Capítulo 6
Fiquei encostado na árvore, de olhos bem abertos, e só me mexi quando ele voltou para casa. Então olhei para Allison e vi que ela estava chateada.
— Eu o amo no fundo, ele é meu irmão mas às vezes ele pode ser um pouco estúpido, eu sei... —
- Só um pouco?? — Nós dois começamos a rir, já faz muito tempo que eu não ria com ninguém além da minha Ally, quem sabe como ela é, não tenho notícias dela desde o hospital, tenho que compensar ela.
Eu não queria admitir, mas... Meu coração ainda batia forte, minhas mãos ainda tremiam e, mesmo que ele tivesse ido embora, eu ainda o sentia. Ele não queria admitir, mas tinha sido... emocionante.
— Sabe, Cinque não era assim antes, ou pelo menos era, mas desde então... — ele se interrompeu e depois continuou — ...ele fez assim, já chega! Mas ele também é gentil e atencioso. cinco pensativos? Eu não consigo imaginar isso.
"Ontem à noite", virei-me para olhar para o rosto dela. — Você e cinco estavam conversando sobre algo.. —
Por um momento acho que a vi tremer de choque. —Deve ter sido a sua imagem, não dissemos uma palavra. -
— Mas lembro que você estava falando sobre... alguma coisa... — tentei me forçar a lembrar. Remédios estúpidos.
“Devem ter sido os remédios da Valentina, está tudo bem”, disse ele, voltando para dentro.
Mas por que ele está fazendo isso, brincamos até recentemente, essa família é estranha, mas por que estou aqui, deveria estar na minha casinha, rodeado dos meus amigos, os poucos que tenho.
Chega, estou indo embora.
Valentina finalmente estava em casa, depois da cena com Allison, mas principalmente Cinque ela decidiu ir embora.
Foi tolice da parte dele pensar que poderia ficar lá, que poderia ter outra família.
Ao retornar para sua casinha onde morava há quase anos, encontrou-a tão fria que já não era tão aconchegante como antes, talvez por se sentir sozinha.
A campainha tocou. Uma figura alta destacava-se além do vidro fosco.
Valentina suspirou e foi abrir a porta esperando que não fosse 'o idiota', para sorte dela não encontrei ele e sim o ex dela.
Ele olhou para o garoto alto na varanda.
—Daniel… olá! — Ela disse abraçando-o, antes de sentir vergonha mas não mais, ela não sentia mais nada por ele além de uma amizade profunda, eles se conheciam desde a sexta série e ele estava perdido nela. Mas acho que eles se amavam com um amor 'infantil', se é que podemos chamar assim.
— Olá Dinamite — respondeu ele, sempre disse que eu merecia esse apelido desde a primeira vez que nos conhecemos. Ela também alegou que eu havia causado uma tempestade por capricho meu quando era pequena. Que absurdo. Minha mãe sempre dizia que os dois eram amigos antes mesmo de nascerem.
Seu rosto era estreito e bronzeado, seus olhos castanhos escuros da mesma cor de seu cabelo encaracolado.
Notei a grande mancha em sua testa, meio escondida pelos cachos.
- O que aconteceu com você? -
- Nada sério. — Daniel olhou para os arranhões no meu rosto e ergueu uma sobrancelha diante da curiosa coincidência. - E para voçe? -
- O mesmo. —Ela deu de ombros, não querendo que ele soubesse do ataque da outra noite. Todos que o conheciam o achavam legal, mas ele não tinha interesse em sair com os garotos mais populares da escola, jogava futebol e eu ia vê-lo todos os sábados, quase sempre ganhava, era uma força.
Daniel foi seletivo ao distribuir sua doçura, principalmente eu era o destinatário principal. Às vezes eu o via na escola conversando com a equipe, mas assim que ele me via, ele saía do grupo para ficar comigo. Não sei se ele ainda sentia algo por mim, mas eles eram mais do que apenas bons amigos agora.
Parecia que ele conseguia ver além das minhas constantes mudanças de humor, além da maquiagem que eu usava como armadura, além da expressão sombria que eu usava para manter os outros afastados. Ele esteve ao meu lado mesmo quando tentei cometer suicídio.
— Me desculpe por não ter vindo para a corrida. Daniel disse. — Ouvi dizer que Hannah foi difícil para você, me desculpe. -
—Estou acostumada com suas piadas. -
—Ela só está com ciúmes de você Gin. - Ciúmes? Por que alguém como Hannah teria ciúmes de mim?
—Então, como estava o tempo? -Daniel perguntou.
— Zero vírgula zero segundos —
— Você está me dizendo que desistiu? -
Sua voz estava triste.
—Para falar a verdade, foi cancelado, devido ao mau tempo... de qualquer forma, eu desisti—
-Genebra-
— O que você quer que eu te diga, não tenho mais vontade de correr. -
— Talvez você se arrependa. -
— Talvez, mas por enquanto está tudo bem. -
De repente, ouvi a campainha novamente e pulei de susto.
"Deixe isso, estou indo embora", disse Daniel quando me viu ainda parado na sala.
—Tem um garoto na porta, ele diz que quer ver você... —Diga-me que ele não é quem eu penso que é.
- Você! — Olhei para ele petrificado, quer dizer, primeiro ele me trata como um merda e agora ele volta, agora eu bato a porta na cara dele.
Cinco estava com as mãos cruzadas atrás das costas, o olhar ilegível. Quase parecia que ele estava prendendo a respiração.
Senti a presença de Daniel colocando a mão em meu quadril. Ele olhou Cinco de cima a baixo.
—E quem seria? -
Cinco ergueu ligeiramente o queixo, inclinou os ombros para trás e dobrou os joelhos quase como se fossem pular. Ele olhou para Daniel com um olhar frio e venenoso, nunca tinha visto tanta raiva no rosto de alguém.
- Alguns problemas? Daniel perguntou e colocou a mão no meu ombro com um sentimento de propriedade que ele não demonstrava desde que estávamos juntos. Uma leve contração passou pelo rosto de Cinco, ele deixou cair as mãos atrás das costas e por um momento pensou que fosse dar um soco em Daniel.
Cinque me entregou minha carteira, eu nem tinha percebido que a havia perdido. E por que eu vim lá só para trazer para mim, não, não me importei, minha mãe me deu, era de couro marrom, veio da África todo bordado de miçangas, eu me importei. sobre isso demais
— Você deixou na minha casa. -
- Obrigado. — Eu disse, ele não merecia depois de como me tratou mas eu sou uma pessoa educada então.
“Quem é aquele djinn?” Cinco enrijeceu com aquela expressão, como se o que ele acabara de dizer o incomodasse.
Virei-me para Daniel.
—Ele... hum... me bateu com o carro dele — Cinco olhou para mim.
“Eu a levei para a escola”, explicou Cinco a Daniel, “mas acho que você não vai se importar. Ou talvez eu devesse tê-la feito ir a pé? —Daniel
ele ficou surpreso. Uma risada exasperada escapou de seus lábios.
Cinco de repente avançou com o braço estendido e agarrou Daniel pela camisa. - Há quanto tempo você está com ela? Quanto tempo? —Eh? Mas o que há de errado com ele agora, primeiro ele manda ela ficar longe dele, agora está começando a fazer ele descer, ele nem conhece o Daniel.
Daniel não moveu um músculo e respondeu com os dentes cerrados: - o suficiente para saber que ele não gosta de babacas. -
Olhei para os cinco e seus olhos se encontraram.
De repente, ele ouviu o movimento dos dedos de Cinco se afastando da camisa de Daniel.
—Eu não vim discutir. Eu vim trazer isso de volta para você. —Ele disse friamente e foi embora, me deixando ainda ali na varanda da minha casa.
—E muitas saudações ao psicopata. - comentou Danilo.
Fiquei observando Cinque enquanto ele se afastava em seu Chevy, depois olhei para sua carteira, imaginando Cinque abrindo-a e estudando-a atentamente: o cartão da biblioteca, a horrível foto de identificação e os recibos de cinema de Ally. Ele a levava para assistir filmes românticos embaraçosos, vários trocados no compartimento de moedas e algumas notas se ela tivesse sorte.
-Genebra? —Daniel disse.
- Que? -
- Está bem? -
Apoiei-me na grade da varanda, Daniel fechou a porta atrás de si e caminhou até mim.
—Por que você foi tão desagradável com ele? -
- Ei? — Daniel colocou a mão no peito. —Você está brincando ou falando sério? -
—Você ficou ao meu lado como um irmão protetor. -
—Ei, estamos no mesmo planeta? Aquele menino me agarrou como se quisesse me jogar contra a parede. Sem motivo! — . - O que há de errado, você não está apaixonada por aquele garoto? -
— Não. — eu disse sabendo que estava corando. Na verdade, eu nem sabia como me sentia sobre isso.
Os raios de sol penetraram no meu quartinho, foi bom estar de volta aqui, mas me senti 'perdido' de alguma forma, não sei por quê.
Levantei pensando que deveria voltar para a escola, mas não voltei e não tive vontade, até porque hoje não estava muito bem informado, minha cabeça estava girando um pouco, talvez fosse cansaço e também . muitos remédios que estou tomando, a única coisa que me consolou foi o fato de que faltavam semanas para terminar as aulas e aí eu estaria livre, livre de tudo.
Depois de me vestir, fui até o espelho do banheiro e penteei meus longos cabelos castanhos, passei rímel claro e batom rosa claro, e decidi não usar coisas pesadas.
Quando fechei a porta corretamente encontrei o rosto da minha melhor amiga me esperando.