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Capítulo 4

Fernanda

O homem de preto está na boate, como isso é possível? Depois de tantos sonhos frustrantes eu simplesmente vou encontrá-lo em uma noitada?

Oh meu Deus, o homem de preto está na boate.

Paraliso em choque, meus pés não obedecem ao meu comando e minha voz não sai.

As pessoas parecem não notar o meu desespero, continuam dançando ou o que já estavam fazendo.

Será que estou em um sonho?

Não consigo descrever o meu sentimento quando vejo que o homem está saindo do seu esconderijo e caminhando em minha direção, meu coração grita socorro mas a minha boca não se abre, agora tenho certeza que estou dentro de um pesadelo, só pode ser, mas onde está a lua? Será que eu a magoei e por isso ela decidiu não aparecer?

Desta vez o sonho é diferente, desta vez eu sinto que verei seu rosto. Sinto algo dentro de mim se remexendo em expectativa, algo dentro de mim reagiu e consegui mudar minha expressão de desesperada para triunfo... Por que estou com medo afinal?

Eu sei, eu posso estar em perigo, mas eu tentei ver o rosto dele por meses, e dassa vez eu sei que irei ver. É pessoal para o lado dele, concerteza a lua deu o meu recado.

Parece uma cena de cinema, as luzes ajudam a dar uma impressão misteriosa e assustadora para qualquer pessoa, não para mim.

E como em toda cena tem o ator, essa não poderia ser diferente. 

—Oh! — eu digo à cada parte do seu corpo que vai aparecendo em minha vista, pois está mais nítido que qualquer outro sonho que eu tive, e quando finalmente posso ver a sua face meu queixo quase se desloca.

Uma mistura de realeza com aqueles galãs de cinema, o cara parece ter saído daqueles filmes épicos, do qual com certeza ele seria o protagonista principal.

Suas vestes são as mesmas de sempre, seu cabelo impecável também como sempre... Ele está há uns seis passos de mim quando os meus olhos se prendem em seu olhar.

Eu não consigo destinguir a real cor dos seus olhos, não dá pra dizer com certeza se são acizentados ou azuis clarissimos, são hipnóticos, disso eu sou a prova.

Com uma postura exageradamente reta,  o homem se aproxima finalmente de mim, me analisa por alguns longos segundos, o que me perturba, depois de todos os sonhos ele ainda não me viu direito? Mas que seja, pelo menos assim posso ficar olhando para ele e olhando... Como pode ser tão lindo? Ninguém me belisca, eu não quero acordar.

— Interessante — diz com a mão esquerda nas costas e mão direita passando sobre o queixo, olha nos meus olhos com uma expressão indecifrável, sua voz soa como um trovão de tão grossa — perdão, senhorita Fernanda, permita-me que eu me apresente — segura a minha mão direita que nessa altura ja está tremendo — me chamo Edéreck, mas, por bondade me chama de Edgar, eu prefiro assim — me sorri gentilmente antes de completar — eu tinha outros planos para hoje, entretanto soube que me desafiou e, senhorita — coloca as duas mãos atrás das costas e me olha bem no fundo dos olhos — eu adoro desafios!

— Ah! então a lua te deu o recado — eu digo irônica e incrédula.

Ele sorriu de canto antes de me responder:

— O fato é que eu estou aqui senhorita Fernanda, e quero saber o que deseja falar comigo e o por que me insultou perante o luar — isso foi sombrio.

Que espécie de sonho é esse que eu tenho?

Eu nunca mais vou sonseguir arranjar um namorado, pois vai ser impossível eu encontrar alguém que eu ache tão belo quanto ele.

— Fernanda! Tudo bem amiga? — Juliana chega com tudo em cima de mim e eu acho isso muito estranho, considerando que eu estou sonhando — não vai me apresentar seu amigo?

Ela encara o Edgar descaradamente e ele sorri para ela.

— Prazer senhorita Juliana, me chamo Edgar — eu fiquei boiando.

— Juliana, saia do meu sonho agora! — eu disse para ela que riu de mim.

— Você falou de mim pra ele, Fer? Isso sim é amiga, em?

— Juliana vai lá dançar, beber, beijar, só saia do meu sonho, pode ser?

— Ah, entendi, ele já é seu, né? — piscou pro Edgar e pra mim e finalmente se afastou.

Encaro Edgar decidida a parar de me encantar e começar a tirar satisfações.

— Quer por favor me dizer o que está acontecendo? Por que a lua não está com você hoje? Ela está brava comigo? Por que você fica aparecendo nos meus sonhos? Como sabe o nome da minha amiga? Quer por favor me esclarecer esses pontos?

Edgar parece confuso e me olha sem entender.

— Quer ser mais clara, senhorita? — ele está se fazendo de bobo?

— Quer parar de me chamar de senhorita? Por que você me perturba durante os sonhos? E cadê a lua? Quem é você? Você é humano? — esse é o meu apce da loucura.

Está claro que ele não é humano. E eu deveria parar de brigar com ele e tentar lançar o meu sorriso sedutor, eu estava prestes a mudar de tática quando ele respondeu algo que eu não esperava:

— A lua deve estar no céu senhorita Fernanda, e considerando que você falou com ela e me citou durante o ato, eu presumo que você saiba algo sobre mim... o que me leva a perguntar, quem é você, senhorita Fernanda?

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