Capítulo 3
— Minha mãe disse sobre isso, mas o pessoal do jornal negou.
— Eu achei a foto. - Mexeu no computador, abrindo algumas janelas e quando aquela foto apareceu na tela, meus olhos se encheram de lágrimas.
A garota estava deitada de barriga pra cima, com os braços cruzados acima do peito e uma rosa vermelha entre os dedos. Seu rosto era parcialmente coberto por uma máscara veneziana, e a faca apunhalada não era qualquer faca, tinha alguns desenhos e era inteiramente preta. Os lábios estavam machucados e todo seu braço branco e magro, estavam com hematomas.
— Isso é tão...cruel! - Recuei, evitando olhar a foto.
— Extremamente! - Fechou o notebook e colocou para o lado - Eu fui ao cemitério, ver se a história era verídica, e tem uma lápide com o nome e a data do assassinato, provavelmente, isso é bem real.
— Céus! Você pesquisou tudo.
— Eu vou fazer direito, quero ser delegada. Então, não pude evitar uma história dessas. Você vai fazer o que? - Muda de assunto, como se estivesse falando de uma receita de bolo.
— Medicina. - Respondi meio aérea ainda pela situação.
Depois de conversarmos mais um pouco sobre nós, ela me apresentou o meu quarto. Tinha apenas uma cama com um criado mudo ao lado, e um guarda roupas ao lado da pequena janela com grades.
Enquanto arrumava minhas coisas, Kim foi tomar banho pois íamos dar uma volta na cidade para conhecer, provavelmente, conhecer pra ela era: investigar.
Kim tem vinte e dois anos e morava na capital também, seus pais eram dentistas mas pelo visto ela não se dava muito bem com eles. Algo sobre: não quis seguir a carreira dos sonhos do meu velho..
Já estava quase escurecendo quando terminamos de nos trocar, Kim usava um moletom preto com a logo da vans no tom branco, calça jeans e escura e um vans preto, eu sorri ao perceber o que ela pretendia.
— Pra saber sobre eles, precisamos agir como eles! - Falou com suspense na voz e nós rimos.
Andamos um pouco e o Sol já tinha ido embora, avistamos um movimento na esquina onde tinha um pequeno bar. Algumas pessoas bebiam e riam alto, o que nos fez olhar uma pra cara da outra. Antes que eu pudesse fazer algo, Kimberly se aproxima rapidamente da pequena turma.
— Até que enfim achamos algo interessante pra fazer aqui!
Kim falou de repente, no meio da roda de duas meninas e três homens mais velhos. Todos eles estavam um pouco alterados, mas tinham um sorriso simpático nos lábios.
— Provavelmente o único. - Uma das meninas, que é loira, falou antes de beber da sua bebida. Olhos azuis, marcados por um forte lápis preto.
— E vocês, chegaram quando? - Um dos homens perguntou.
Cabelos castanhos claros e olhos cor de mel, os ombros largos e provavelmente malhava, sua barba estava começando a crescer, pelos tão claros que pareciam iluminar seu rosto. Bonito, muito bonito.
— Como sabe que não somos daqui? - Kim perguntou, notei frustração na sua voz e tentei não sorrir.
— Sou o dono do bar. - Estendeu a mão para um cumprimento. - Meu nome é Lucas, e o de vocês?