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4 anos antes.....
Brenda narrando
Vitoria está chorando muito e sei que ela está nervosa por causa de mim, o meu leite não está descendo e Carioca está na boca, as coisas estão cada vez mais difícil e se tornando ainda mais complexa.
Meu celular toca o tempo todo e era meu pai, ele queria que eu terminasse o plano, que era matar Carioca, mas eu não podia matar o pai da minha filha e o homem que eu amo.
Flash black onn
— Isso é muito complexo – eu olho para o meu pai.
— Não é não Brenda – Kaique fala – escuta o que o Antonio está falando.
— Vocês dois estão querendo em jogar na boca do leão, ele vai me matar.
— Você vai matar ele primeiro – meu pai fala – Kaique tem razão quando pede para você me escutar, você já está envolvida com ele, agora você só precisa ficar um pouco mais envolvida e na hora certa dar o bote.
— E matar ele porque? – eu pergunto – Pai, o senhor está a tanto tempo infiltrado dentro da rocinha.
— Por isso mesmo – ele fala – para acabar com cada um deles e agora você pode me ajudar acabar com Carioca, eu sou seu pai e tudo que eu faço também é pensando em você.
Eu suspiro e acabo assentindo a esse plano doido dele, ele me prometeu que nada aconteceria comigo.
Flash black off
Eu desligo meu celular para evitar que ele fique me ligando, olho pela janela e vejo Carioca conversando com Medeiros o sub do morro e o primo dele também. Meu pai quer que eu mate ele, mas eu me apaixonei profundamente com Carioca, não estava nos planos que quando ele me trouxesse para o morro, eu iria engravidar e nasceria Vitoria que era a criança mais linda do mundo, a minha filha e filha de Carioca.
Eu vejo que ele está subindo para casa e escondo o celular que eu uso para falar com meu pai.
— Brenda? – ele entra no quarto depois de algum tempo e eu faço sinal para ele falar baixo – ela dormiu?
— Acabou de dormir, acho que está com um pouco de cólica, meu leite também não está descendo muito.
— Você anda nervosa de mais – ele se aproxima passando a sua mão pelo meu rosto – eu sei que talvez eu preciso ficar mais tempo aqui com você, para te ajudar nessa fase, mas Vitoria nasceu e parece que os problemas também.
— Está tudo bem meu amor – ele me abraça – você me ajuda muito e sempre está aqui do nosso lado, eu posso dar um grito, você vem correndo.
— É isso mesmo – ele me beija – você falou com a pediatra? – ele pergunta todo preocupado.
Eu jamais imaginei Carioca sendo um pai assim, preocupado e zeloso pela sua filha e por mim também, todo mundo tinha uma visão muito diferente dele, um homem sem pudor, de poucos amigos e realmente ele era assim da porta para fora de casa e esse era o meu maior medo, que ele descobrisse a minha traição, porque eu sei que ele me mataria na mesma hora.
— Eu pedi para um vapor comprar o leite para ela , ela liberou para dar – eu falo
— Vai tomar um banho, eu fico de olho nela.
— Eu já tomei, pode ir você – ele assente.
— Eu já volto.
Quando ele vai para o banho, vejo seu rádio tocar e ele começa a xingar alguém e manda passar a bala em uma pessoa, ele fala baixo por causa da Vitoria dormindo, eu volto a olhar ela dormindo e sinto uma paz enorme olhando para minha filha.
— Tudo que eu quero é te proteger, mas eu já não sei como – eu falo engolindo seco.
Eu não tinha para onde fugir, eu ajudava meu pai e matava o Carioca passando por cima de todos os meus sentimentos ou ele iria descobrir tudo e iria me matar sem pensar duas vezes ou sequer me escutar, não tinha negociações com Carioca, só tinha duas opções, está ao lado dele ou não.
4 anos antes.....
Brenda narrando
Carioca tinha levantado cedo e estava ninando Vitoria na sacada, eu tinha pegado no sono depois da última mamada dela e acordo e ele estava conversando com a filha.
— Olha princesa a sua casa – ele fala para ela – aqui onde você vai crescer, eu vou te ensinar amar esse lugar da mesma forma que eu amo.
Eu abro um sorrindo vendo ele conversar com ela, ele demonstrava um amor imenso pela filha.
— Bom dia – eu falo sorrindo
— Olha, sua mamãe acordou – ele fala – bom dia. – ele sorri
Eu vou para o banheiro, tomo um banho, escovo os meus dentes e os meus cabelos.
— Eu tenho médico hoje e sua tia vai olhar ela para mim – eu falo para Carioca.
— Ok – ele fala – alguém pode te acompanhar.
— É rápido, eu vou e volto dirigindo, não devo demorar.
— Ok – ele fala
— Só não quero tirar ela de casa ainda tão pequena.
— A minha tia vai cuidar bem dela – ele coloca ela no berço – tenho uma reunião com Jk e Vitinho que estão vindo para o morro, a gente se ver mais tarde.
— Estão tramando algo? – eu pergunto – não é nada perigoso né Carioca?
— Não – ele fala – fique tranquila – ele beija a minha testa e desce as escadas.
Eu termino de me arrumar e organizo as coisas de Vitoria, pego ela no colo e saio de casa, encontrando Ursula.
— Bom dia, Brenda – ela fala sorrindo me encarando.
— Bom dia – respondo seca.
— Deixa eu ver a menina – ela fala
— Não – eu olho para ela – você não vai chegar perto da minha filha.
— Qual é o medo? Que eu tire um pedaço dela?
— Minha filha não precisa de pessoas invejosas como você vendo ela – eu passo reto.
— Nojenta, está se achando por ser fiel dele.
— Tudo que você qureria né? – eu pergunto para ela e ela me encara fechando a cara.
Eu vou até a casa de Salete e encontro Medeiros lá.
— A minha princesa chegou – Salete fala
— Oi – eu respondo
— Fala aí Brenda – Medeiros fala – deixa eu ver essa pequena.
— Pega com jeitinho – eu falo
— To pegando – Medeiros fala
— Eu vou indo se não vou chegar atrasada na consulta.
— Quer que um vapor te leve?
— Não precisa, eu vou dirigindo
— Mas você acabou de ter a criança – Medeiros fala.
— Ué, mas não estou invalida – eu falo – eu já volto Salete, qualquer coisa me liga.
— Pode deixar – ela fala.
Eu entro dentro do carro e vou em direção a saída do morro, logo eles liberam a minha saída e eu saio, eu queria evitar tirar Vitoria do morro e só estava indo porque tinha a consulta de retorno ao ginecologista.
Quando estava saindo na avenida, dois carros param na minha frente, eu tento dar ré, mas mais um carro para na minha frente me impedindo de ir para qualquer lugar, Kaique desce do carro e alguns homens armados também, ele vem em minha direção e entra no lado do carona.
— Por que não atende as minhas ligações Brenda e do seu pai?
— Está perigoso – eu olho para ela – você acha que não tem ninguém de olho em mim e acha que Carioca não vai ficar sabendo disso?
— Eu quero ele morto.
— Ele é pai da minha filha – eu olho para ele.
— Ela não precisa de um pai de merda que nem ele é – ele fala – mate ele – ele me entrega uma arma – mate ele, você tem dois meses. Seu pai não quer mais saber de você envolvida com ele.
— Não – eu respondo
— Mata ele – ele fala – senão você vai se arrepender.
— Você está me ameaçando?
— Estou – ele fala me encarando – eu quero que você o mate como combinado, eu tenho pavor de quem não cumpre as coisas comigo.
— Você quer que eu mate ele e não pensa que eu tenho uma filha com ele – eu olho para ele.
— Você se apaixonou por ele e seu pai já disse que não vai admitir isso, ele quer o Carioca morto.
— Eu odeio você – eu olho para ele. – odeio meu pai, odeio vocês todos.
— Você está iludida – ele fala – um mês, se não eu vou resolver do meu jeito.
Ele sai do carro e entra no carro de onde ele saiu, os carros que me pararam, começam andar e eu tremendo toda ligo a chave do carro, olho para o banco e vejo a arma que ele deixou em cima do banco.
Eu não mataria Carioca, eu tinha que achar uma forma para fugir disso.
Medeiros narrando
Eu entrego a pequena Vitoria para minha mãe.
Liberdade ao Carioca, [12/03/2023 16:24]
— Olha o que a Brenda esqueceu – minha mãe fala – os exames dela.
— Eu levo para ela, vou sair do morro resolver umas coisas.
— Ok – minha mãe fala
Eu pego os exames e subo em cima da moto colocando o capacete, eu ia até o morro da Rocinha resolver umas coisas por lá, quando ia me aproximar do carro de Brenda uns carros param em volta dela, eu pego a arma e o rádio, mas é quando eu vejo Kaique entrando no carro dele, a forma que ele anda é com serenidade e entra sem que ela grite ou tente se defender dentro.
Ele demora uns cinco minutos lá dentro e sai, ele entra nos carros e os carros anda.
Eu estreito os olhos e Brenda demora para andar com o carro mas anda depois indo para a consulta, eu sigo o carro dela normalmente, ela para o carro na frente do consultório e eu paro a moto.
— Brenda – eu falo e ela se vira branca e pálida.
— Medeiros? – ela pergunta
— Você esqueceu os seus exames – eu olho para ela e ela com a mão tremendo pega os exames que eu alcanço para ela.
— Você veio trazer? – ela pergunta
— Vim – eu respondo – Entra no carro – eu mostro a arma para ela.
— Você está falando isso porque viu Kaique?
— O que ele queria? – eu pergunto
— Dar um recado para Carioca – ela fala nervosa – só que eu estou com medo, eu não sabia se voltava e se continuava.
— O que ele disse?
— Que vocês do morro fizeram algo contra ele – ela fala – e que se continuarem no caminho dele, as pessoas mais importante pode pagar por isso , ele meteu uma arma na minha cabeça – ela fala tremendo.
— Esquece o exame, você vai voltar para o morro agora comigo e vamos conversar com carioca.
— Por favor não – ela fala – Carioca é todo desconfiado e estourado, ele é capaz de começar uma guerra, você sabe como ele é.
— Não é certo esconder dele isso – Medeiros fala.
— E ai ele começar uma guerra com a Vitoria recém nascida? Você sabe que Carioca não pensa em consequencia nenhuma e nem nas vidas que pode se perder se uma guerra começar, ele só quer sangue escorrendo por todos os lados – ela me olha – por favor, você já está sabendo, eu estou no meu puerpério.
— Eu não deveria fazer isso, eu não vou contar a ele, mas você não sai mais do morro sozinha – eu falo – entra no carro e vamos voltar para o morro agora.
— Ok – ela fala com as lagrimas escorrendo sobre o seu rosto.
Liberdade ao Carioca, [12/03/2023 23:58]
Brenda narrando
Dois meses depois....
Eu não saia de dentro desse morro para nada, o tempo que Kaique e meu pai me deram já tinha passado e eu estava morrendo de medo, de que algo pudesse acontecer do nada, todos os dias eu dormia e acordava com medo, a única coisa que me dava foras aqui dentro era minha filha.
— Ei – eu falo balançando Carioca que estava quase dormindo.
— Oi – ele fala
— Você está acordado?
— Agora estou – ele fala
— Eu amo você – eu respondo para ele e ele me encara.
— Eu também te amo – ele abre os olhos e me encara.
O quarto não estava totalmente escuro porque tinha a luz do poste da frente da casa refletindo nele, Carioca me abraça, eu sinto sua respiração cansada e ele acaba adormecendo abraçado em mim, eu passo a minha mão sobre o seu rosto.
Eu estava preste a fazer a maior loucura da minha vida e estava com o coração apertado de mais, mas eu não tinha coragem de contar a ele toda a verdade, porque eu sei do que ele é capaz de fazer, eu sei que ele é capaz de tanta coisa e sei que ele jamais me perdoaria.
O rádio dele começa apitar logo cedo e eu acordo com Vitoria chorando, ele dar um pulo da cama,
— O que aconteceu? – ele fala enquanto eu pego Vitoria do berço.
— Estamos com problemas Carioca – Medeiros fala – Kaique está com os policiais dele rondando o morro.
— Estou descendo para boca – ele fala
— Carioca – eu falo
— Não saia do morro – ele fala – e nem mesmo chega perto da entrada, aquele policial filho da puta está rondando o morro já faz um tempo.
— Faz um tempo já? – eu pergunto – é perigoso ele invadir?
— Ele não vai ousar fazer isso – Carioca fala se aproximando – eu amo vocês – ele beija a Vitoria e depois a mim – fica com celular ligado.
— Ok – eu respondo.
Carioca pega a arma e desce correndo, não estava nos meus planos matar ele por mais que se ele soubesse de tudo, me mataria seria a única opção que ele iria ter.
Eu arrumo uma bolsa com algumas coisas da Vitoria e coloco , apenas o necessário para sair do morro até conseguir comprar, dentro do escritório de Carioca, ele guardava dinheiro vivo em vários lugares, eu entro e pego o máximo que eu consigo para fugir. Eu deixo uma carta para Carioca dentro de uma gaveta do quarto de Vitoria.
Eu pego a Vitoria e saio do morro, encontrando Ursula.
— Ola fiel – ela fala
Eu a ignoro e ela me encara e eu começo a subir o morro , as pessoas me cumprimenta e eu apenas retribuo, eu chego no topo do morro que sempre tinha pouco movimento e tinha a descida por um matagal, eu começo a descer aquele matagal com a Vitoria em meus braços, quando eu saio na estrada, eu olho para os dois lados e não consigo nem fugir, dois carros vem alta velocidade, eu tento fugir mas o carro me persegue e eu acabo paranod quando quase caio com a Vitoria.
— Me entrega a garota – ele fala
— Naõ, minha filha não – eu respondo
— Me entrega a criança – ele fala
— Eu já disse que não. – ele aponta a arma na minha cabeça, assim como os outros e Kaique aponta para cabeça da Vitoria.
— Deixa ela – eu respondo – o que você vai fazer com ela?
— Me entrega ela e ela fica viva, se você não me entregar ela vai morrer – ele fala
— Naõ – eu falo
— Tirem dela – dois homens vem para cima de mim.
Eu tento impedir mas um vem e me segura e os outros dois tiram a Vitoria do meu colo, eu grito desesperada.
— Me solta – eu respondo – me solta , me de a minha filha, não – o cara fala colocando a mão na minha boca.
Eu só vejo meu pai entrando no carro com a Vitoria e eu acabo desmaiando ali mesmo.