⋘ CAPÍTULO DOIS ⋙ O amor da minha vida.
Klaus D'Angelo.
Minha vida realmente mudou muito, quando fui adotado pela família D'Angelos. Eu me sinto tão feliz por isso, nem sei o que seria de mim se eles não tivessem me resgatados. Eu lembro de tudo, mesmo que eu não queira lembrar, foi tão assustador ser vendido pela minha antiga família.
Hoje tenho dezenove anos e uma linda família, eu sinto-me tão bem. As vezes tenho alguns pesadelos sobre o meu passado, os nossos quartos tem aprova de som. Então, quando as vezes acordo gritando por causa do pesadelo, ninguém escuta. Eu não quero preocupar minha família por causa disso.
****
Saio do quarto e esbarro sem querer no amor da minha vida.
— Desculpa. — Ditamos juntos, e se encaramos e logo rimos.
— Essa foi boa. — Digo ainda rindo.
— Sim, foi. Se machucou? — Pergunta preocupado.
Ah, como é fica lindo todo preocupado.
— Não e você? — Pergunto olhando fixamente pra ele.
Caramba, eu poderia beija-lo agora.
— Não... Eu tô bem. — Diz um pouco envergonhado.
Porra!! Se controla Klaus.
— Que bom, fico aliviado em saber que não se machucou. — Digo e como não tínhamos mais nada pra falar, ficarmos de encarando.
Belíssimo!!
Escutamos um pigarro.
— Se não estivermos atrapalhando aí, Alex, poderia entrar? — Tomamos um susto.
— A-Ah.. C-Certo, chefe. — Diz todo nervoso.
Fico nervoso também por causa do olhar que meu pai está me dando.
— Vou ver como a mãe está. — Rapidamente corro para o andar de baixo.
Desço as escadas com o coração na mão. Droga, eu realmente estou tão apaixonado que fico feliz somente encarando ele.
— Viu o amor da sua vida? — Reviro os olhos com a voz do Enzo.
— Olha, não começa a essa hora da manhã.
— E quem disse que tem hora pra perturbar?
— Deus, dá-me paciência.
— Eu me pergunto, quando vão se declarar um pro outro? — Olho feio pra ele. — Não precisa me olhar assim, só estou falando o óbvio.
— Deveria se preocupar em parar de fazer pegadinhas com os outros. — Ele bufa.
Esse garoto as vezes parece um adulto.
— Porque eu deveria me preocupar com aqueles que gostam de falar mal dos outros?
Fico sem entender.
— Como assim?
Aproximo dele e me sento ao seu lado.
— Porque você acha que eu fiz a pegadinha com o diretor? — Continuo sem entender.
— Dá pra falar logo.
— Ele falava mal da nossa mãe, Klaus.
— O que? Do que ele falava? — Questiono irritado.
— Que a nossa mãe era uma puta por estar com dois homens.
Ah, se o nossos pais souberem disso.
— Então você fez bem. — Ele me olha como se eu fosse idiota. — Deixa de ser chato.
— Não é chato, é que você fala a coisa mais óbvia do mundo.
— Tu só tem dez anos e é uma peste. Já foi expulso de três escolas.
— Claro, eles falavam mal da nossa mãe, tu queria que eu fizesse o que?
Bom, se os nossos pais soubessem, eles estariam mortos.
— Tá, estou indo na biblioteca.
Levanto do sofá e caminho até a biblioteca, entro e já vou na sessão de matemática. Pego o livro e vou até o sofá, sento e começo a ler.
****
Escuto a voz do Alex e saio da biblioteca o encarando.
— Já vai? — Pergunto se aproximando dele.
— Sim, sabe como é, o trabalho me chama. — Acabo dando um sorriso.
— Sei. — Digo e o vejo morder os lábios.
Puta merda!!!
— Você não deveria está na faculdade? — Pergunta do nada.
— Não teve aula hoje, só amanhã. — Respondo.
— Ah sim.
E novamente ficamos nos encarando, acabo olhando para sua linda boca.
Ah, como eu queria tanto saber o gosto.
— Se os senhores acabaram de se comerem com os olhos, quero assistir meu desenho em paz. — Tomamos um susto com a voz do Enzo.
— Não estávamos se comendo com os olhos. — Falamos juntos.
Essa criança é um demônio.
— Aham, e eu sou um alienígena. — Não disse que é um demônio.
— Vou indo. — Ele diz e rapidamente sai da nossa casa.
Olho feio pro Enzo.
— Porque tu é assim?
— Porque não diz logo o que sente? Vocês dois se gostam, mais nunca vão admitir.
— Ele não gosta de mim. — Sussurro.
— Aham, e eu sou um ninja.
— Desliga o sarcástico por um minuto.
— Klaus, eu sou uma criança e mesmo assim, dá pra perceber que vocês dois se gostam.
Bufo com isso.
— Só fique quieto, não se meta. — Ele revira os olhos.
— Tudo bem.
Solto um suspiro.
— Quer ir no shopping? — Pergunto e o mesmo me olha.
— Querer eu quero né, só que infelizmente tô de castigo. — Acabo rindo.
— Ah é, eu esqueci isso. Quem manda aprontar.
— Vai tomar no...
— É o que Enzo? — Olhamos para os nossos pais na escada.
— Nada, pai. — Diz desviando o olhar.
— É melhor controlar essa sua linguinha, antes que eu arranque ela. — O papai Damon diz sério.
— Desculpa. — Diz emburrado.
— Nem era pra está assistindo, você estar de castigo.
— Mamãe deixou. — Diz ainda emburrado.
— Como sempre, Tom sempre pega leve com você. Porque por mim, eu colocaria você no meu joelho e lhe dava algumas palmadas. — Diz sério.
— Damon, pegue leve com ele. Sabe como o Enzo é.
— Isso porque nunca levou um tapa.
— E nem vai levar. — Olhamos para a entrada da cozinha, vendo a nossa mãe. — Nem ouse pôr a mão nele, Damon.
Ele bufa.
— Como se eu pudesse. — Diz irritado.
— Luc, se ele está de mal humor, leve ele pra longe daqui.
Meus pais sempre brigam por besteira, eu sei o motivo da minha mãe não querer que o Enzo apanhe. É por causa da sua infância, papai Damon sabe disso, por isso não bate nele.
— Irei estudar no quarto. — Digo e subo para o meu quarto, entro e deito na cama.
Será que devo me declarar pro Alex? Nós somos amigos, até já saímos juntos. Foi o melhor dia da minha vida e o pior, porque eu tinha que fingir ser amigo dele. Querendo ou não, eu cresci ao lado dele, saímos quando eu era pequeno e tals.— Alex e eu temos um vínculo, mas, eu não tenho coragem de dizer que amo ele.
O que eu faço hein?
Acho que o Alex não sabe disso, mas, eu sei o segredo dele. Fiquei surpreso em saber que ele tem uma vagina no lugar do pênis. Isso não o torna menos especial, ao contrário, ele é muito especial para mim. Eu o amo tanto que chega doer o meu coração.
Eu lembro do dia que saímos e bebemos juntos, aí formos na casa dele. Eu queria que aquele dia nunca acabasse, foi tão maravilhoso.
— Falando nisso, acho que posso ir na casa dele. Ele mal está dormindo, posso cozinhar algo.
Pego meu celular e ligo pra ele.
— Klaus?
Ah, amo sua voz.
— Oi, foi mal incomodá-lo.
— Não incomodou. Algum problema?
— Nenhum, eu só queria saber se posso ir na sua casa hoje? Faz tempo que não temos tempo pra conversar, só nós dois.
Puta merda!!! Eu realmente falei isso.
— A-Ah..... Sim.
Arregalo os olhos.
— Sim? Eu posso ir?
— Se não se assustar com a minha casa suja.
Brinca e acabo rindo.
— Sem problema nenhum, querido.
A ligação ficou muda por alguns minutos.
— Alex?
Chamo e escuto sua respiração.
— Ah, pode ir.
— Claro, vejo você lá então.
— Tchau.
— Bye.
Desligo o celular e grito feliz.
— Puta merda, eu chamei ele de querido!!
Enterro meu rosto no travesseiro e grito abafado.
Eu preciso ficar lindo, vou levar algumas roupas extras, rapidamente corro pro banheiro.
****
Desço as escadas com a mochila nas costas.
— A onde vai? — Olho pro pai Luc.
— Não está óbvio, pai? Ele vai namorar.
Reviro os olhos.
— Vou pra casa do Alex. — Ele me olha e acena.
— Tudo bem, irei avisar a sua mãe.
— Oh, mãe!! O Klaus vai pra casa do Alex!!!!
— Puta que pariu!! — Rosno irritado.
Ele simplesmente dá um sorriso de lado, olho pra o pai Luc que simplesmente desviou o olhar.
— O que? Pra casa de Alex? — Aceno. — Que horas volta?
— Tarde. — Ele acena.
— Tudo bem.
Saio de casa e vou até garagem, pegando o meu carro. Dou a partida pra casa do amor da minha vida.
Espero que eu não surte e acabe beijando ele.
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