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Capítulo 2

A casa é pequena, tinha somente um andar, aliás todas as casas dessa cidade pareciam ter só um andar.

Na sala, dois sofás e um aparador com uma televisão fixada na parede um pouco mais pra cima. No aparador tinha algumas coisas como: carregador, copo e fones de ouvido. Deduzi que fosse da menina que moraria comigo, inclusive ela sumiu assim que entrou.

— Olá!? - Olhei ao redor.

Do meu lado direito, tinha a cozinha e dava para ver a mesa simples de ferro, quatro cadeiras com aparência desconfortáveis. Andei até lá, uma típica casa de interior, tudo muito humilde porém ajeitado. Abri um pouco a janela acima da pia e vi um terreno abandonado, os matos estavam altos e tinha algumas árvores, atrás dele outras casinhas parecidas com essa. Fixei o olhar em uma pessoa parada no meio do terreno, olhando diretamente pra mim. Era impossível estar olhando pra outra coisa, não tinha para onde olhar.

Se era homem ou mulher, não dava para identificar pela distância. De repente começou a correr na direção da casa, de uma forma estranha, como se estivesse com a perna machucada, mancava muito. Meu coração começou bater forte e o sangue a correr mais rápido nas veias, eu queria gritar mas a voz não saia. Engasgada com o próprio fôlego me senti impossibilitada de pedir ajuda, e completamente aterrorizada. A cada segundo a nossa distância diminuia.

— O que está olhando? - Sobressaltei assustada com a voz ao meu lado, e virei rapidamente para a garota, que estava curiosa olhando na mesma direção que eu.

— Uma pessoa corren... - Aponto antes de olhar.

Não tinha mais ninguém.

— Sério, você está bem? - Ela perguntou me levando até a mesa, eu estava assustada, eu sabia que tinha visto alguém. Nunca fui uma pessoa de ter alucinações - As vezes é só um idiota da faculdade querendo assustar, esse bairro é universitário. Não que eles precisem de um, né? Com esse ovo de cidade.

— Talvez fosse. - Tento esquecer a imagem, e talvez acreditar que era apenas um veterano idiota - Aliás, prazer meu nome é Rafaela Ferraz. - Nós nos sentamos na mesa e ela colocou seu notebook acima.

— O meu nome é, Kimberly, mas pode me chamar de Kim, eu até prefiro.

Seus olhos castanhos me olhavam com preocupação, mas não estavam surpresos com o que eu havia acabado de falar ter visto.

— Como paramos nessa cidade? - Perguntei passando a mão na testa, sentindo o suor frio.

— Espera só pra ver isso. - Ela abriu o notebook, e já estava na janela de um blog. - Cheguei ontem à noite, e também achei aqui super estranho, você vai ver quando escurecer, não se houve absolutamente nada e algumas pessoas ficam vagando pela rua. Mas isso - Apontou pra tela, com a foto de uma menina loira dos olhos verdes - Isso é sinistro.

“Com muito pesar, informamos a morte da Emily Louise, vítima de um assassinato brutal na última noite. O corpo da nossa ex-universitária foi encontrado na porta da sua própria casa com machucados pelo corpo inteiro e uma faca apunhalada em seu peito. A foto publicada, certamente é perturbadora e por respeito a família, não iremos divulgá-la. Que Emily descanse em paz.”

Terminei de ler, e olhei para a Kim que me encarava atenta.

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