Capítulo 5 Você É Parente do Paciente?
Sendo a primeira vez que passou por uma situação dessa, ela não pôde deixar de ficar nervosa. Apesar disso, logo Andreia se acalmou. Ligou primeiro para chamar a ambulância e depois ligou para Érika, pedindo que viesse buscar os dois pequenos.
Ela não queria que isso deixasse as crianças com trauma pelo resto da vida.
Érika chegou junto com a ambulância.
- Por que esses ferimentos parecem facadas? - murmurou o médico que estava cuidando dos machucados do homem acidentado.
Andreia escutou isso em meio à preocupação, mas não lhe deu importância.
Ela ajudou os médicos a carregarem o homem para dentro da ambulância.
Na ambulância, ela começou a reparar na aparência desse homem.
O homem sobre a maca era de porte alto, sua pele era lisa, e seu rosto era lindo e másculo. Bom, tudo que estava diante de seus olhos era perfeito, não dava nenhuma chance de ela achar um defeito sequer nele. E ele transbordava ar de nobreza.
Ao mesmo tempo, seu olhar pousou sobre o terno ensanguentado que esse homem vestia. Esse terno azul-marinho era feito sob encomenda por um estilista famoso.
Não estava à venda no mercado!
Naquela hora, o coração de Andreia se afundou.
Pelo jeito, ela atropelou um cara muito rico, então as coisas iam ser muito mais complicadas para se resolverem.
Normalmente, pessoas abastadas não se contentavam com dinheiro. Então, como ela pagaria por isso?
Mas o que um homem rico estava fazendo no meio da estrada?
Ao passarem por um buraco, o carro pulou, fazendo a ferida na barriga do homem se abrir. Ele apertou os lábios, franzindo o cenho, sofrendo de dor mesmo estando desmaiado.
Isso a fez pensar que a personalidade desse homem era bem parecida com a de seu filho.
No momento em que se lembrou de seu filho, Andreia repentinamente achou esse homem na sua frente também fisicamente parecido com seu filho.
Provavelmente por causa da dor, grandes gotas de suor brotaram em suas têmporas.
Vendo isso, Andreia se sentiu com muito remorso, e estendeu a mão querendo enxugar o suor.
Mas ao tocar em sua pele, o homem pareceu ter sentido, e pegou no pulso de Andreia com força, prendendo-a como se fosse uma corrente.
Andreia abaixou a cabeça com susto, e encontrou os seus olhos abertos.
Mas no momento em que olhos se encontraram, ele desmaiou novamente.
Porém, não largou a mão de Andreia.
Andreia tentou se livrar dele várias vezes, mas sem sucesso, então deixou que continuasse assim. Ela não queria machucá-lo pela segunda vez.
E assim, o homem a segurou o caminho inteiro, e até mesmo quando entrou na cirurgia, ele não deixou de continuar segurando firme em seu punho.
Sua incrível persistência deixou todos assustados.
Os médicos ao redor estavam adivinhando quais relações tinham entre eles dois.
Mas apenas Andreia sabia, esse homem apenas temia que ela fugisse.
Depois de meia hora de cirurgia, os médicos declararam que ele estava seguro, e o transferiram para uma ala comum do hospital.
E finalmente, o homem soltou seu pulso.
Sendo agarrada no pulso por quase uma hora, ela estava sentindo um pouco de dor além da dormência.
Podia-se imaginar a força que o homem estava usando nesse tempo todo.
- Você é parente do paciente? Assine aqui, por favor - disse enfermeira que entrou no quarto, entregando o histórico do paciente diretamente para Andreia.
- Eu não...
Andreia estava prestes a negar, mas depois de olhar para o homem sobre a cama em relance, ela ainda pegou a caneta, decidida a assinar.
Afinal de tudo, esse acidente era a culpa dela.
E por outro lado, esse homem não trazia com ele nenhum documento que pudesse identifica-lo.
Como não tinha como contatar a família do homem, e Andreia estava preocupada com sua condição de saúde, então ela se encolheu na cadeirinha de madeira ao lado da cama e passou a noite em claro de olho nele.