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A Tribo Potira

Nossa história, ou melhor, uma parte dela, se passará no Brasil, na região sul. Naquele local, havia uma tribo não muito conhecida pela população em geral. Essa tribo possui um povo indígena, que tem como objetivo, interligar seu corpo com o da natureza, tanto que, assim como o Clã Mizuna no Japão, a Tribo Potira também tem poderes e habilidade de controlar os quatro elementos. Nesse caso, eles aprendem a dominar os quatro, sem exceção, tanto que acabam adquirindo habilidades extras, como conseguir respirar por bastante tempo embaixo d'água, caminhar ou correr milhas de distância sem cansar, suportar o frio mais rigoroso e também, o calor mais escaldante. Mas não para por aí. A Tribo Potira também consegue, no geral, adquirir habilidades sobre humanas, como super força, super velocidade e também super inteligência, sendo capazes de adquirirem amplo conhecimento sobre a natureza, aprender a falar todos os idiomas já existentes até agora, saber a localização de qualquer lugar do mundo, dentre outras habilidades. Entretanto, eles também aprendem a controlar o seu subconsciente e a alcançar poderes místicos e psíquicos, como telepatia, premonição, sendo que este é bem raro de se ter, capacidade de cura, dentre outras habilidades.

O chefe dessa tribo se chama Tupi Potira. Um homem de 40 anos de idade, ainda muito jovem, possui a posse de sua tribo há muito tempo. Ao lado dele estão o pajé Jê, que já está com os seus 80 anos de idade, porém é tão sábio e poderoso quanto qualquer um e Pagã, responsável por treinar boa parte da Tribo Potira. Tem 46 anos de idade, mas o que impressiona é a sua beleza rejuvenescedora, que condena que ela seja talvez bem mais jovem.

Estavam os três reunidos e Tupi aparentava estar abatido.

-- O que aconteceu que você está desse jeito? Nos conte.-- disse Pagã.

-- Bem, eu já comentei antes com o pajé Jê e irei comentar com você agora. -- Tupi fazia uma pausa.-- Estou triste por não poder ser pai. Pagã, você sabe que este é o meu maior desejo, não é? Ser pai um dia, mas... Infelizmente a minha noiva veio a falecer, ainda ontem, vítima de uma doença grave e mortal.

-- Sim, eu sei.-- disse Pagã, que ficava triste. -- Eu fiz todo o possível para que ela pudesse estar pelo menos ao seu lado, mas acabei falhando. Me perdoe por isso, Tupi.

-- Esses jovens de hoje em dia.-- dizia Jê.-- Bem, no meu tempo, os caciques não se importavam em ficar viúvos, solteiros, casados ou divorciados. Só queriam saber do bem estar de seu povo, mas hoje em dia? Só  se preocupam com isso! 

-- Mas... Pajé...

-- Sim, sim, Tupi, você vai dizer que tem 40 anos e que quer aproveitar a vida. Tudo bem, eu entendo. Agora, me escutem. O que tenho para dizer a vocês, motivo pelo qual eu pedi para que viessem, é que eu queria lhes contar uma visão que tive há dois dias atrás.

-- E por que só agora está contando para nós?-- indaga Pagã.

-- Porque eu esqueci.

Tupi revira os olhos de uma forma discreta. Jê dizia:

-- Mudanças irão acontecer a partir de hoje em nossa tribo. Ameaças de outro mundo virão para nos atormentar. Lembre-se, Tupi. Está perto de realizar o seu sonho de seu pai. 

-- O quê? O que quer dizer com isso?-- indaga o cacique.

-- Logo você saberá, mas posso dizer uma coisa. Proteja a menina dos cabelos de fogo. Ela sofrerá muito.

-- Menina dos cabelos de fogo?- indaga Pagã, confusa.

-- Isso mesmo. Ela virá até Tupi e a partir desse momento que chegar, as mudanças acontecerão.

Jê saía e os deixava pensativos com o que eles queriam dizer.

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Mais tarde, Tupi saía de sua tribo para pescar. Sempre que saía, deixava Pagã tomar conta da aldeia, já que ela era confiável e viveram treinando com Jê, que era o mentor deles.

O chefe da tribo mergulha na água e consegue pegar alguns peixes. Sempre foi um bom pescador e conseguiu pegar bastante. Ele então sai da água e arrumava seu banquete de peixes para levar para a tribo. Tupi sempre se preocupava com o bem estar de seu povo. Gostava de levar alimento, de ajudar nos treinos e também, de dar dicas aos novatos que atuam no Exército Potira.

Quando ele saía, escuta de repente uma voz de um bebê vindo da água.

-- Mas do que se trata isso?-- indaga Tupi para si.

Ele olhava para trás e via que era um bebê realmente, que estava flutuando na água. Tinha os olhos vermelhos, a pele branca como a neve, era muito pálida e o bebê estava quase dormindo.

-- Mas... De onde você veio, hein, fofa?-- indaga Tupi, que não mostrava receio nenhum de pegar o bebê e levá-lo em seu colo.

Ele o balançava e via que ele tinha um amuleto. Em que momento foi posto? Quando sua avó pôs no bebê, assim que nasceu.

Tupi lia o que estava escrito:

-- Kasumi...

Olhava para o bebê e dizia:

-- Quer dizer que você se chama Kasumi? Isso significa que... Foi o deus Abanenga quem me enviou este bebê lindo.

Tupi não deixara de pensar no que Jê havia lhe dito. Ele teria que proteger a menina dos cabelos de fogo. Olhava para Kasumi e via que ela não tinha cabelo ainda, mas seus olhos eram vermelhos, com uma tonalidade de cor de sangue. 

-- Será que Jê se enganou? Não seria menina dos cabelos de sangue?- Tupi ria e via que sua nova bebê era muito séria. O cacique achava isso estranho, mas não deu muita importância. Continuou seu caminho para a tribo.

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Enquanto isso, Pagã estava cuidando do povo. Observava o que cada um fazia, para ver se estava tudo em ordem e o que tudo indicava que sim, estava.

Aparecia um homem da tribo, que tinha um olhar antipático e abominável para muitos.

-- Olá, minha nobre Pagã.-- dizia o homem.

-- O que você quer agora, Raoni?-- indaga Pagã.

-- Queria saber qual a sensação de ser a "manda-chuva" deste povo humilde e frágil.

-- É uma sensação que você nunca terá. Pensa que esqueci que você matou o pai do Tupi para virar cacique? Ele fez muito bem em ter lhe desafiado para uma luta. Você jogou uma vida fora e era a mais importante de nós.

Algumas pessoas olhavam para a discussão deles. Raoni apresentava a mesma cara de antipático e do nada, ele começa a rir.

-- É mesmo? Pois é, que idiota eu fui. Permita-me. Preciso moer alguns produtos da agricultura.

Ele saia e Pagã cerrava os dentes.

-- Nojenta essa pessoa.-- dizia a mentora.

Tupi chegava. Pagã sorria e dizia:

-- Que bom que está aqui.

-- Aconteceu algo?-- indaga o cacique.

-- Não, só o Raoni que veio molestar.

-- Esse cara não muda. Eu já o perdoei, mas ainda estou de olho nele.

-- Eu não, Tupi. Aquilo que ele fez foi muito desumano. Você foi muito bonzinho com ele, o ideal seria bani-lo.

-- Se ele fizer algo semelhante de novo, daí sim irei bani-lo.

-- Bem, você quem sabe. -- Pagã mirava o bebê.-- Quem é esse bebê? Um "cara pálida"?

-- Não diga isso. Esta é Kasumi Potira. Ela será da tribo agora e eu serei o pai dela.

Pagã se surpreende. A menina dos cabelos de fogo. Poderia ser ela?

-- Onde você a encontrou?-- indaga a mentora.

-- Estava no rio.

-- Entendi.-- Pagã não queria pegá-la, mas decidiu ceder. Ficou com ela no colo, onde esta se acomodou. -- Parece que ela gostou de mim.-- disse a mentora, sorrindo. 

-- Também reparei nisso.-- Tupi sorri.

-- Vamos falar com Jê.

-- Sim.

Eles então foram.

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Chegando na oca do pajé, este havia terminado de meditar bem no momento em que eles chegavam

-- Jê, encontrei um bebê num rio.-- disse Tupi.

-- Hmm.-- O pajé nada disse. Até que depois de alguns segundos, ele decide dizer algo.-- Kasumi Potira. Infelizmente não consigo identificar sua origem, mas posso dizer que pelo o que ela passou, foi muito desagradável e injusto. Você fez bem em tê-la encontrado, Tupi.

-- Aliás, seria ela a menina dos cabelos de fogo?-- indaga Pagã.

-- Sim, é ela.

Ambos se impressionam.

-- Mas é bom cuidar dela, Tupi. Ela sofrerá em nossa tribo, inclusive preconceito, por conta de sua etnia, mas ao mesmo tempo, ela irá amar a todos e se sentir confortável um dia aqui. É o destino. Você será aquele que irá criá-la. Cuide bem de Kasumi. Agora ela é a sua filha.

Tupi se emocionou com as palavras de Jê e agradeceu por tê-las dito para ele.

-- Prometo protegê-la, como se fosse minha filha de sangue.-- disse o cacique.

-- Eu irei ajudá-lo também. Principalmente na parte do treino. -- disse Pagã.

-- Ótimo. Estarei à disposição do que precisarem.-- disse Jê.

-- Pode deixar!-- disseram ambos.

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Dez anos se passaram.

O ano é de 2009. Tupi estava com os seus 50 anos. Kasumi tinha 10 e como sempre, aparentava estar sempre séria. Pelo menos é o que tudo indica.

- Está pronta para ir às aulas de Pagã, filha?- indaga Tupi.

- Sim, pai. Irei logo.- disse a pequena ruiva.

Ela beija seu pai no rosto e saía. Este acenava para ela e aparentava estar preocupado com o que poderia acontecer.

Kasumi usava um quimono preto e short também da mesma cor, além de estar de pés descalços.

Ela caminhava sem problemas, da sua turma de colegas e aprendizes de Pagã, Kasumi e mais uma outra menina, Jaciara, eram as avançadas. Tanto a menina ruiva quanto sua colega se desenvolveram bem rápido nesse quesito e arrancou satisfação de Pagã

- Chegamos.- disse Kasumi, vermelha. Parece que estava receosa de sofrer algo como bulliyng por ser branca e ter os olhos vermelhos.

Naquele momento, as aulas começavam.

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