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CAPÍTULO 6 — DOCE VINGANÇA

Depois que Eduardo e Mariã voltaram para o Estrela Heitor, resolveu passar os olhos, nas planilhas da fazenda Três Corações, fazenda essa que ele ganhou de Diana a quinze anos atrás e era graças aos recursos dela que eles sustentava o haras Vitória, pois diferente de Diana ele não trabalhava com a venda dos seus garanhões, mas agora ele voltou e estava começando a pensar na possibilidade.

No entanto havia algo que ele precisava saber, o quanto antes, e quase não dormiu pensando naquilo, por isso ao chegar no seu escritório pegou o celular e ligou para uma pessoa muito querida e conhecida de sua família.

— Boa tarde Thiago!

— Boa tarde quem fala?

— Sou meu amigo, o Heitor!

— Heitor, o filho do Eduardo Castellani?

— Sim, ele mesmo!

— E aí como vai meu amigo?

— Muito bem amigo e você? Voltou para o Brasil?

— Sim, voltei para perto da minha família.

— Que bom, eu posso imaginar a felicidade dos seus pais!

— Não só eles, eu também estou muito feliz, em poder estar novamente com eles!

— Isso é maravilhoso, mas acredito que não me ligou somente para me avisar da sua volta, não é?

— Não realmente amigo, liguei pois preciso de um pequeno trabalho seu, estou enviando a foto de uma placa de moto, e gostaria que você descobrisse de quem é essa placa.

— Sim é fácil de descobrir, dê-me alguns minutinhos, disse Thiago analisando os números da placa.

— O trabalho é só esse?

— Sim, quer dizer mais ou menos, quero também o número de telefone da pessoa, e o endereço.

— OK! Daqui a pouco, eu te ligo novamente!

— Certo!

— Heitor desligou e sorriu enquanto pensava:

— Que bela surpresa, vou fazer para você maluquinha! Isso é para você aprender que Heitor Castellani não leva desaforo para casa, será uma doce vingança.

Heitor já estava há um bom tempo, estudando as planilhas de compra e venda, da sua fazenda no computador, quando o seu celular tocou novamente.

Ele sorriu antes de atender e disse: — Fala amigo!

— Então Heitor essa placa pertence ao Senhor Miguel Demidov Barone, ele tem 63 anos, tem um detalhe interessante sobre esse homem!

— Que detalhe Thiago?

— Ele é concorrente do seu pai nos negócios, pois é o dono da segunda maior empresa de laticínios do país, a Lack mais!

— Nossa é sério isso! Quanta coincidência?

— Verdade, veja consegui o número pessoal dele, e também o seu endereço estou te enviando pelo celular e...

— Espera, calma, o que mais você pode dizer da família dele, quer dizer, se ele é casado, se tem filhos?

— Sim é casado, sua esposa se chama Lara Garcia Barone tem 47 anos!

Ele então pensou: — Hum 47, então a maluquinha não era ela, não era a esposa desse homem, ela me pareceu muito jovem, na verdade jovem até demais para tanta maquiagem.

Então perguntou novamente: — E bem, ele tem filhas?

— Sim duas filhas Lorena Garcia, vinte seis anos, e Natália Demidov Barone dezessete anos!

— Como?! Disse dezessete anos?

— Sim, você a conhece?

—Não mas… — Deus a garota é chave de cadeia! Pensou ele com um olhar perdido.

— Bem ela fará dezoito anos, daqui a dois dias, segundo o que eu vi aqui!

— Dois dias! — Heitor, deu um enorme sorriso, ao ouvir aquilo e então disse:

— Ouça Thiago consiga o número de telefone dessa garota, sim?

— Ok como queira, mas posso-te fazer uma pergunta?

— Sim, pode?

— Está interessado nessa garota ou...

— Pretendo cobrar uma afronta que ela me fez, é só isso! — Falou Heitor rudemente, cortando os pensamentos de Thiago.

— Ou seja, trata-se de uma vingança!

— É... Podemos dizer que sim, mas não se preocupe Thiago não é nada sério, jamais poria o meu pai em situação difícil com um concorrente.

Disse Heitor com o olhar decidido. Thiago sorriu ao lembrar-se do quanto a garota era bonita, então lembrou também de Eduardo e Diana, mas nada comentou, apenas disse:

— Retornarei quando conseguir!

— Ok! — Muito tempo depois, Thiago ligou novamente, e passou todas as informações sobre a garota para Heitor.

Ele sorriu contente, afinal tudo que queria era mostrar para aquela *infant, que com homens não se brinca, ele então lembrou-se daquele belo rostinho, e da cara debochada, que ela fez antes de fechar o visor do seu capacete. No fundo Heitor sabia, que não era só por vingança queria ver novamente aquele rostinho.

— Vamos nos ver de novo, sua maluquinha! — falou ele sorrindo enquanto olhava para os números anotados no seu celular.

Os dois dias que se seguiram foram de muito trabalho para todos, mas Heitor não esqueceu de sua promessa com respeito a garota, e soube por meio das informações adicionais de Thiago, que o pai dela, daria uma festa para ela no final de semana, e que ela havia convidado vários amigos seus, e faria uma espécie de Raven:

— Coisa de adolescentes, pensou Heitor debochadamente.

Ele também pediu para Ravi bater umas fotos da frente do seu carro como prova adicional caso a garota falasse algo, e também pediu para ele, aguardar, e ainda não mandar consertá-lo.

Ravi estranhou e ficou muito curioso, mas não pôde perguntar nada ao seu irmão, pois naquele momento estava entrando em sua sala de reuniões, Heitor estava agindo de uma forma muito estranha, o que ele estava aprontando? Ravi lembrou que era sempre o seu irmão Heitor o mais inteligente para inventar brincadeiras em sua época de criança, então sorriu, depois perguntaria o que estava acontecendo.

Ao amanhecer Heitor pegou a égua Doroteia e fez ela se exercitar, depois do café foi para o seu escritório e decidiu que passaria a próxima semana na fazenda Três Corações, mas quando chegou no seu escritório pegou novamente o seu celular e lembrou da maluquinha.

Natália era um belo nome, apropriado para a garota encrenqueira, ele sabia que nesse dia ela estaria completando 18 anos, embora ela só fosse comemorar seu aniversário no final de semana, ele então discou os números do celular dela, e sorriu ao ouvir a sua melodiosa voz:

— Alô, quem fala?

— Bom dia! Senhorita Barone, chamo-me Heitor Castellani, e acredito que temos algo a acertar!

— Do que está falando não o conheço, você deve estar me confundindo!

— Senhorita Barone, eu jamais confundo uma pessoa, que está me devendo!

— Ouça quem é você afinal em? Algum louco pervertido, já disse que não o conheço, portanto, se não lhe conheço não lhe devo nada.

— Você tem razão, não me conhece, mas deve-me sim, ou melhor, deve a mim um pedido de desculpas por sua má educação, e a meu irmão o conserto do seu carro. Afinal a batida na sua moto amassou a frente do seu valioso carro, e você ao invés entrar num acordo conosco, foi uma tremenda mal-educada e ainda fugiu do acidente sem dar explicações.

Quando ele falou isso, Natália então se lembrou daquele homem de olhos azuis sedutores.

— Caramba! É ele mesmo, como eu pode ter esquecido essa voz tão grave, e droga como ele me descobriu? — Pensou ela mordendo os lábios, porém decidida disse de forma aborrecida.

— Você só pode ser um louco mesmo, como você me descobriu?

— A placa da sua moto, ou melhor, da moto do seu pai, você deixou cair no acidente, não lembra? Agora sei que não têm habilitação para pilotar aquela moto, pois descobri ser menor de idade.

— Não sou menor, faço dezoito anos, hoje!

Heitor fingiu surpresa, então falou: — Ora meus parabéns, mas isso nada muda o fato, de que no dia que pilotava, ainda era uma menor, acredito que seu pai não saiba que você estava pilotando a sua moto, porém mesmo que saiba acredito que ainda não contou que se envolveu em um acidente, não foi *infant?!

Natalia, estava ficando aborrecida com aquele homem, e queria responder umas boas verdades a ele, porém lembrou-se que ela ainda não havia contado a seu pai o ocorrido, pois estava com medo dele ficar com muita raiva e cancelar a sua festa de aniversário, portanto resolveu ser bem mais educada com ele, então falou com a voz bem suave.

— Ouça quanto você quer, ou melhor, o seu irmão para consertar o seu carro, eu pago tudo qualquer preço, apenas não envolva o meu pai nisso!

Heitor riu e gostou de ver a garota bem mais cordeirinha com ele.

* infant ( criança em inglês)

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