CAPÍTULO 3
No dia seguinte, enquanto eu estava me arrumando pra ir ao trabalho, o meu celular tocou, era o Alex, sua voz firme ecoou no celular...
— Melissa, a partir de agora, você deve pedir demissão do seu trabalho. Assumo integralmente os seus gastos.
A instrução de Alex trouxe consigo uma nova realidade, um mergulho mais profundo no mundo que ele estava proporcionando. A promessa de segurança e o compromisso financeiro intensificavam o vínculo entre nós, trazendo à tona as implicações práticas daquela escolha.
Com uma mistura de apreensão e curiosidade, eu me vi ponderando sobre as mudanças que aquela decisão acarretaria.
— Você tem certeza que quer bancar todos os meus gastos? Perguntei com uma pontada de dúvida na minha voz, mas ele respondeu, com uma confiança aparente...
— Melissa, isso é parte do acordo. Quero garantir que você tenha tudo o que precisa, sem se preocupar com as questões financeiras.
Apesar da explicação, uma sensação persistente de desconforto permanecia. A ideia de depender completamente de alguém, mesmo que fosse Alex, suscitava uma mistura de gratidão e inquietação. Era um território desconhecido, onde o apoio financeiro se entrelaçava com as complexidades da relação que estávamos construindo.
— Alex, há algo que precisamos discutir abertamente, comecei, a incerteza colorindo minhas palavras... Como será a nossa relação? Eu... eu terei que... dormir com você?
Houve uma breve pausa antes de Alex responder, escolhendo suas palavras com cuidado:
— Melissa, nossos arranjos podem envolver diferentes níveis de proximidade, mas não farei nada que não queira.
A resposta dele trouxe um alívio momentâneo, mas a complexidade daquela relação estava longe de ser desvendada.
Eu ponderava sobre os limites daquele acordo, consciente de que cada passo adiante poderia trazer consigo novas implicações.
Ainda existia algo que eu precisava revelar pro Alex, e diante do andamento das coisas, era necessário eu revelar naquele momento.
Com uma mistura de nervosismo e vulnerabilidade, decidi abrir meu coração para Alex...
— Alex, há algo que você precisa saber... Eu sou virgem.
— Virgem?
Disse Alex, surpreendido...Isso é inesperado.
A surpresa em sua voz era palpável, a revelação da minha virgindade havia aparentemente desafiado suas expectativas, criando uma pausa momentânea em sua habitual confiança.
— Isso é um problema para você? Perguntei, buscando clareza em meio à surpresa que sua reação demonstrava.
Houve uma breve pausa antes de ele responder...
— Não é um problema. Apenas não era o que eu esperava.
A resposta dele trouxe um alívio momentâneo, mas a incerteza ainda pairava no ar.
— Eu só peço que você tenha paciência quando chegar a hora, disse com uma sinceridade cuidadosa... Isso é algo novo para mim, e ser tocada por um homem desconhecido não fazia parte dos meus planos.
Houve uma pausa antes de Alex responder...
— Você nunca se tocou antes? Nunca teve um orgasmo?
A pergunta dele me deixou desconfortável, mas eu não poderia fugir da resposta.
— Sim, mas acho que não é a mesma coisa.
— Essa revelação me deixou completamente...
Ele deu uma pausa, mas acabou mudando de assunto...
— Bom, não quero falar sobre isso agora, vou mandar dez mil para a sua conta, use para fazer o cabelo e comprar uma roupa, meu motorista irá pegá-la às 20:00
— Alex, isso é muito dinheiro, eu não estou acostumada com isso... Confessei a surpresa evidente em minha voz.
Ele respondeu com firmeza...
— Quero que esteja à altura da ocasião Melissa. É parte do acordo, e eu quero que se sinta confortável e confiante.
A insistência de Alex deixava claro que esse gesto generoso fazia parte dos termos que ele havia estabelecido. Enquanto eu ainda tentava assimilar a magnitude daquele presente, percebi que a minha aceitação era esperada, e que isso, de alguma forma, se encaixava na complexa teia dos planos dele.
Antes dele encerrar a ligação, ele voltou ao assunto da cafeteria., a instrução de Alex foi clara e direta...
— Antes de qualquer coisa, peça demissão daquele café. Aquele não é um lugar adequado para a minha amante.
A exigência trazia consigo uma mudança prática e simbólica, marcando o início de uma nova fase na minha vida. Ao mesmo tempo em que a perspectiva de deixar o trabalho trazia incertezas, compreendi que àquela decisão era uma peça fundamental no tabuleiro que estávamos construindo.
Ao desligar o telefone, eu sabia que a próxima etapa daquela jornada estava começando, e a escolha de seguir as instruções de Alex abria portas para um futuro desconhecido, onde as fronteiras entre o pessoal e o acordado se entrelaçavam em uma trama complexa.
Ao chegar no trabalho para pedir demissão, a cafeteria estava lotada e a atmosfera movimentada.
Ao comunicar minha decisão ao gerente, percebi imediatamente seu desagrado, ele franziu a testa, visivelmente contrariado com a notícia inoportuna.
—Melissa, agora não é o melhor momento para isso. Estamos lotados, e você sabe como é difícil encontrar substitutos imediatos, repreendeu ele, tentando conter a frustração.
Meu pedido de demissão no auge do expediente não apenas desencadeou a insatisfação do gerente, mas também deixou um rastro de desconforto na dinâmica do café.
Eu sabia que aquela decisão estava trazendo consequências imediatas, adicionando uma dose extra de complexidade à minha transição para o que quer que estivesse reservado no caminho que eu estava trilhando com Alex.
Diante da situação tensa na cafeteria, decidi não deixar o gerente na mão. Mesmo após pedir demissão, me comprometi a ajudar pelo menos naquela manhã agitada.
— Eu sei que não é o momento ideal, mas não quero deixar você na mão. Vou ajudar nesta manhã e garantir que tudo corra o mais suavemente possível...
Expliquei, esperando amenizar a tensão criada pela minha súbita decisão.
O gerente pareceu aliviar-se um pouco diante da oferta de ajuda. Mesmo sabendo que meu tempo ali estava se encerrando, queria garantir que a transição fosse o mais tranquila possível, afinal eu era grata pelo tempo que eu passei trabalhando com ele.
Ao encerrar a manhã agitada na cafeteria, eu e o gerente fomos conversar, sentamos para acertar os detalhes da minha demissão, buscando uma conclusão que fosse justa para ambos.
— Eu sei que esta não foi a melhor maneira de lidar com a situação, e sinto muito por isso...
Comecei, reconhecendo a abrupta notícia.
O gerente, ainda um tanto tenso, assentiu, e juntos discutimos os termos da minha saída. Ambos concordamos em fazer o processo da forma mais amigável possível.
Ao final da conversa, com os detalhes acertados, eu me despedi da cafeteria, encerrando um capítulo que, embora breve, havia sido marcado por desafios e mudanças significativas.
Naquele momento o foco se voltava para o próximo capítulo da minha jornada, onde as incertezas e as complexidades da relação com Alex me aguardavam.