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Capítulo 2

Luna Taranto...

Ele pensa que não vi seus olhos de cobiça enquanto esmagava as uvas. Como não iria reparar! Um rosto lindo com um olhar intenso e safado junto ao sorriso genuinamente debochado. Tudo isso em cima de um belo corpo, trajado de calça jeans torneando seu belo traseiro, blusa social branca com os botões abertos que dá para os olhos mais curiosos como meu, ver perfeitamente seu tórax definido.

A prosa estava até boa, sua voz máscula era como música para os meus ouvidos. Geralmente quando aparece um sebosinho de conversa mole logo dou um passa fora. Mas daquele homem me senti atraída feito um ímã.

Logo o protetômetro de Antonella disparou e está me arrastando como se o carinha fosse me devorar.

—  Calma Antonella! Está machucando meu braço.

— Você sabe muito bem o que esses caras de fora querem? Só desfrutar da sua beleza.

— Tenho 28 anos. Já parou para pensar que posso estar a fim de desfrutar da beleza deles também? —  vociferei minha frustração.

— Vamos falar com a mamãe e ver o que ela pensa disso.

— Fale o que quiser. — esbravejo minha raiva — não estava fazendo nada demais. Só conversando. Pare de achar que os homens de fora são uns monstros pronto para papar moçoilas interioranas.

O melhor que tinha para fazer é ir ajudar minha mãe na barraca. As paranóias de Antonella não são para mim. A tenda está lotada, e dona Gioconda que nem uma louca sozinha, afinal meu pai só serve para gastar o dinheiro que não temos.

—  Ainda bem que chegaram meninas. — Ela junta as mãos como em uma reza.

—  Senta um pouco mãe. Antonella e eu assumimos.

Pedir para minha mãe desligar, era o mesmo que pedir a Antonella para ser tolerante. Duas coisas que nunca aconteceriam.

Aqui na província todos se conhecem, até na festa da uva conhecemos o rosto do pessoal da cidade vizinha que vem para cá. Mas aquele que se aproximava da tenda, pela vestimenta, era mais um homem da capital. Bonito! Bonito à beça, mas nem de longe é tão bonito como Dante Baldorini.

Chegou com um sorriso expansivo, o estilo que Antonella sempre fala — o famoso conquistador barato — mas ela apenas o olha de  soslaio enquanto ele banca o simpático para cima dela.

—  O que vai querer? — pergunta seca, sem nenhuma empatia para o cliente a sua frente.

— Gostaria de provar o prosecco Gemelli dos Taranto.

— A festa está lotada, imagina se todos resolvem experimentar antes de comprar a dose?

— Minha intenção não é comprar uma dose e sim uma garrafa. Mas sem problemas — relata levantando as mãos — Eu pago a prova.

—  Tira esse cliente das mãos da sua irmã —  sussurra minha mãe ao pé do meu ouvido — vai acabar espantando um freguês desse.

Me dirigi para o lado de Antonella.

— Nossa mãe quer falar com você. Pode deixar que atendo o moço. — Sorri para o rapaz a minha frente — O que quer provar? Não é necessário pagar a prova. Temos tintos e brancos, suaves, secos e proseccos.

"Ah mulher! Não me pergunta o que gostaria de provar desse jeito."

— Todos. Em doses bem pequenas para que eu não fique bêbado só na prova.

— Ok. — ouço Antonella resmungar o chamando de aproveitador.

Em meio a um papo amistoso, ou talvez um interrogatório da minha vida e da cidade, o rapaz bonito levou 15 garrafas dos nossos vinhos mais caros. Até uma série ouro, produzida pelo meu tataravô, que custa 500 euros, ele comprou sem pechinchar. Antonella ficou com a cara no chão e minha mãe vibrou com o dinheiro da venda que veio em boa hora. Iria nos tirar de alguns problemas financeiros mais urgentes.

Pensei que o rapaz era mais um a fim de comprar a vinícola. Porém suas perguntas estavam voltadas para vida pessoal da minha irmã. Até a idade dela ele perguntou. Achei bem estranho, deve está afim dela.

Ah! Se a Antonella descobrir que o forasteiro está interessado nela...

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