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Cap. 6

Cibele Floros

FLORENÇA/ITÁLIA | 19:00

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— Seja bem-vinda, Cibele. — o meu novo senhorio me cumprimentou.

Me despedi brevemente da Antonella com a certeza de que nos veremos amanhã na empresa, a própria falou que faz questão de estar presente quando eu iniciar o trabalho.

— Até amanhã, vou te passar o endereço direitinho por mensagem — fiquei de acordo —, por favor, não se atrase, tem que deixar uma boa impressão no primeiro dia. Thomás é extremamente chato com isso e se tem uma coisa que não atura é atrasos.

— Pode deixar! Amanhã às 7 estarei na porta da empresa. — fiquei admirando o carro ganhar velocidade nas ruas de Florença e quando sumiu de vista me voltei para o senhor à minha frente.

— Vamos, vou te ajudar a subir com as suas malas. — agradeci e juntos fomos para o elevador — Espero que goste. Até tenho um apartamento todo mobiliado, mas já foi alugado.

— Não se preocupe, logo estarei mobiliando esse aqui, muito obrigada por me ajudar. — peguei meu telefone para fazer a transferência — estou deixando seis meses de aluguel pago, porque é o tempo necessário que preciso para ter estabilidade e organizar a minha vida aqui em Florença.

— Tudo bem, qualquer coisa, moro no primeiro apartamento do segundo andar, número 201, é só bater.

— No momento, a única coisa que preciso é o número do telefone de algum lugar que forneça jantar. — pedi enquanto coloco as duas malas para dentro.

— Tenho um aqui, vou te passar. — ele me enviou o número e disse que a entrega é rápida. — Qualquer coisa não hesite em me chamar.

— Muito obrigado, senhor Antônio. Agora descansarei, porque amanhã começo cedo no trabalho. — nos despedimos e fechei a porta.

Como deduzi que aqui não teria roupa de cama, me precavi e trouxe as minhas, pois a noite está bem fria e não será necessário nem ligar o ventilador.

Ele já tinha me mandado algumas fotos do lugar.

— Na foto a cozinha parecia maior, mas é um ovo. — murmurei mexendo no pequeno armário.

Voltei para o quarto e fui direto na minha mala menor, porque trouxe alguns utensílios para a casa. Peguei uma das minhas roupas de cama e rapidamente coloquei uma cortina na janela, visto que aqui de frente tem um outdoor e nem de muito longe eu conseguiria dormir com essa claridade toda na minha cara.

Fui para o banheiro que é realmente grande e muito bonito.

— Planejo tomar uma ducha relaxante e dormirei bem cedo.

Estava prestes a entrar debaixo da água quando me lembrei que não pedi a comida. Voltei ao quarto e fiz o pedido, me prometeram que entregariam em 20 minutos.

— É o tempo necessário que precisava para tomar um banho.

Ia dar 9h da noite quando me alojei na minha caminha e dei graças a Deus pelo colchão ser bem confortável. Por conta do cansaço e do estresse que passei durante o dia, não demorei muito a pegar no sono.

SEGUNDA-FEIRA | 05:00

Acordei com o barulho do despertador. Com uma euforia gostosa, me coloquei de pé e comecei a arrumar a cama.

— Primeira coisa que farei hoje na hora do almoço será comprar alguns utensílios para essa casa, não posso viver de delivery. Tenho que me alimentar decentemente.

Procurei na minha mala um terninho que havia separado para trabalhar, como pretendia fazer estágio em alguma empresa, possuo roupas adequadas, trabalhar como assistente pessoal de um CEO bem famoso.

— Vamos lá, primeiro passo para a estabilidade financeira, depois mobiliar esse apartamento, porque gostei muito daqui.

Com calma, peguei a roupa desejada e fui tomar um banho para ficar bem apresentável.

— Afinal estarei na presença do Thomás Caputo, na verdade, nem sei quem é, mas se tem titulo de CEO deve ser importante — durante o processo fiquei mentalizando coisas boas só para o universo conspirar a favor — Não aceito voltar para Grécia!

Infelizmente chorei por lembrar do relacionamento que acreditei ser perfeito.

— A realidade é dolorosa, todavia, superarei isso e nunca mais quero estar na presença desse desgraçado!

Decidi deixar meus pensamentos de lado e fui me arrumar. O meu terninho é composto por uma calça justa preta que vai até meu tornozelo, um blazer que as mangas vão até o antebraço e possui dois bolsos nas laterais. Coloquei um sutiã preto e uma blusa social branca de pano bem levinho.

Peguei minha bolsa vermelha e meu Scarpin na mesma tonalidade. Fiz um coque justo, por meus cabelos serem grandes e se fosse frouxo soltaria com muita facilidade.

— Farei uma maquiagem bem levinha, não quero passar uma imagem vulgar e nos meus lábios passarei um brilho somente.

Como estou ansiosa e Antonella disse que as 06:30 já está disponível o acesso à diretoria, vou me adiantar.

— Quero estar lá quando ele chegar. — olhei as horas e vi serem 06:20 — Como vou andando, acho melhor sair agora.

Realizei uma oração de proteção e saí sentido ao elevador.

Devido ao horário as ruas estão começando a ficar movimentadas.

— Tenho que ir devagar para não me perder. — murmurei checando as instruções, pois moro a uma quadra da empresa.

Vinte e três minutos de caminhada cheguei no endereço.

— Vou trabalhar aqui e muito em breve terei uma mesa do setor de economia, visto que me especializei para essa área. — passei pela porta giratória, comuniquei a um segurança que sou a nova assistente do Thomás e ganhei um crachá temporário.

— Tenha um bom dia, senhorita Floros. — desejei um ótimo dia a ele também e segui para o elevador da diretoria — 1902 — digitei o código de liberação do elevador privado da diretoria e me lancei dentro dele.

— Vamos arrasar Cibele. — murmurei baixinho.

— Segura o Elevador! — uma voz grave exigiu e obedeci.

Um homem muito grande, bem trajado, de um terno impecável invadiu o pequeno cômodo e seu perfume impregnou todo o ambiente.

Sua mandíbula bem delineada molda um rosto másculo perfeito. Notei que fez a barba hoje, pois na ponta do seu queixo tem um pequeno corte.

Seus olhos azuis caíram sobre mim e me antecipei para não ficar babando sua beleza:

— Bom dia! Qual andar? — perguntei enquanto admiro seus lábios grossos que devem esconder um lindo sorriso.

— Cobertura! — sua voz é ainda mais encantadora a centímetros de mim.

— Ok? — lhe dei um sorriso para disfarçar meu nervosismo, por estar na presença de um homem tão bonito.

No meu bairro não tem homens assim!

— Desculpa minha intromissão, mas você é quem? Porque esse elevador não é de acesso público, ele pertence somente à diretoria. — fiquei tão nervosa que engoli em seco.

Fiz uma breve oração aos céus antes de me apresentar, porque se ele for o Thomás pode estranhar minha chegada bem antes do previsto.

Deus me ajuda…

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