Kovreror, o dragão supremo
Chegou o momento do leitor conhecer o rei de Tarayth. Seu nome era Raigaford Chergoba. Tem cinquenta e oito anos e assumiu o trono há dez anos atrás. É filho de Raitus Chergoba e pai de Jhessail Chergoba.
Raigaford é um homem de cabelos, barba e olhos castanhos, a pele branca e costuma usar roupas vermelhas, que consistia em um agasalho, uma capa e uma calça, além de botas marrons. Era aquele rei tradicional que vemos nas estórias infantis.
Assumiu o trono após a morte de seu pai, o que foi motivado por ele ter morrido por conta da idade. No entanto, muita gente achava isso suspeito. Raitus tinha sessenta e oito anos quando faleceu, mas o último rei, avô de Raigaford, teria oitenta e oito anos quando veio a falecer. Muitos teorizam que foi o próprio Raigaford quem matou seu pai, palavras vindas de Geth, vizinho de Dorg e Molly.
Raigaford é um homem arrogante, orgulhoso, autoritário e frio, além de ser muito ganancioso por dinheiro. Sempre aumenta os impostos da população além de impor leis ditatoriais. Não existia ninguém de Tarayth que gostasse de Raigaford e quando Dorg e Molly souberam de seu perfil, também não gostaram.
No entanto, seu pai era o oposto. Sempre buscou ajudar cada um, nunca aumentou os impostos, até buscava baixá-los, além de que era aberto a todos os reinos dos humanos. Já Raigaford fechou Tarayth para que nenhum reino venha a difamar seu processo de ditadura.
Jhessail puxou o avô, como dizia sua falecida mãe. Ela sempre buscou ajudar as pessoas, na medida do possível e sempre que sabia de um caso em que o indivíduo não podia cumprir com as leis, ela dava um jeito de ajudar e conseguia. Muitos queriam que Jhessail fosse rainha logo, mas ela dizia que tudo tinha o seu tempo.
Ela tinha os cabelos longos e castanhos, assim como os seus olhos, a pele pálida e andava sempre de vestido, o seu favorito, um vestido roxo. Era uma princesa bela, gentil, pura e humana. Sempre pensando no próximo e em maneiras distintas de ajudá-lo. Estava nos seus trinta anos, mas aparentava ter menos, por conta da aparência jovial.
A reputação de Galord vinha crescendo, assim como a do misterioso Ranges Paladin. Raigaford ficou intrigado que tinham dois justiceiros em seu reino que espantava os cavaleiros e ajudava a população. Pelo que o rei soube, eles eram contra o seu reinado e iriam encontrar uma forma de destroná-lo, pelo bem da população.
— Isso é um ultraje! — Grita o rei, batendo com o punho no braço do trono.
Ele estava sentado no mesmo, na sala do trono. Tinham dois guardas em seus lados opostos. Seu conselheiro, Freuder Reilord, um homem de quarenta e seis anos, com uma aparência semelhante a de Raigaford, mas com a barba, os olhos e os cabelos negros, anotava algumas coisas em um pergaminho. Parecia ser a opinião de Raigaford sobre Galord e Ranges.
— Teremos de contatar alguém que possa nos ajudar a banir esses dois! — Disse Raigaford.
— Majestade, soube que os dois têm aliados. — Disse Freuder.
— Quem? — O rei fica curioso.
— Galord tem a companhia de uma centauro chamada Winsome e de um goblin chamado Vults. Já Ranges tem apenas uma companhia, que é a de um arqueiro chamado Robinson Hooder.
Raigaford parecia mais irritado ainda.
— Isso não vai ficar assim! Quem deu autorização para que seres mágicos entrassem no meu reino? Uma centauro e um goblin? E se os centauros e os goblins souberem do que está acontecendo em Tarayth? Só em pensar já me dá um risco de infarto!
A princesa estava na porta ouvindo tudo. A sala do trono tinha as paredes de tijolos de cor cinza e um tapete vermelho no meio. Na ponta do tapete, estava o trono e os guardas, além do conselheiro, que conversava com o rei.
— Galord… Ranges… — Cochicha a princesa para si. — Preciso falar com o meu criado, Sanilo. — Ela sai de onde estava e vai para o seu quarto.
— Bem, eu já estava me preparando para o pior. Já vinha sabendo do paradeiro desses dois, por isso, eu pedi para que a minha criada Daka Yi fosse contatar Le a respeito de como estariam as coisas no Reino dos Magos. Daka Yi!
Uma moça de vinte e quatro anos com uma aparência oriental, coque, quimono e pele branca, além de olhos negros aparece onde estava a princesa antes. Ela faz uma reverência.
— Majestade?
— Por favor, chame Maguildy.
Freuder parecia surpreso. Maguildy era um mago, um dos mais poderosos. Ele pertencia a uma organização conhecida como Ordem dos Magos, onde os mesmos dominavam um nível avançado de magia. Podiam fazer qualquer coisa, dizem que estão em um nível próximo ao dos anjos, que vivem no Reino dos Anjos.
Nesse momento, aparece um homem de cinquenta e três anos, sendo acompanhado por Daka Yi. Ele tinha os cabelos grisalhos, assim como a barba e usava uma túnica que lhe cobria todo o corpo, de cor verde. Carregava um cajado e apresentava uma expressão séria.
Raigaford estava feliz em vê-lo e assim, desenvolve-se o diálogo.
— Majestade. — Maguildy faz uma reverência para o rei.
— Muito bem. Você soube do ocorrido? Estou sendo ameaçado, Maguildy! — Disse Raigaford, batendo no braço do trono.
— Sim, Majestade. Soube dos dois responsáveis por deixá-lo inquieto. Ranges é um semideus e…
— O quê? Um semideus?
— Sim. No entanto, nunca ouvi falar desse tal de Galord. Mas pelo visto, deduzo que ele seja um semideus também.
Raigaford agora estava mais desesperado. Teria que lidar com dois semideuses. Nesse momento, ficou em dúvida se somente Maguildy era o suficiente para vencer os dois.
— Mas não se preocupe, Majestade. Como são dois semideuses, terei de apelar para um dragão, mas não pense que é um dragão qualquer. Estou falando de Kovreror, o Dragão Supremo.
Raigaford já estava quase tendo um infarto. Era demais ter que ouvir nomes tão conhecidos e de peso, como o de Ranges e agora de Maguildy. Ainda por cima, o mago vem com Kovreror, que era um dos dragões mais poderosos do Reino dos Dragões.
— Mas como você vai chamar alguém indomável como Kovreror? Eu duvido muito que…
Maguildy estala os dedos e um rugido amedrontador de um dragão é ouvido em um lugar do castelo.
— Mas… — Raigaford já estava assustado. O rugido parecia um trovão que vinha tremendo tudo. — Guardas! Procurem por Kovreror!
Os guardas obedecem.
Maguildy sorri e fala:
— Majestade. Não procure pelo dragão. Ele está sob o meu controle nesse momento. Se ele topar com os guardas, é capaz de que eu perca esse controle. Ele precisa mirar no inimigo na qual eu falei por telepatia. Disse que era para ir atrás de Galord e de Ranges. Se encontrarem o dragão, ele vai achar que encontrou esses dois.
— Mas então o que eu…
— Não se preocupe. Estou mandando ele voar nesse momento para Tarayth.
O rei fica aliviado. Agora, ele decidiu deixar tudo nas mãos do mago para que pudesse ter sossego. Tinha receio de que algo viesse a acontecer e ele perdesse o seu reinado, mas agora, ele tinha que confiar no mago Maguildy. Sabia que ele tinha tudo sob controle. Só precisava confiar nele nesse momento.
A princesa, quando ouviu o rugido do dragão, foi colocar a cabeça para o lado de fora e se assustou. Um imenso dragão estava voando, indo na direção da cidade. Ele era bem grande, tendo mais ou menos quinze metros de altura. Suas escamas eram verdes e seus olhos amarelos, mas apresentava uma aparência assustadora. No entanto, seus olhos mudam para vermelhos, sinal de que Maguildy estava o controlando.
— Minha nossa… — Disse a princesa. — Eu tenho que fazer algo. Eu preciso encontrar Galord, antes que esse dragão o encontre. Sanilo!
Aparece o servo da princesa.
— Por favor, encontre Galord. Diga que eu quero falar com ele e depois mande a mesma mensagem para Ranges, mas primeiro, eu preciso falar com Galord.
— Sim, Alteza.
A princesa faz uma expressão de preocupação para com o seu servo.
— Se o meu pai me perguntar para onde você vai, diga que foi comprar algumas coisas para mim.
— Sim, Vossa Alteza. — Sanilo se curva para a sua ama e se retira de seus aposentos.
A princesa olha para a janela preocupada com os dois heróis de Tarayth. Torcia para que Sanilo os encontrasse antes do dragão Kovreror.
Enquanto isso, Dorg estava vendendo alguns artesanatos na frente da casa de Oolvayre. Ela disse que iria arrumar um emprego para o rapaz e conseguiu. Ele está trabalhando para ela agora. Começa a trabalhar às oito horas e vai até às seis. Quando precisa almoçar ou ir ao banheiro, Oolvayre fica no lugar dele. O almoço do rapaz dura cerca de duas horas, pois ele costuma comer, conversar com Molly e Woodcker, que agora é criado da irmã de nosso protagonista e depois tirar uma sesta. Antes de terminar o tempo de intervalo, Dorg já está voltando para trabalhar.
Muitas pessoas gostaram do atendimento e da atenção de Dorg. Seu atendimento foi tão bem avaliado que chegou a chamar atenção de uma moradora de Tarayth, onde ela demonstrou interesses amorosos ao rapaz. Seu nome era Quinn Chaehwk. Tinha vinte e sete anos e estava sempre com o seu bebê, Lachlus. Quando não podia ficar com ele, já que trabalhava como enfermeira, ela pedia para uma babá que tinha em Tarayth chamada Abbima Bagama. Quinn era morena, pele bronzeada e usava uma manga comprida acompanhada de um macacão azul. Abbima era loira, tinha os cabelos curtos, mas com pequenas tranças para frente e usava um vestido azul.
Dorg, de alguma forma, sentiu-se atraído por Quinn. Pensava em pedir a mão dela, mas não se achava apto ainda. Queria ganhar muito dinheiro para cuidar de sua irmã e também do filho de sua paixonite.
Também queria pagar o Doutor Ricnan Windsailor, o médico que está tratando da cólera de Molly. Foi um médico muito bem atencioso com a sua irmã e merecia receber o pagamento em dia, por conta de tê-la tratado bem. Ele costuma atendê-la em casa, já que depois de ter sido abordada por cavaleiros, ela acabou pegando trauma por sair de casa.
Nesse momento, Dorg tinha saído do trabalho. Estava na hora de seu intervalo. Ele decidiu caminhar um pouco com Winsome e Vults, ainda mais que o goblin teria feito algumas traquinagens em casa. Jogava pratos no chão, fazia o sofá como cama elástica, além de querer jogar tudo para os ares. Mas sempre que se lembrava disso, vinha Vults em sua cabeça, batendo no peito e imitando um macaco. Ele achava isso engraçado. Winsome sempre dava "puxões de orelha" em seu amigo, por conta dele ser travesso desse jeito.
— Como está no trabalho, Dorg? — Indaga Winsome.
— Está fluindo. Fiquei bem popular em Tarayth, por conta do trabalho. — Responde Dorg.
— Isso é bom. — Disse Vults, deitado no lombo de Winsome, com as mãos na cabeça e uma das pernas cruzadas.
Nossos amigos iam conversando tranquilamente, quando sentem uma presença nada agradável.
— O que é aquilo no céu? — Indaga Vults apontando para cima.
Dorg e Winsome olham para cima e vêem um dragão que pousava no solo. Ele era assustador e as pessoas ao redor, quando perceberam sua presença, ficaram assustadas e saíram correndo para tudo quanto era lado.
De repente, a espada de Dorg começa a brilhar.
— O quê? Mas… O que está…? — Dorg teria se transformado em Galord. — Percebi um perigo de repente e achei melhor trocar com Dorg.
O cavaleiro olha para o dragão e fala:
— Então este é o perigo.
— Parece que sim… — Diz Winsome, assustada.
— Essa espada… É a Espada Nebulosa. — O dragão Kovreror fala como se fosse um trovão. — Então a lenda é real.
— Fico impressionado de conhecer essa lenda, dragão. — Galord cruza os braços e caminha até ele. Winsome e Vults ficam desacreditados do que o cavaleiro está fazendo.
— Fui enviado para matar você e Ranges Paladin.
— Ranges Paladin?
— Isso mesmo.
Galord olha para a centauro e para o goblin e fala:
— Vou precisar da ajuda de vocês. Ainda mais que quero conhecer a habilidade de cada um.
Winsome e Vults se olham e decidem concordar.
— Tudo bem. Se você quer conhecer nossas habilidades… Vamos ajudá-lo, ainda mais que só você enfrentar um dragão é complicado.
— Eu tenho força o suficiente para enfrentar dois ou até três dragões ao mesmo tempo, mas quero ver como vocês se comportam em uma luta. — Disse Galord.
— Pois que venham os três de uma vez então. — Kovreror abre as asas.
Algumas pessoas estavam por perto, sendo uma delas, Sanilo, o servo de Jhessail. Teria chegado depois do dragão e topou com Winsome e Vults que estavam acompanhados de Galord. Os três irão enfrentar Kovreror.
— "Cheguei tarde demais." — Pensa o servo.
Logo, começa a luta entre um meio humano, uma centauro e um goblin contra um dragão.