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CAPÍTULO 4

Após a agitada manhã na cafeteria, voltei para casa, tomei um banho rápido e me preparei para cuidar do visual conforme as instruções de Alex.

Decidi ir a um salão que nunca imaginei ter dinheiro para frequentar.

Ao entrar no salão, porém, a atmosfera mudou. O tratamento que recebi foi frio e distante, uma clara indicação de que não era uma cliente típica. Os olhares e comentários sussurrados sugeriam que minha presença ali não era bem-vinda.

Mesmo diante do tratamento desagradável, respirei fundo, decidida a não deixar que a hostilidade daqueles olhares me afetasse.

A dona do salão apareceu com seus olhos críticos fixos em mim e com uma expressão de desdém falou comigo.

— Certamente, você não tem dinheiro para frequentar este lugar. Por favor, retire-se.

A humilhação pairava no ar enquanto os olhares curiosos se voltavam para a cena constrangedora.

Ouvir aquilo foi doloroso, tornou-se um lembrete das barreiras sociais que o dinheiro muitas vezes costumava impor.

— Não é justo você afirmar que eu não tenho dinheiro para frequentar este lugar, você não pode julgar meu valor ou capacidade financeira, eu exijo respeito.

Respondi com a minha voz firme apesar da situação desconfortável.

A dona do salão pareceu momentaneamente surpresa pela minha assertividade. As palavras que eu escolhi eram uma defesa contra o preconceito que estava sendo dirigido a mim naquele momento de forma tão descarada.

— Eu posso fazer qualquer julgamento me baseando apenas pelas suas roupas baratas que provavelmente você comprou em algum brechó, agora saia daqui e não volte mais.

Saindo do salão, as lágrimas nos olhos eram uma expressão visível da humilhação que eu havia acabado de enfrentar, eu nunca me senti tão vulnerável e desrespeitada.

Caminhando pelas ruas, respirei fundo, buscando recuperar a compostura e fui em direção ao shopping, eu mal poderia imaginar que sofreria o mesmo preconceito ao entrar em uma loja.

A esperança de uma experiência diferente foi rapidamente desfeita quando me deparei com mais um preconceito. Os olhares julgadores e a atitude indiferente das funcionárias indicavam que elas não me enxergavam como cliente.

A sensação de ser constantemente vigiada enquanto eu explorava a loja era mais uma ferida na minha autoestima.

Uma das vendedoras, movida por preconceitos infundados, escolheu seguir-me, presumindo que eu poderia roubar algo.

Mantendo minha dignidade, decidi encarar a situação diretamente.

—Não é necessário me seguir, estou aqui para fazer compras como qualquer outra pessoa.

Falei tentando desafiar o estigma que me cercava.

— Você não é o tipo de cliente que eu costumo atender aqui.

Diante da resposta da vendedora, que reforçava a discriminação, respondi com firmeza...

— Independentemente do que você está acostumada, todos merecem respeito como clientes. Estou aqui para fazer compras e espero ser tratada da mesma forma que qualquer outra pessoa.

A firmeza nas palavras era uma tentativa de desafiar a discriminação evidente, enquanto eu buscava manter minha dignidade naquela situação constrangedora, mas a vendedora sem noção continuou...

— Você tem dinheiro mesmo pra comprar as peças dessa loja? Elas são muito caras.

— Minha capacidade financeira não deveria determinar o meu tratamento como cliente.

A vendedora então se retirou e eu achei que havia me livrado do preconceito dela, mas ela foi apenas chamar a gerente da loja como se eu fosse uma criminosa.

A intervenção da gerente, que reforçava a discriminação, foi mais um golpe pra mim.

— Boa tarde, sugiro que você busque lojas mais baratas pra fazer suas compras, aqui não é o lugar adequado pra você.

Diante do contínuo tratamento humilhante, decidi deixar a loja, sentindo-me completamente destruída por dentro.

Ao sair, as lágrimas que haviam sido contidas escorriam livremente.

Com os olhos vermelhos de tanto chorar, cheguei em casa e, decidida, liguei para Alex.

— Alex, não vou sair com você a noite...

Disse com a voz embargada pela tristeza e frustração.

Ao perceber minha voz embargada, Alex imediatamente perguntou o que havia acontecido. Entre soluços, contei toda a experiência humilhante de discriminação que enfrentei apenas por causa das minhas roupas e aparência.

— Eu quero o nome do salão e da loja agora Melissa, e eu prometo que tomarei medidas extremas sobre isso.

Diante da promessa de Alex, forneci as informações detalhadas sobre o salão e a loja onde fui humilhada. A sensação de ter alguém disposto a agir em meu nome trouxe um alívio momentâneo diante da injustiça que enfrentei.

Enquanto eu tirava as roupas para tomar um banho, uma enorme tristeza invadiu o meu peito, no calor da água, as lágrimas se misturavam, e eu comecei a me questionar se havia feito a escolha certa ao entrar naquela jornada com Alex.

A vulnerabilidade do momento revelava a complexidade das decisões, e a dúvida se instalava.

A busca por luxo e estabilidade financeira se entrelaçava com as lutas emocionais e sociais que eu estava enfrentando.

Enquanto a água escorria, eu refletia sobre o que ainda eu teria que enfrentar ao longo do caminho.

A tristeza da experiência recente misturava-se com o pensamento sobre o tipo de pessoa que eu queria ser.

Mesmo almejando a riqueza e estabilidade financeira, estava claro para mim que, se alcançasse esses status no futuro, jamais mudaria a minha essência e jamais trataria alguém com desrespeito, como fui tratada.

Aquela auto reflexão tornou-se uma âncora em meio às incertezas, uma promessa silenciosa a mim mesma de que, independentemente do que o futuro reservasse, minha integridade e compaixão permaneceriam inabaláveis.

No íntimo, eu desejava que a jornada com Alex não apenas transformasse minha condição financeira, mas também fortalecesse os princípios que eu carregava em meu coração.

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