Capítulo 5
O barulho ecoa por todas as paredes e corredores da mansão Hunter, o silêncio faz com que ele fique ainda mais audível. Em seguida, saltos finos batem contra o mármore com pressa, Esmeralda corre para atender ao telefonema no Hall.
— Mansão Hunter.
— Thomas Hunter está? - A voz rouca e madura do outro lado pergunta.
Esse nome causa uma sensação estranha a Esmeralda. Talvez seja o quanto o nome seja forte, juntamente com o poder da família Hunter. Afinal, ele era como se fosse o chefe da família.
— Não, senhor. Gostaria que eu anotasse um recado?
— Apenas peça para que ele me retorne.
Prontamente, Esmeralda puxa seu bloquinho de notas com outros nomes e tira a tampa da caneta com a boca, um pouco desajeitada se prepara para anotar o nome do homem.
— E qual é o...
Antes que terminasse o barulho de não ter ninguém na outra linha a fez virar os olhos e pensar em como esse homem era grosso e mal-educado.
Devolve o telefone ao gancho e decide ir até a cozinha, conferir se tudo estava indo conforme suas ordens. Sabia que não teria problema com isso, já que todos que trabalhavam aqui eram extremamente atenciosos e sabiam muito bem o ritmo dos Hunter. Então resolve assumir que tudo era um grande tédio, por isso, fica feliz ao encontrar Amber cozinhando.
Mesmo que elas tivessem uma diferença de oito anos, ainda sim era a mais jovem daquela casa. Jovem e linda, a ruiva estava com eles há cerca de três meses, talvez fosse por isso a rápida afeição de Esmeralda por ela.
— Então, como está o seu primeiro dia? - Pergunta quando nota a tediosa Esmeralda sentar-se na banqueta próxima ao balcão.
— Calmo. Não sei se agradeço ou me entristeço por isso. Acho que projetei que seria uma loucura, e agora estou frustrada. E eu deveria era estar aliviada...
— Sebastian ainda não deu as suas festas, e Charlotte não surtou com todos os funcionários da mansão, portanto, essa calmaria é ao fato de o senhor Thomas não estar aqui. - Tampa a panela e anda até o balcão.
— Thomas... ele é exigente?
— Ele é peculiar. Nunca sabemos ao certo o seu humor, sempre parece o mesmo. Não tem paciência com os irmãos, nunca trás mulheres e a única pessoa com a qual ele fala é única e exclusivamente a governanta.
— E isso é ruim? Digo, nem eu suporto o Sebas e a Charlotte. É compreensível.
— Não ser a Laura? Talvez seja... O senhor Thomas parece ter alergia de adolescentes, e você com dezessete anos, talvez ele tenha um choque anafilático. Gritos, insatisfações, perfeição, são tantas coisas que eu não seria capaz de enumerar. - Sorriu brincalhona.
— Tem um conselho?
— Não se apaixone por ele. Ele pode ter esses muros envolta, mas é inegável a sua beleza, bom, tire pelos irmãos Hunter e agora multiplique. E o carro chefe do seu charme é o sotaque inglês.
— Não me apaixonaria por Thomas Hunter.
— Então não deve se preocupar com nada. - Piscou divertida.
Como se apaixonaria pelo homem que ela descreveu? Nitidamente é um homem com o ego inflamo, assim como o Sebastian. Talvez Thomas seja uma mistura dos dois irmãos e isso sim seria um problema. Ter a mente diabólica e maldosa da Charlotte com o egocentrismo do Sebas. Dentro dela, uma faísca de curiosidade se acende, e corre o grande perigo de incendiar e levá-la ao fim do poço.