Capítulo 6 Ele Bateu Com A Cabeça?
Na manhã seguinte.
Raviel acordou depois de uma noite inteira desmaiado.
Ele rapidamente deu uma olhada ao redor do quarto e soube de imediato a situação em que ele estava.
Pelo jeito, ele estava fora do perigo.
Colocou a palma na cama tentando se levantar, mas uma dor na região da sua barriga o fez gemer de leve.
Andreia, encostada na beira da cama, estava apenas cochilando de leve e acordou assustada com o gemido.
Ao levantar a cabeça, seus olhos se encontraram com o semblante frio do homem.
- Você acordou - disse ela.
A mulher era bonita, os traços de seu rosto eram equilibrados, mas seus lábios estavam um pouco esbranquiçados, e tinha olheiras sob os olhos, deixando claro que ela tinha passado a noite inteira sem dormir.
E tinham marcas de sangue sobre sua roupa branca.
Pedaços de lembranças da noite anterior passaram na mente desse homem como um raio.
Então foi essa mulher que tinha o salvado.
- Você salvou minha vida. Pode pedir o que você quiser que eu te darei - disse ele pesadamente.
Andreia hesitou por uns instantes antes de explicar:
- Não, eu não te salvei.
Ela não imaginava que esse homem fosse entender tudo errado.
E ela não ia usar isso para fugir de suas responsabilidades. Caso ele fique sabendo da verdade depois, as coisas ficariam ainda mais complicadas.
- Ontem, fui eu que te atropelei...
Andreia explicou tudo que tinha acontecido a ele.
Ela achava que o homem ia ficar bravo, mas percebeu que seu semblante continuava sendo o mesmo, e não tinha surpresa nenhuma em seu olhar.
Como se ele não se importasse nenhum pouco com o fato de ter sido atropelado por ela.
Andreia ficou sem entender a reação do homem, então abriu a boca primeiro para falar dos pagamentos:
- Senhor, eu não chamei a polícia, porque queria resolver as coisas particularmente. Quanto o senhor acha que devo pagar pelo acidente?
A razão pela qual Andreia não chamou a polícia foi principalmente porque ela temia que as coisas se arrastassem, demorando muito. E ela não queria adiar os planos de sair da Bela Costa.
- Não precisa - respondeu Raviel.
A voz era baixa, transparecendo um pouco de cansaço.
Não precisa?
Andreia ficou completamente sem entender.
Será que ele tinha sido batido na cabeça?
Andreia pensou mentalmente em chamar um médico daqui a pouco para fazer um exame completo nesse homem.
- Você está com fome? Vou comprar algo para você comer - disse ela se levantando e saindo do quarto.
Depois de comprar o café da manhã, ela ligou para Érika no caminho de volta ao hospital.
- Alô? Andy? Como estão as coisas agora? Aquele cara está bem? - Assim que aceitou a ligação, Érika já abriu a boca perguntando apressadamente.
Ela se preocupou com Andreia a noite inteira, mas não tinha coragem de ligar para ela, com medo de atrapalhar as coisas.
Ouvindo a voz da melhor amiga, Andreia se relaxou um pouco e procurou um lugar com menos gente, contando toda a situação.
Pelo telefone, Érika também não sabia o que dizer para resolver isso.
De repente, ouviu-se a voz das duas crianças pelo telefone.
- Mamãe, não tenha medo, daqui a pouco vamos te ver no hospital - disse Daniel.
- Mamãe, Vanna está com suas saudades - disse Giovana.
- A mamãe também está com saudades de vocês. - Os olhos de Andreia se umedeceram. Essa era a primeira vez que ela ficava tanto tempo longe de seus pequenos.
Ela ainda não tinha dado atenção a suas crianças depois de toda essa bagunça de ontem.
Depois de desligar, Andreia se sentiu menos nervosa. Mas quando chegou à ala com o café da manhã nas mãos, a cama estava vazia, e o homem não estava mais ali.
- Com licença, cadê o paciente da cama 808? - perguntou Andreia correndo ao posto de enfermeiras.
- Aquele senhor já teve alta e foi embora.
Raviel tinham uma aparência marcante, por isso todos no hospital podiam se recordar dele facilmente.
Foi embora?