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Capítulo 4

Talvez Laura tivesse razão, e isso seria mais fácil do que ela esperava, poderia aguentar isso por trinta dias, e não negaria a si mesma que a liderança combina muito com a sua personalidade.

Os passos nas escadas indicavam que alguém descia, contudo o pulo dos últimos degraus denunciava Sebastian. Sempre tão hiperativo que as vezes era cansativo olhá-lo.

— Senhorita Gonzáles. Bom dia! - Beijou de surpresa o rosto da garota. Um beijo suave, tão delicado que ela quase não sentiu seus lábios.

— Céus, Sebastian. Está maluco?

— Ora, eu trato bem os meus funcionários. Daria a honra de colocar meu café na mesa? - Coçou a cabeça, os cabelos raspados lhe dava um ar rebelde. Apenas pequenos fios castanhos claros cobriam seu couro cabeludo.

— June já colocou. Eu sou a Governanta, não a sua babá Sebastian.

— Só estou sendo receptivo, Esmeralda. - Defendeu-se, sério. - Por que é tão difícil aceitar isso?

Retirou-se o garoto popular. Esme não imaginava que o jovem Hunter era um ótimo personagem, principalmente para que fosse aceito no seu grupo irritante de amigos. O famoso capitão de lacrosse era um garoto solitário, e isso, ninguém mais saberia. Não que ele não gostasse da fama e da atenção que recebia, das inúmeras garotas que se jogavam aos seus pés e da vida ativamente sexual, apenas...apenas lhe faltava o afeto sincero.

E um pouco distante dali outra pessoa também se sentia solitária, isso porque não segurou o desejo inflamável que sentia pelo cunhado e se jogou nos braços dele. Uma vergonha que teria de carregar até que sua mente a fizesse esquecer. Finalizou de passar o pano no balcão e como se os seus pensamentos tivessem força, Pietro apareceu. É tão difícil querer odiá-lo quando ainda sonha com o momento entre os dois, quando ainda escuta cada respiração ofegante no pé do seu ouvido, e de como esses braços escondidos por seu casaco a seguraram com firmeza.

— Bom dia, Lena.

— Vou chamar o Theo para te atender, Pietro.

— Não me daria a honra? - Sentou-se em um banco vazio.

— Deveria guardar o seu charme para as garotas que realmente estão interessadas nele.

— Tenho o suficiente. O que há? Éramos amigos.

— Sim. Antes de...

— De transar comigo deliciosamente no meu quarto.

— Pietro! - Repreende - Você é nojento. Pare de me importunar, já teve o que queria, já destruiu a minha moral e fiquei sem dignidade. O que mais você precisa?

— Realmente quer saber? - Levanta as sobrancelhas cheias e pretas.

— Sério? - Ri com escárnio - Você... você realmente acha que aquilo irá se repetir? Então escute só, Fontana – Apoia no balcão, diminuindo perigosamente a distância entre os dois - Não haverá outra vez, nem que eu esteja com heroína na minha corrente sanguínea, nem que tenha bebido todas as bebidas da cidade, eu e você...foi um erro do qual eu nunca mais irei repetir. Deveria fazer o mesmo, eu traio um namorado, já você, o seu irmão mais novo. Como consegue respirar sabendo disso?

Repentinamente Pietro a segura pelo braço com uma força que a machucaria, aproxima mais ainda o corpo quente da morena que o desafiara. Ela instigava cada parte impulsiva dele. Elena encara o seu queixo e por mais que relute contra o olhar sobe para os lábios convidativos, sentindo a vasta vontade de se inclinar e tocá-los.

— Pelo menos sou sincero. Nunca neguei a ele o meu sentimento por você, nunca neguei a mim mesmos os desejos, por mais sujos que foram eu os assumo. Não sinto vergonha do que eu fiz, não me arrependo nem por uma fração de segundo. E eu faria de novo quantas vezes fossem possíveis só para ver os seus olhos brilhando ao chegar no seu limite. Só para ouvir você gemendo o meu nome mais uma vez... Você não é a garotinha inocente atrás desse balcão e o meu colchão, as paredes do meu quarto e o piso do qual a madeira da cama arranhou, é a prova viva disso. Agora, quem é que não está conseguindo respirar direito, Elena?

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