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Capítulo 4

Luna Taranto...

Ainda sentia meu ventre pulsante inflamar.

"Deus! O que foi aquilo?!"

Mesmo não sendo do meu feitio, poderia transar com todos os caras da Província, que não sentiria essa eletricidade que passa pelo meu corpo só com um maravilhoso amasso.

O cara é um louco, na verdade eu deveria ter ficado com medo e saído correndo. Mas fiquei foi com medo de mim pela volúpia que senti e a excitação em querer transar com uma pessoa que não conheço.

Dante... a pronúncia de seu nome explode uma queimação dentro de mim. Elevo minha mão a boca, com as pontas dos dedos vou tocando levemente meus lábios, ainda inchados pelo beijo ardente e lascivo daquele homem.

Se comparar aos homens da província, seu descaramento e luxúria deveriam me assustar, mas ao contrário.

Me excitam.

O sol já nascendo e eu aqui na porta de casa. Minha sorte é que a família está toda cansada por conta do trabalho na tenda - não estou preparada para sermões. Principalmente os de Antonella que parecem não ter fim. - Então resolvo sair dos meus pensamentos libidinosos e entrar em casa.

Na frente há uma cerca baixa de madeira. Pensei em abrir o pequeno portão, mas logo lembrei que ele faz um barulho irritante e acaba alarmando, avisando que tem alguém chegando. Optei por tirar meus sapatos e pulei a cerca.

Na ponta dos pés, vou seguindo pelo corredor de pedrinhas, que corta o jardim da frente de casa fazendo uma passarela até a porta principal. Com a chave na mão a encaixei na fechadura, abrindo e descendo a maçaneta devagar. Entrei em casa e a sala vazia, nenhum barulho se ouvia. Certamente todos dormindo.

"Uffa! Graças a Deus ninguém"

Segui direto para o meu quarto. Lá colocaria o pijama e voltaria para tomar banho, pois não podia arriscar que alguém me visse com a mesma roupa.

O impacto ao ver minha irmã sentada a beira da cama foi eminente, não tive como disfarçar. Antonella tinha uma certa palidez em sua face. Não sei se estava sentindo-se mal. Ou se era por conta de uma mulher adulta como eu, não ter dormido em casa.

- O que faz aqui? - perguntei colocando as chaves na cabeceira da cama e tirando a roupa.

- Creio que não seja você que tenha de fazer perguntas aqui - ela prende o cabelo entrelaçando com os próprios fios.

- Olha Antonella! Vamos fazer assim. Vou tomar banho, descansar um pouco e depois escuto com prazer todo o seu blá blá blá.

- Vai me ouvir agora, agora mesmo Luna. - ela afirma - Esses caras de fora só querem usar você. Nenhum quer compromisso tudo se resume a sexo.

- Não concordo. Está generalizando, ninguém prevê o futuro. Só temos como saber o que acontecerá nos permitindo viver.

- Então você confessa que estava com um homem de fora da província.

- Não estou confessando nada. Pois se estive com algum deles. Creio eu não ser crime para ser confessado.

- Um bostinha?! Alguém que vai te usar e depois de descartar feito lixo. Roubar o melhor de você e te mandar ao diabo.

- Antonella de coração - falo colocando a mão no peito - entendo seus traumas. Você perdeu um filho, o pai não te deu assistência, nem amor... Mas os tempos são outros. Sou adulta e mulher feita. Tomo remédio, uso preservativo e não sou burra.

- Qual dos dois? Aquele com o olhar tarado com a taça de Bellini. Ou o outro com a cara de sonso hipócrita que foi até a tenda?

- Não se atreva a procurar ninguém. Não seja ridícula!

- Com certeza é o sonso exibicionista, gastar 1.200 euros de vinho em uma festa de rua. Alguém queria muito uma coisinha.

- Verdade. Só que não é a minha coisinha que ele quer. Foi lá na tenda para saber de você. Quer um conselho? Aproveita que o jovem é maior gato e vai tirar essa sua virtude forçada e encruada. Deixa a minha vida em paz! - vociferei - E vai sim. O procura, assim tira esse azedume do coração. Porque seu problema é falta de transar.

A mão de Antonella veio tão rápida e forte explodindo em um tapa na minha face, que não deu tempo nem de agir. Doeu e me feriu por dentro, causando raiva e desgosto em uma única ação.

- Sai do meu quarto. Não lhe devolvo esse tapa pelo meu respeito de irmã mais nova. Mas se voltar a fazer, não respondo por mim. - Falo entre os dentes enquanto toco em meu rosto, absorvendo a situação.

Minha irmã era uma pessoa difícil de pedir desculpas, mas sei que ela se arrependeu do que fez.

Vi em seu olhar.

Antonella era uma incógnita em tudo, mas o seu olhar era de uma profunda transparência. Para mim, só restou deixar as lágrimas rolarem, sentindo o gosto amargo da humilhação.

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