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3

Perpetua narrando

Eu estou esperando Kaique que chegaria hoje, tinha arrumado toda a casa para esperar para ele e tinha me arrumado também, de manhã bem cedo tinha ajudado meus tios a tirar a rede do mar e agora estava tudo organizado para esperar ele.

Ele tinha construído uma casa para mim aqui mesmo no vilarejo, então eu estou morando sozinha, meus tios moram ao lado.

— Ele chega hoje? – Minha tia pergunta

— Sim – eu respondo – deve estar chegando.

— Quando ele vai te levar para morar na cidade grande com ele? No Rio de Janeiro.

— Eu não quero ir para lá.

— Por que não? – minha tia pergunta

— O que vou fazer no Rio de Janeiro? – eu pergunto para ela.

— Ficar ao lado dele, Kaique é estranho e não sei se deve confiar nele.

— Tia, para com isso – eu falo – ele é um homem bom, ele me ama.

— Sei – ela fala saindo.

Eu fico esperando ele o dia todo e nada dele chegar, era quase meia noite quando escuto o som de um carro se aproximando da casa, eu me levanto, ligo a luz e vejo Kaique, eu abro um sorriso, ele abre a porta de trás e tira um bebê conforto.

— Quem é? – eu pergunto para ele estreitando os olhos.

— A filha da minha irmã.

— Sua irmã?

— Minha irmã foi morta pelo marido – ele fala – eu preciso de ajuda para cuidar dessa criança, eu tenho medo que ele consiga a guarda da criança na justiça e faça mal a ela, olha o que ele fez com ela – ele fala mostrando ela e eu vejo que ela não tinha uma das mãos.

— Meu Deus, ele fez isso com ela? – eu falo olhando para aquela menina que era tão linda.

— Fez , eu preciso que ela fique aqui por um tempo.

— Comigo?

— Sim – ele fala – será que você me ajuda.

— Ajudo – eu respondo – vem vamos entrar.

— Eu trouxe as coisas dela. Vou pegar – ele me entrega o bebe conforto.

A menina começa a chorar e eu tiro ela do bebê conforto, ela estava inquieta de mais e deveria está sentindo dor.

— Kaique precisamos levar ela no médico para ver a mãozinha dela.

— Ela está bem, eu levei – ele fala – tenho todos os antibióticos e remédios aqui, eu não consigo sabe imaginar quem poderia fazer essa maldade com uma criança, um recém-nascido.

— Crueldade de mais – eu falo engolindo seco.

Ele traz todas as coisinhas de dentro e meus olhos brilha na mesma hora que ela abre um pequeno sorriso quando ganha o aconchego dos meus braços, ela deve está sentindo falta da sua mãe também, tão pequena, tão indefesa e passando por tanta dificuldade já desde pequena.

— Eu vou cuidar de você, eu prometo – eu respondo.

Brenda narrando

— Eu quero a minha filha – eu falo para o meu pai.

— Sua filha está longe – ele fala me olhando – bem longe e nesse momento Carioca está achando que você a matou.

— Eu fiz o que? – eu pergunto chorando.

— Nos cortamos a mão da Vitoria e enviamos a ela.

— Você é um monstro – eu grito e tento avançar nele, mas estava acorrentada.

— Você vai ficar aí, até aprender que não deveria ter teimado comigo.

— Você mutilou a minha filha, ela é uma criança, uma recém-nascida, ela pode morrer.

— Ela não vai morrer – ele fala me olhando – foi tudo muito bem pensado e com médicos, não se preocupa.

— Você é um monstro – eu grito

— Se você tentar fugir de mim, Carioca vai estar pronto para te pegar lá fora – eu o encaro – você não tem saída, a não ser aceitar o seu destino.

Ele sai e eu começo a chorar muito pensando na minha pequena Vitoria, a merda que eu fui fazer, se eu tivesse ficado no morro e contando para Carioca, era eu que tinha morrido e não a minha filha ter passado por isso.

Liberdade ao Carioca, [14/03/2023 00:54]

Capítulo 6

Carioca narrando

Algumas semanas se passaram e as coisas estão pretas por aqui, tudo que eu queria era encontrar a Brenda e matar ela.

— Pega leve – Medeiros fala tirando toda a droga de cima da mesa – tu tá se drogando de mais.

— Eu quero matar aquela filha da puta.

— Tu já matou dois moradores ontem com dividas pequenas, daqui a pouco tu acabou com os moradores do teu morro, para com isso.

— Me deixa caralho – eu falo – eu to com raiva dela, ela matou a minha filha e mentiu para mim.

— Eu sei disso, está doendo em todos nós a morte da Vitoria, mas você precisa ficar calmo.

Eu me levanto saindo da boca , eu subo em cima da moto.

— Cara para com isso – Medeiros fala tentando me impedir de sair.

Eu ligo a moto e saio a mil para fora do morro, minha cabeça está explodindo e eu estou com raiva do mundo e de tudo. Raiva era pouco, eu não sei se eu respondia por mim se eu encontrasse a Brenda.

Eu paro na frente do prostibulo e entro para dentro, ninguém sabe quem eu era, esse era o mesmo que eu tinha encontrado a Brenda.

— Hugo, quanto tempo – a dona da casa fala.

— Eu quero uma mulher – eu olho para ela – manda me esperar no quarto.

— Eu tenho uma ótima para você, do jeito que você gosta.

— Eu espero que ela seja boa mesmo porque a última.

— A brenda? – ela pergunta

— Uma vagabunda , traira – eu olho para ela.

— Essa é boa.

Eu bebo umas quatro copos de bebida um atrás do outro e vou em direção ao quarto, quando entro, encontro uma menina que deveria ser mais nova que a Brenda a mesma tinha cabelo longo e cacheado, ela me olha com os olhos arregalados.

— Como é seu nome? – eu pergunto

— Heloise – ela fala baixo

Eu olho para ela e me aproximo dela, a mesma estava tremendo toda, eu encosto a minha mão na pele dela e ela ainda continua tremendo.

— Por favor não – ela fala chorando e me encarando e eu a encaro – por favor – ela chega a soluçar em poucos segundos – me tira daqui.

— Que merda – eu olho para ela – nunca vi um traficante com pena de Puta.

— Eu não sou puta – ela me olha falando – a minha mãe morreu e dizem que ela me vendeu para esse lugar, eles não querem me deixar ir embora.

Eu tiro a arma da minha cintura e aponto para ela.

— Eu to drogado porra e bêbado, tu tá mentindo para mim?

— Não – ela fala com os olhos arregalados.

— Porque se tu tá mentindo eu te mato.

— Não, eu não estou – ela fala.

— Então vamos pular a janela.

— O que? – ela pergunta

— Vamos pular a janela porra – eu falo – eu vou te tirar daqui.

— Eles vão matar a gente.

— Eu sou dono da maré porra, acha que alguém vai me matar?

— Mas – ela fala nervosa

— Quer fugir ou não? A hora é agora.

Ela assente com a cabeça, eu arrebento a janela com um tiro, eu pulo e mando a garota pular, ela faz isso.

— Só cuida que tem uns cara louco ali – eui falo

— Onde?

— Ali – eu aponto vendo os homens de branco

— Não tem nada.

— Tem sim, porra.

— Você tá drogado e bêbado – ela fala tentando se soltar da minha mão.

— Você vem comigo – eu falo

— Entra ai porra no carro.

— É seu carro? – ela pergunta

— Não – eu respondo

— Entra – eu olho para ela.

Ela entra no carro e eu faço uma ligação direta e vamos parar no morro da maré, eu levo ela para minha casa.

No outro dia acordo e vejo a garota nua na minha cama, eu olho para ela e me levanot, olhando pela janela vendo o carro de sei lá quem, eu desço.

— Jão – eu chamo

— Oi – ele fala

— Leva esse carro no prostibulo, paga pela garota que tá aqui, paga a divida dela e traz minha moto.

— Ok – ele fala.

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