isso. -

Greta olha para ela com raiva e estreita os olhos. Ela abre a boca para responder, mas depois fecha novamente, evidentemente porque minha namorada conseguiu fechar a boca. Eu me inclino para beijar seu ombro, orgulhoso dela, embora eu realmente devesse dizer a ela para parar e se comportar como uma pessoa civilizada. Um cheiro repentino de grama invade minhas narinas. Aproximo-me de seu ouvido e ela se vira para mim com um sorriso iluminando seu rosto. —Princesa, por acaso você já fumou? -

- Talvez. — Ele ri e se encosta no meu peito, suspirando alto. Ele se aconchega e esfrega a cabeça o tempo todo, o que me lembra incrivelmente um gato ronronando. Luca e seu irmão persistem em olhar para Greta como se pudessem matá-la com um único olhar. A garota desta é alta e magra e sua figura esbelta a torna ainda mais charmosa. No momento em que ele entrou em casa, uma onda de perfume encheu minhas narinas e me peguei tossindo forte, pois provavelmente havia borrifado demais. De certa forma, isso me lembra muito Savannah. Seu olhar frio dá ainda mais arrepios graças às íris azul-gelo. Seus lábios estão cobertos por uma camada de batom vermelho sangue, o que me faz rir um pouco, pois ela parece uma garota que acabou de sair de um bordel, tanto pela forma como está fortemente maquiada quanto pela maneira como está vestida. Pelo menos um quilo a mais deve ser acrescentado ao seu peso devido à quantidade absurda de maquiagem que ela usa, mas o que mais me surpreende é, justamente, a roupa. Ela usa um espartilho preto muito justo e uma saia curta e justa que pretende, suponho, mostrar suas curvas. Nada a tirar dessa garota, admito que ela é muito bonita.

Levanto os olhos e me viro para Luca e Davide em busca de apoio, mas os dois balançam a cabeça e Luca, com os lábios, me diz para deixá-la fazer isso. Parece que não confio nem um pouco nela... nem sei como chamá-la, mas ela parece ter um sentimento esnobe. Seu cabelo loiro escuro e ondulado lhe dá aquele toque rebelde. Seus olhos não são tão claros quanto os de Luca, seu olhar é frio, maligno, ardente. Dão-lhe aquele toque que o torna um exemplar raro e tão afiado como a lâmina da faca mais afiada.

Ela tem algumas tatuagens aqui e ali, uma rosa no ombro, que é visível, mas não muito, e um coração no pulso, mas provavelmente tem outras, mas estão cobertas.

—Gente, venham para a mesa, Camilla disse que está pronto. — diz o pai da minha namorada com o pai do Luca ao lado. Este último se parece muito com o meu amigo: mesmo cabelo e cor dos olhos, é praticamente a versão mais velha do Luca. Eles são praticamente idênticos.

Todos nos levantamos e Matt e Jay vêm para o meu lado, enquanto Fex caminha entre Davide e Luca. —Gente, vocês estão bem? — Matt pergunta, olhando para nós com um olhar confuso.

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