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CAPÍTULO 4= NATALIA BARONE

Natalia Barone era a típica garota "problema". Bom, isso era o que ela deixava transparecer a todos à sua volta. E naquele momento enquanto pilotava a sua moto a toda velocidade e voltava para a sua casa, ela lembrava daqueles belos olhos azuis oceanos, naquela noite havia bebido demais. Mas, não estava afim de ser violada por algum idiota, que se achava no direito de tomar uma mulher a força, simplesmente porque ela é mulher, estava bêbada e desacompanhada em uma festa.

Por isso mesmo bêbada pegou a sua moto e fugiu dali, mas não antes de dar um belo um chute, nas partes baixas daquele imbecil, que tentou passar a mão por baixo do seu vestido, enquanto ela dançava ao som da sua música preferida.

Porém, ela teve que correr dali, ao perceber que ele não estava só, o cara e os seus amigos ainda a seguiram de carro, por um bom trecho. No entanto, ela ultrapassou alguns sinais vermelhos e seguiu na contra mão por quase meia hora, até atravessar a frente daquele carro, onde o bonitão de olhos azuis sedutores, quase a derruba, sabia estar errada, mas o álcool e a raiva ao gênero masculino a incentivou a xingá-lo e fazer-lhe aquele gesto obsceno.

Ela riu, ao lembrar-se o olhar que ele fez de surpresa, ao ver uma "dama" como ela fazer-lhe, aquele gesto tão obsceno, mas ele mereceu por se um tonto, ela pensou ainda sorrindo, e ao lembrar dos seus olhos, sorriu novamente dizendo:

— Nossa que bobo, que delicia!

Ao chegar em casa, porém, ela entrou no hall e tirou os sapatos para não fazer barulho, e na ponta dos pés tentou subir as escadas em silêncio, mas...

— Posso saber onde esteve, Nathalia Barone?!

— Pai! Eu estava eu...

— Não minta, não vai adiantar mesmo!

— Tudo bem pai, não tem porque mentir mesmo, eu estava numa balada. Afinal tenho direito não? Quero dizer sou uma mulher adulta, e acredito que tenho todos os direitos de sair à noite, depois de um dia estressante de trabalho, não?

— Você é uma adulta?!

— Pai! Vou fazer dezoito daqui a dois dias!

— Mas, ainda não fez, ou seja, oficialmente ainda é uma menor, então não, você ainda não é uma adulta Natalia! E apesar de estar estagiando, você ainda está sobre o meu poder, não percebe as coisas erradas que fez hoje?

— Que coisas erradas pai? Está fazendo uma tempestade, num copo d'água, só por que saí para me divertir?

O pai dela então começou a enumerar no dedo as coisas que ela fez de errado.

— Natalia você é de menor de idade, saiu para uma balada desacompanhada, sem seguranças, de moto, sem carteira de habilitação e ainda me faz essa pergunta?

— Foi apenas uma balada pai!

— Por favor, Natália não me faça perder a cabeça, e outra como conseguiu entrar nessa bendita balada sendo menor?

— Bem eu... eu...

— Meu Deus filha, você usou uma identidade falsa?

— Pai, por favor pai! Foi só uma balada, eu só queria dançar e me divertir! Porque eu mereço não mereço? Mereço sim!

Ela repetia as frases, e falava com uma voz embargada e carregada, ele então aproximou-se dela e sentiu o cheiro forte de álcool então falou:

— Natalia você bebeu? Estava pilotando essa moto bêbada?

— Qual é pai, mesmo bêbada, dirijo melhor que o Társio! — Respondeu ela ainda com a voz pesada.

— Por Deus, garota, quando vai deixar de fazer loucuras?! — Perguntou o pai a ponto de ter um ataque de nervos.

— Nunca! Natália é assim, por sua culpada, porque foi você quem sempre fez todos os seus gostos e vontades querido. Acredito que fez isso, com ideia de que devia dar de tudo para ela, para compensar a falta da sua mãe, mas infelizmente isso não foi bom, porque com isso você acabou estragando-a! Acha que Simone ficaria feliz, se visse Natália agora?

Disse Lara a madrasta dela de forma maldosa, visto que ouviu a conversa dos dois enquanto descia a escada.

— Ei, calma aí! Quem te convidou na conversa, em? Sua bruxa! E lava muito bem a sua boca antes de falar o nome da minha mãe! — revidou Natália de forma agressiva

— Eu não te ensinei a falar como ninguém assim, e muito menos com sua madrasta! — esbravejou o seu pai para ela

— Quer dizer que ela pode-me chamar, de estragada? E eu não posso-me defender? Chamo ela de bruxa, para não chamá-la de coisas piores! — Disse Natália s o mínimo remorso.

— Respeite Lara, ela é minha esposa! — A garota ainda tomada pelo o álcool, estufou o peito e falou:

— Que seja! Mas não é nada para mim, portanto não tem o direito de se meter em minha vida, eu trabalho e pago minhas contas, não devo nada a ela!

— Mas deve a mim, e não esqueça que você só trabalha porque é filha do chefe, ou acredita que lhe dariam um trabalho, sendo uma menor de idade sem experiência?

— Acho, acho sim! E sabe porquê?

— Sim! Quero saber diga porquê? — Disse o pai dela sorrindo sarcasticamente.

— Porque sou muito capaz, porque eu sou muito inteligente, e porque eu aprendo com uma facilidade incrível, me sairia muito bem em qualquer empresa sem precisar ter um longo currículo, sei que sou assim porque sou como a minha bela mãe! — falou ela enquanto encarava Lara, que cruzou os braços e levantou a sobrancelha com raiva, então a garota continuou.

— Minha mãe, sim, era uma mulher de verdade! Uma verdadeira dama e não essas que se dizem ser, mas é só da boca para fora, e eu sou muito capaz porque herdei todas essas as qualidades dela, afinal a minha mãe trabalhava! Nunca precisou casar com homem nenhum para poder se salvar das suas dívidas e dos seus credores!

Disse a garota de forma maliciosa, para sua madrasta, pois sabia que há dez anos, quando Lara se casou com o seu pai, a empresa do seu finado marido estava com uma enorme dívida, e ela estava na falência, e foi seu pai quem a ajudou, por isso, que às vezes Natalia tinha a impressão que ambos não se amavam de verdade, porém ao ouvir isso

— Meu Deus! Filha, como você consegue ser tão ferina assim? Porque eu não consegui te educar corretamente, devia ter ouvido você Liraa, e ter internado Natália em um internato para moças, como você fez com Lorena

— Devia mesmo, mas perdeu a oportunidade!

— Queria tanto que você fosse como sua irmã Natália!

— Já disse que essa mulher não é nada para mim, e muito menos a Amélia da filha dela! Ah! Por favor papai, realmente gostaria que eu fosse como a Lorena? Que passa o dia todo em casa, enquanto o marido enfeita a sua cabeça loira?

— O que você está falando menina?

— A verdade, afinal ainda pouco vi o Cauã aos beijos, como uma bela mulher na balada em que estava, isso é uma coisa que a bonequinha de luxo jamais vai ver, pois com certeza não pode ir em uma balada, é muito feio para uma dama!

— Deus isso não pode ser verdade! — disse Lara sentando no sofá pesadamente.

— Pense o que quiserem, mas eu não tenho porque inventar essa história, não ganharia nada com isso, agora vai depender de vocês se vão contar-lhe ou não. Mas do jeito que eu a conheço, ela o perdoará fácil, fácil! Afinal não se arriscará em perder o "presentinho de Deus", agora com licença que tenho que dormir amanhã acordo cedo, pois diferente de algumas pessoas que moram nessa casa, eu trabalho! — O seu pai, tendo de consolar a sua madrasta não a impediu de subir, mas antes falou-lhe:

— Natália essa nossa conversa ainda não acabou, está me ouvindo?

— Sim papai, sim! Mas amanhã tá? Por favor, agora realmente estou muito cansada!

Falava ela enquanto subia as escadas, e indo direto para o seu quarto, Natália se arrastou para o banheiro, e quando voltou de lá, deitou-se na cama, mas ao fechar os olhos lembrou-se daqueles belos olhos azuis e sorriu, ao lembrar como eram lindos, e dormiu lembrando deles.

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