Capítulo 7 Vá Investigar.

Andreia achou a situação um pouco inacreditável.

Mas ele saiu tão apressado, Andreia achou que ele tinha algo emergente para resolver e provavelmente ainda voltaria.

Logo, ela pediu um bilhetinho para a enfermeira e escreveu nele seu número de telefone, dizendo:

- Se aquele homem voltar, entregue esse meu número a ele, por gentileza.

...

Do outro lado.

Dentro da sala de reuniões do Grupo Barisque Royale, a atmosfera era muito solene.

Raviel estava em pé no lugar principal da mesa como se fosse um imperador, olhando com frieza para todas as pessoas presentes.

Vendo esses velhotes que quase nunca davam com as caras na empresa, os cantos da boca de Raviel se levantaram, deixando escapar um sorriso frio.

- Que dia especial é hoje para trazer todos vocês aqui? - sua voz era firme e clara, como se cada palavra estivesse golpeando diretamente as pessoas presentes.

E ninguém quis responder essa pergunta de primeira.

Eles estavam aqui hoje por causa dos boatos de que Raviel tinha sido sequestrado.

Recebendo essa notícia, todos queriam vir para conferir se era verdade.

Se fosse verdade, então o Grupo Barisque Royale ia mudar de líder.

Mas vendo Raviel inteiro e vivo diante de seus olhos, eles souberam que os boatos eram falsos.

- Já faz muito tempo que não vínhamos à empresa, então damos uma passada para dar uma olhadinha em nosso sobrinho querido. - Depois de alguns momentos de silêncio geral, falou a pessoa mais velha do grupo, Sr. Fonseca.

Assim que ele terminou de dizer essas palavras, a atmosfera de seriedade se amenizou, e as pessoas ao redor também deram um suspiro de alívio ao concordarem com ele.

Raviel sabia muito bem os pensamentos desse bando de cínicos, mas ele também não os desmascarou, seguindo em suas palavras:

- Eu também não vejo vocês há muito tempo, que tal hoje almoçarmos juntos?

- Não precisa, eu ainda tenho coisas por resolver em casa, vou indo primeiro - disse Sr. Fonseca se levantando com o apoio de sua bengala, caminhando em direção a porta.

Seguindo-o, todos da sala de reuniões foram indo embora aos poucos.

No fim, sobrou Raviel sozinho.

Nessa hora, seu olhar escureceu ainda mais, e o ar ao seu redor ficando tenebroso.

- Saymon.

- Sim, Sr. Presidente - respondeu seu ajudante Saymon Santana vindo do lado de fora da sala.

- Vá investigar quem está por trás disso tudo.

- Sim, senhor - acenou ele de acordo. Mas antes que pudesse sair, Raviel o chamou outra vez.

- Espera aí, vá primeiro ao hospital e leva um milhão para aquela mulher - disse Raviel. Suas pupilas se contraindo ao lembrar da aparência de Andreia.

Lembrando de quando ela falou sobre pagar a ele pelo acidente, sua expressão séria se suavizou muito.

Mas ele não gostava de dever para as pessoas, e dessa vez, também.

Porém, quando Saymon chegou ao hospital, Andreia tinha acabado de ir embora, e a enfermeira perdeu o bilhete que ela havia deixado com o número de telefone.

Uma semana se passou, e Andreia não recebeu nenhuma chamada daquele homem.

Pensando que ele provavelmente não estava mais mesmo se importando com isso, o pecado invisível no coração de Andreia finalmente se afrouxou.

Hoje era um dia ensolarado e, por cima, também era fim de semana.

Andreia parou seu carro no estacionamento do shopping. Aqui tinha uma sorveteria muito famosa.

Ela gravou isso em sua memória porque sua Giovana adorava tomar sorvete.

Depois de vinte minutos na fila, finalmente chegou a vez deles.

- De que gosto você, Vanna? - perguntou Andreia abaixando a cabeça.

- Morango, quero de morango. - Nesse momento, Giovana estava toda alegre, e a felicidade transbordava pela sua voz.

Terminando de perguntar para sua filha, Andreia se virou para seu filho.

- Dani, e você?

- Eu não quero, isso é coisa de menininha - disse Dani com cara de desprezo, e saiu de perto delas.

Assim que se virou, ele captou sem querer em seu olhar uma mulher do outro lado do shopping, dentro de uma loja de roupas. Aquela não era a mulher malvada naquele dia do desfile?