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CAPÍTULO 5=AS AMEÇAS

CAPÍTULO 5 #AS AMEAÇAS

Ao amanhecer Natália já estava pronta para trabalhar, entrou na cozinha correndo, bebeu um suco e engoliu alguns pedaços de torrada, ao avistar Maria disse beijando-lhe o pescoço:

— Bom dia! Meu bijuzinho, beijos e tchauzinho!

— Bom dia! minha princesa, mas o que é isso menina?! Outra vez não vai comer nada pequena assim vai acabar ficando doente!

Ela correndo para a porta falou: — Não posso agora meu amorzinho, estou muito atrasada, mas prometo que quando vier na hora do almoço eu como, tá bem?

Natália tinha um carinho todo especial por Maria, que foi como uma mãe para ela, quando ela perdeu a sua, saiu e João o motorista já a esperava.

— Bom dia João sabe me dizer se o poderoso chefão já foi? Não quis procurar por ele, afinal por enquanto, ele não quer me ver nem pintada de ouro!

O motorista riu e falou: — Eu imagino senhorita Natália, mas ele realmente já foi, e pediu que a levasse hoje, posso lhe fazer uma pergunta?

— Sim, pode! Desde que não seja indecente!

Disse ela maliciosamente, ele já estava acostumado com o humor ácido da menina, por isso riu e novamente então perguntou:

— A senhorita sofreu um acidente ontem?

— Por que a pergunta?

— Bem, senhorita, é que a traseira da moto do doutor Miguel, está amassada e sem a placa!

— Ih caramba! Ele vai me matar! Será que não tem como arrumar esse probleminha para mim, meu querido amigo Joãozinho do meu coração?!

Falou ela com olhar doce e aflito, e como a moça sempre conseguia o que queria com aquele olhar, especialmente de João que a conhecia desde pequena ele lhe sorriu e falou:

— Vou tentar resolver o problema do amassado, agora o problema da placa vai ficar mais difícil!

— Por que? Perguntou ela.

— Porque somente o doutor pode mandar fazer outra placa, afinal só ele tem o documento dela, senhorita!

— Droga! Já vi que eu vou ter que enfrentar a fera!

Quando ela chegou na empresa entrou em sua sala, e começou a trabalhar, ela trabalhava com a parte da administração da empresa em meio período, e a noite fazia faculdade, aquele era seu último ano, pois foi uma aluna muito adiantada para sua idade, Natália não estava mentindo quando disse ser muito inteligente. Miguel sabia de sua capacidade mental, da sua visão administrativa e excelente voz de comando, e com respeito a tudo isso ele tinha muito orgulho de sua filha.

Porém, Natália tinha aquele lado rebelde que só faltava enlouquecê-lo, ela tinha uma incapacidade para manter as convenções e se moldar a um modelo patriarcado, costumava falar o que tinha vontade e não se importava a quem fosse doer, e quando realmente queria atingir alguém, não media as consequência.

Às vezes Lara lhe comparava, as mulheres que não tinham educação, no entanto ao invés de atingi-lá, Natalia sempre respondia com ainda mais deboche, e Miguel não conseguia um dia de paz em sua própria casa.

Lorena havia se casado há um ano e meio, e às vezes ele pensava que a pobre moça tivesse casado, mais para fugir daquele inferno do que por amor, e a algum tempo estava suspeitando de Cauã o seu marido. No entanto, não tinha total certeza, e agora Natália jogou aquela bomba assim do nada, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e com uma frieza assustadora.

Essa era outra faceta da personalidade da sua filha, que o assustava bastante, ela demonstrava não ter um pingo de empatia por ninguém. Natalia estava bastante atarefada e de cabeça baixa, assinava alguns papeis, enquanto observava algumas planilhas em seu próprio tablet.

Teria uma reunião dali a quatro horas, e pretendia apresentar algumas ideias importantes no conselho, para os sócios de seu pai, quando a porta da sua sala abriu-se com estrondo.

— Você cunhadinha, é uma bela fofoqueira!

— Bom dia Cauã é um prazer ver um ser tão iluminado como você, assim tão cedo na minha sala, sabia? Era só o que faltava para o meu dia ficar ainda mais bonito! — falou ela com deboche.

— Pode parar com seus deboches, garota, que hoje eu não tô com disposição para suas brincadeiras, gostaria de saber porque teve que contar o que viu em? Por que não guardou essa sua língua dentro dessa boquinha?

— Bem, você não me pediu segredo, além disso, se queria tanto guardar segredo, porque estava em um lugar público?

— O que ganhou contando a seu pai e a jararaca da minha sogra?

— Pior que nada acredita? Nada além de um mala, com uma boca de sino badalando no meu ouvido sensível às sete horas da manhã! Qual é Cauã porque tanto desespero, em? Sei que para você não é trabalho nenhum manipular essas três marionetes, especialmente a sua querida esposa!

Ele com raiva bateu em sua mesa e a encarou falando: — Garota você é... terrível, sabia? E apesar de odiável, estou louco para te ensinar umas belas lições, pois acredito que tudo que precisa é aprender a obedecer um homem de verdade!

Disse ele a puxando da cadeira, com força, de encontro ao seu peito, ela então com nojo, falou debochadamente:

— Ah é mesmo! E quem é esse homem de "verdade" que não estou vendo aqui?

— Eu! E acredite quando te ensinar corretamente, tenho certeza que aprenderá a usar essa linguinha, só para satisfazer um homem, ao invés de sair espalhando fofocas por aí!

Disse ele com raiva, tentando beijá-la a força, ela lhe deu um chute nas pernas, e um tapa no rosto, e correu para trás sua cadeira.

— Já chega Cauã! Não sou suas bonecas de luxo, saia imediatamente da minha sala, ou farei um escândalo sem precedentes, e se ainda deseja manter seu casamento é melhor não se meter com a minha pessoa!

— Isso não vai ficar assim garota, um dia vou te ver ajoelhada nos meus pés, brincando gostoso com o papai aqui, e ainda implorando tapinhas no rosto, sua vadia!

— Saia daqui Cauã, a sua presença me enoja!

Ele saiu pisando pesado, e ela respirou aliviada, Cauã não só lhe dava nojo, como também lhe trazia uma sensação de peso, ela nunca foi com a cara dele, desde a primeira vez que o viu lá na sua casa, e ele não parava de olhar para o seu decote.

Ela voltou a trabalhar e esqueceu totalmente das ameaças de Cauã, pois nunca dava muita atenção às ameaças que sofria e olha que não eram poucas, afinal Natália era assim uma garota, ou muito amada, ou muito odiada.

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