⋘ CAPÍTULO TRÊS ⋙ Só tenho problema pra resolver e pelo menos algo bom aconteceu.
Alex Carter.
Estaciono o carro na garagem do galpão e desço, solto um suspiro.
Eu preciso me acalmar, não quero surtar hoje. Quer dizer, eu já estou surtando.
Entro no galpão e vejo que todos estavam conversando, respiro fundo.
— Heitor! — Chamo em um tom calmo ainda.
Ele rapidamente se aproxima com uma cara de cu.
— Cadê o garoto que você contratou?
Vejo que ele engole seco.
— Ele está no cassino. — Passo a mão no rosto e suspiro mais uma vez.
— Eu me pergunto, como caralhos tu contratou o garoto e não explicou as coisas para ele? — Questiono confuso.
— Eu não tive tempo, Alex. Só contratei e fui me organizar para a exportação da drogas.
— E você não poderia colocar alguém pra explicar pra ele não porra!!?
Ele abaixa a cabeça.
— Eu não pensei nisso.
— Não, claro que não. E onde caralhos estão os caras que o merdinha contratou?
— Estão nas boates e nos cassinos.
— Quero que você chame todos eles aqui e agora. — Ordeno ríspido.
— Mais eles são seguranças dos locais.
Me viro e vejo que todos estavam olhando.
— João!!! — Grito e o mesmo vem correndo até mim.
— Sim, chefe?
— Pegue alguns capangas e vão pro local onde os novatos estão. Fiquem nos lugares deles, até eu ver o que vou fazer.
— Certo. É pra escolher qualquer um? — Pergunta incerto.
— Sim, qualquer um. E mande eles voltarem para cá.
— Certo.
Ele se afasta indo até os outros capangas.
— Alex. — Olho feio pro Heitor.
— O que é? — Pergunto ríspido.
— Você contou aos chefes sobre isso?
— Pra sua sorte não, eles só simplesmente me mandaram lidar com isso.
— O garoto não tem culpa, Alex.
— Eu sei, a culpa toda é sua. Depois irei lidar com você, Heitor. — Ele acena meio pra baixo.
— Eu realmente sinto muito, Alex.
— Só quero ver que merda aquele garoto contratou. — Olho prós outros. — Vão trabalhar!!! — Rosno irritado.
A porra da minha cólica resolveu dizer oi, essa merda.
— E como anda as coisas nos estabelecimentos? — Pergunto.
— Estão indo bem.
— E os lucros?
— Muito bem.
— Ótimo.
— Ah, quase ia me esquecendo, o senhor Christopher ligou e disse que estar mandando algumas armas e mulheres. — Franzo a testa confuso.
— Armas eu entendo, mas, pra quer mulheres? — Pergunto muito confuso.
— Parece que ele resgatou elas de alguns sequestradores, então mandou pra cá, como um novo recomeço.
— O senhor Christopher é um idiota. Como buceta vamos resolver isso?
— Mandando elas de volta pra casa? — Bufo.
— Ele mandou elas pra cá, por um recomeço, ou seja. Sem volta pra casa.
Minha vida só complica, eu só quero dormir.
— Me pergunto o porquê. — Aceno e sinto meu celular vibrar em meu bolso.
Percebi que é o Klaus e já sinto meu coração acelerar.
— Klaus?
Pergunto um pouco incerto.
Aconteceu algo?
— Oi, foi mal incomodá-lo.
Tão doce.
— Não incomodou. Algum problema?
Pergunto preocupado.
— Nenhum, eu só queria saber se posso ir na sua casa hoje? Faz tempo que não temos tempo pra conversar, só nós dois.
Arregalo os olhos com isso.
Caralho!!!!!! Porra!!!!
— A-Ah..... Sim.
Respondo bastante nervoso.
— Sim? Eu posso ir?
Sorrio ao ouvir o entusiasmo na sua voz.
— Se não se assustar com a minha casa suja.
Brinco o fazendo rir.
— Sem problema nenhum, querido.
Minha respiração ficou presa na garganta.
Querido? Ele me chamou de querido? Puta que me pariu!!!!!
— Alex?
Respiro fundo.
— Ah, pode ir.
— Claro, vejo você lá então.
— Tchau.
— Bye.
Desligo e continuo olhando para o celular em minha mão.
Ele realmente me chamou de querido?
— Alex!!
Tomo um susto com o grito do Heitor.
— O que foi caralho? — Pergunto irritado.
— Você estava olhando o celular com a maior cara de bunda.
Rosno pra ele irritado, mais o mesmo só continuo me olhando.
— O que foi porra?
— Tu gosta dele, não é? — Arregalo os olhos surpreso com sua pergunta.
— O-O-O que? De onde tirou isso?
— Você não negou.
— E nem confirmei. — Rebato.
— Só de olhar para você já de pra perceber, Alex. E tu ainda nem disfarçou, somente ficou sorrindo.
— Tá, e daí? O que tu tem a ver com isso?
— Nada, calma aí. Só fico feliz em saber que tu gasta de alguém. Ele sabe?
— Tu é louco? Fumou um baseado?
— O que?
— Tu acha mesmo que eu vou contar pro Klaus que gosto dele, sendo que eu nem deveria gostar.
— Eu me pergunto o porquê?
— Porque eu sou mais velho do que ele, Heitor. Caralho, eu tenho trinta e um anos e ele fez dezenove mês passado.
— Idade é só um número. — Reviro os olhos.
— E ele nem gosta de mim. — O mesmo me olha como se eu fosse um idiota.
— Tu é fresco? Tu não viu como ele te olha? Alex, aquele garoto te olha como se tu fosse algo precioso.
— Tu é idiota. — Desvio o olhar.— Ele não merece gostar de alguém como eu.
— Alex... — Formos interrompido com os novos capangas entrando.
— Essa conversa acaba aqui.
Olho para todos eles.
— Quem é o garoto que o Heitor contratou? — Pergunto já irritado.
O garoto dá um passo a frente.
— Sou eu. — Ele diz com confiança, isso chegou a me irritar.
— Porque caralhos você contratou estupradores e pedófilos? — Questiono bastante curioso.
— Oras, aqui é máfia, máfia tem que ter esse tipo de pessoas.
Mordo os lábios com força e olho pro Heitor.
— Você está errado, eu esqueci de avisar a você. Mais não contratamos estupradores ou pedófilos. — Ele diz sério.
— Então isso aqui não é máfia, o que vocês fazem então?
Eu vou matar esse garoto.
— Só porque aqui é máfia, não significa que temos que contratar merda de estupradores e pedófilos.
— Ei!! — Um dos novatos reclama.
— Eii o que caralho? Sabe o que nós faz com gente do seu tipo? Matamos. — Todos engolem seco.
Ando até o Dylan e sussurro em seu ouvido.
— Mate todos, sabe que eles não podem ficar aqui e não podem sair vivos daqui. — Ele acena, quando me afasto.
Olho para o garoto.
— Todos Dylan.
— Sim, chefe.
— Bom, o Dylan vai dizer o que vocês devem fazer. Heitor, eu estou indo, amanhã temos mulheres pra organizar.
— Certo.
Olho pra ele sério.
— Depois converso com você. — Ele engole seco.
Aproximo dos capangas.
— Tenham uma boa noite.
Passo por eles e vou até o meu carro, entro e dou a partida para casa. Preciso de um banho e da minha linda cama.
****
Estaciono o carro na garagem de casa e desço. Entro em casa e arregalo os olhos ao ver que a casa estar arrumada.
— Eu errei de casa? — Questiono pra mim mesmo.
Vejo o Klaus sair da cozinha.
— Ah, você chegou. — Diz com um sorriso no rosto.
Tão lindo.
— Ah sim. — Olho tudo em volta.
— Espero que não se importe, mais eu tomei a iniciativa em arrumar a sua casa.
Me aproximo dele.
— Não precisava, Klaus. Não quero que se incomode com isso. — Digo suavemente.
— Não mim incomoda, Alex. O que incomoda é saber que você não tem descansado direito. — Diz sério.
— Deu pra notar. — Ele rir de leve.
— Sua cara de morto? Sim, deu pra notar. — Acabo rindo. — Agora vá tomar um banho e depois venha pra cozinha comer.
— Sim, senhor. — Ele rir.
Tão lindo.
— Deixa de ser palhaço, agora vá.
Sorrio e vou em direção ao meu quarto, entro e caminho em direção ao banheiro. Percebo que tudo estar limpo, até o banheiro está lavado.
Rapidamente arregalo os olhos e corro até o guarda-roupa e abro a gaveta de baixo. Onde contém os absorventes, noto que tudo estar no lugar, isso indicar que ele não abriu ou mexeu aqui.
Que susto. Não quero que ele descubra sobre mim.
Volto pro banheiro.
****
Desço as escadas com o cabelo ainda úmido pelo banho. Vestia uma calça cinza de seda e uma blusa amarela, também de seda. — Entro na cozinha e vejo ele colocando os pratos em cima da mesa.
— Sente-se, você precisa comer está pálido.
Sento-me e ele começa a me servir.
— Isso é lasanha? — Arregalo os olhos surpreso.
— Sim, isso é comida brasileira, né? Queria fazer algo do seu país. — Abro um enorme sorriso por isso.
— Obrigado, anjo. Isso é realmente incrível. — Nem percebo o que eu acabei falando, começo a devorar a comida. — Ah, como eu sentir falta disso.
Olho pro Klaus que parecia paralisado.
— Klaus? — Chamo sua atenção.
O mesmo pisca várias vezes.
— Ah, desculpe-me, eu me distrair por um momento. Você gostou?
— Si eu gostei? Isso aqui está incrível, Klaus. Maravilhoso. — Elogio sinceramente.
— Não me importo de cozinhar pra você. Na próxima posso fazer outro tipo de comidas brasileiras. Qual você gosta?
— Não precisa. — Ele coloca a mão em cima da minha.
— Eu insisto, Alex. Séria legal fazer isso pra você, não vai ser nenhum incomodo. — Olho para nossas mãos juntas.
Viro a minha mão, fazendo nossos dedos se entrelaçarem.
— Obrigado, Klaus. Ninguém nunca fez isso por mim, realmente obrigado. — Noto que ele acabou corando.
Porra!! Lindo!!!
— Nenhum problema. — Sorrimos um pra o outro.
Solto a mão dele de mal gosto, queria continuar segurando a sua mão. Mais ele tem que comer também.
Logo voltamos a comer em silêncio. Um silêncio bastante confortante, só em ter a presença dele aqui comigo, é o suficiente.
****
— Deixa que eu lavo os pratos. — Digo e o mesmo nega.
— Você vai subir e vai dormir. Eu cuido disso aqui, sem nenhum problema. — Diz sério.
— Mas...
— Sem mais, Alex. — Me corta. — Você parece morto, vá dormir.
Mordo os lábios nervoso.
— Vem comigo? — Ele arregala os olhos.
— O que?
Merda.
— D-Dormi comigo? Se não tiver nada pra fazer é claro, não quero incômoda você com... — Ele põem a mão em minha boca, me calando.
— Eu durmo. — Nós dois coramos.
Solto um suspiro e pego a mão dele e vou puxando.
— Mais e os pratos?
— Amanhã, você tem faculdade e precisa também dormir.
Ele não diz mais nada.
Entramos no meu quarto e ficamos sem saber o que fazer.
Puta merda que vergonha!!!
— V-V-Vamos deitar? — Ele pergunta gaguejando.
Que fofo. Talvez eu não seja o único nervoso.
— Claro.
Formos até a minha cama e deito, ele deita também ao meu lado. Nós dois ficamos olhando pro teto sem saber o que falar ou fazer.
Caralho!! Eu já dividi a cama com algumas pessoas. Mais isso é totalmente diferente, porque eles eram sem importância. Klaus não é eles.
— Boa noite, Alex. — Tomo um susto.
— B-Boa noite, Klaus.
Ele se vira, ficando de costas pra mim. Como queria abraça-lo, mais acho que séria estranho pra ele. Viro pro outro lado e fecho os olhos, logo adormecendo.
VOTEM.
COMENTEM.