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Daniel Danger

Jogo a bituca do meu cigarro pela janela.

Me ladeio e deixo ele ver como eu me visto também, com um sorriso tímido, malicioso e divertido.

Desço pelo elevador e coloco o capuz do meu moletom preto. Está chovendo e acabo de arrumar o cabelo. Algumas amigas me dizem que eu fico linda com o cabelo ondulado, mas eu não acredito muito. Afinal, cresci ouvindo que é feio.

Eu moro a algumas ruas da avenida principal. Em qualquer cidade europeia todos os edifícios do centro são caros e antigos. Por fora eles costumam ser góticos, renascentistas ou barrocos: históricos. Por dentro os proprietários reformam as casas com as últimas tendências de Desenho.

É, eu vivo num desses edifícios caros e luxuosos. É irônico porque às vezes meu padrasto não compra nem comida, e a casa não está reformada, tem vários defeitos. Mas quando ele desce no térreo todo mundo pensa que ele caga dinheiro e é isso o que importa.

Encontro dentro do meu moletom um cigarro de maconha já preparado.

É o meu dia de sorte.

Prefiro não fumar em casa, agora que desci já aproveito.

E ainda que esse vizinho pareça "um cara de bem", não dou a mínima se ele tiver uma má impressão de mim.

Costumo me divertir quando causo repulsão em gente certinha.

─ Malvina, você dá pena. - Diz a voz interior da minha cabeça.

─ O fato de eu precisar de medicina alternativa para curar a minha depressão é algo que eu perdoaria se eu fosse Deus. - a respondo.

─ As pessoas sentem nojo de você por usar drogas e por ser antipática. Você é só uma carente, uma penosa e uma inútil. Esta é a sua forma de chamar a atenção dos outros? Sendo uma vadia drogada? Por que você não entra para dentro, joga isso fora e vai estudar?

─ Foda-se.

Acendo o cigarro e cruzo a rua, fumando. Já no primeiro trago sinto a brisa interior relaxante se misturando com o ar poluído e pesado da capital.

Encontro o loiro usando uns óculos escuros, um boné cinza girado para trás e um casaco marrom cujo capuz está levantado sobre sua cabeça, escondendo a aba do boné. Ele é alto, magro e proporcionado. Diria: bem atrativo. Ele está encostado num térreo escuro, o mais feio da rua.

Assim que ele me vê abre um sorriso ladeado no canto da boca e move as mãos dentro dos bolsos do seu casaco por nervosismo. Insegurança? As pessoas dizem que eu sou bem bonita.

─ Oi, vizinho. - Cumprimento, ficando na sua frente, e levantando o meu queixo para olhá-lo no rosto. O loiro fica calado alguns segundos, sabe-se lá quem é ele, me observando por dentro dos óculos escuros. - Vai ficar mudo? - Rio baixo, quebrando o gelo.

─ Uau. - Ele sussurra, dando um leve risinho. - Eu realmente não esperava que você descesse.

Vejo como ele abaixa os olhos, observando o cigarro, mas não diz nada.

─ Pois é. - Respondo, com um sorriso cínico.

─ Hm... - Ele murmura.

O cara se aproxima de mim e segura a minha cintura com as duas mãos.

É mesmo. Foi para isso que descemos.

"E se ele for um depredador?" a pergunta vem com um tom amedrontado pela minha mente.

Mais depredador do que eu? Eu estou louca para foder.

Olho suas mãos lentamente, dizendo-lhe de um jeito não verbal que ele está sendo inapropriado, só para me fazer de difícil. Depois subo o meu olhar para o rosto dele e abro um sorriso sensual e ladeado.

Sinto como ele puxa o meu corpo, meus seios se colam em seu peito. O ar da respiração dele vem contra minha boca, e fecho os olhos.

Começamos um beijo de língua lento.

Este foi o meu primeiro contato com este loiro.

De olhos fechados, e mente apagada.

Seguro o seu pescoço com as duas mãos e aprofundo o beijo. Nossas línguas começam a se esfregar uma na outra.

Após dois minutos assim, conhecendo o interior do paladar um do outro, o beijo está ficando intenso e molhado. Acabo soltando um gemido baixo. Sinto o corpo dele esquentando, e o roce da calça jeans dele na minha.

─ Você é atrevida. - Ele sussurra contra minha boca, segurando um lado do meu rosto e morde o seu lábio inferior de desejo enquanto me olha. Depois desliza os dedos de um jeito carinhoso por minha pele.

─ O que você quer dizer? - Pergunto, me fazendo de inocente.

─ Você não acha perigoso o que acaba de fazer? Descer para se encontrar com um estranho? - Ele ladeia um sorriso malicioso e satisfeito.

Dou um leve risinho irônico.

─ O mesmo te digo... - Respondo, baixinho.

Neste momento, ele parece haver ficado ainda mais surpreendido. Não é normal uma garota que se diz perigosa.

─ Então você não é nada certinha. Hm?

Às vezes sim. Às vezes sou bem certinha.

─ Sou sim. Eu sempre tomo precauções. - Respondo, sarcástica, dando outro sentido desviado para sua pergunta. Um sentido "kink".

Ele ri gostoso e baixinho, entendendo a que me refiro a pílulas anticonceptivas e camisinhas. E fica corado porque não deixo de surpreendê-lo, pelo visto.

─ Eu também. Haha.

Ou seja, apesar de gostar de sexo anônimo, o vizinho também sempre se protege. Depois de rir, parece que um fogo subiu pelo corpo dele e o despertou.

Ele me empurrou para a parede contrária do térreo, segurou a minha bunda com as duas mãos, uma em cada nádega, e me apertou contra o corpo dele. Dessa vez o nosso beijo foi fogoso, cheio de tesão. Eu parei de conter os meus gemidos. Ele beija bem. Sua língua explora a minha com vontade.

Eu solto gemidos finos, de olhos fechados. Dentro deles, minhas escleras estão se revirando.

Depois de mais alguns minutos, ele para e começa a beijar o canto da minha boca, com alguns selinhos um pouco desesperados e molhados.

─ Uff... A sua boca é super macia. Eu nunca beijei ninguém com os lábios assim, tão carnudos, tão gostosos. - Ele confessa baixo, com um timbre embargado de tesão, bem perto de mim. - São naturais?

Haha. Que bobinho. Não é a primeira vez que perguntam se a minha boca é operada. Ainda que eu seja branca, a minha avó é negra. E tenho traços de várias raças, como a maioria dos brasileiros.

─ Claro que sim. - Sussurro, revirando os olhos. ─ Eu sou toda natural. - Faço uma expressão de desdém.

─ Você não é daqui. Seu sotaque é estranho. - Ele responde. Outra pergunta com a qual lido sempre que conheço alguém novo. Apenas assinto.

─ Sou de outro planeta.

Ele acaba rindo baixinho, e ficando vermelho.

─ Posso tirar seus óculos de sol, senhor mistério? - peço, com senso de humor. Chego a tocá-los, mas ele freia minha mão.

─ Prefiro assim. - Ele responde, elevando a minha suspeita.

Deve ter algo estranho nisso tudo. Será que ele é cego? Ou... Por quem ele não quer ser visto? É um fugitivo? - Não te dá tesão, ou o quê? Marciana?

Haha.

Seu desafio me deixa com tesão de novo. Fome de aventura é o que sempre corre por minhas veias.

─ Você fuma? Não te perguntei. - Lhe digo, o olhando e lhe apontando o cigarro enrolado no papel de seda.

─ Não muito. Pode ficar para você. - Ele responde. Tem certa ternura no tom de voz dele.

Me mostro um pouco desentendida, e inclusive ofendida.

Ele parece haver notado isto, e tenta consertar nas próximas falas.

─ Digamos... Que eu tenho isso de sobra. E talvez até melhor do que a que você está fumando. - Ele move o nariz algumas vezes, cheirando a fumaça. ─ Sim, definitivamente.

─ Ahh... Entendi. - Zombo, com um sorriso. ─ Você é do tipo requintado, que só fuma erva cinco estrelas.

O garoto apenas dá um risinho.

─ Garota rebelde... - Ele abre um sorriso malicioso, seu lábio fino se curva para um lado. - Você quer vir comigo a um parque que há aqui perto? É bem discreto. - Ele sussurra "discreto" e entendo na hora ao que se refere.

─ Qual? - Pergunto curiosa.

─ Para o Auditório. - Ele responde.

─ Vamos.

E então começamos a caminhar juntos, como dois anjinhos, um do lado do outro.

- Eu já fui por lá. Quando eu tinha quinze anos eu e meus amigos matávamos aula nele ás vezes. É o parque onde está o monastério, não é mesmo?

─ Sim, sim. - Ele ri levemente. ─ Há quanto tempo você mora aqui? - pergunta o loiro, curioso.

─ Há cinco anos. - Respondo, sorrindo. ─ E você? Você nasceu nessa cidade?

─ Sim. Eu nasci aqui, cresci aqui. - Ele está com as duas mãos para trás, nas suas costas, como um vovô. Chega a ser engraçado. ─ Mas espero não morrer aqui.

Olhamo-nos e acabamos rindo com cumplicidade. Ele não gosta daqui. E eu também não. Não que a culpa seja da cidade, mas eu tenho meus motivos. Talvez ele tenha os dele também.

Chegamos a um parque escuro, enorme. É necessário subir umas escadas para chegar à zona verde. Atrás há uma igreja e uns edifícios baixos e antigos, cuja função é a de claustro para as freiras. À esquerda há um parque infantil, com um balanço e alguns outros brinquedos. À direita há alguns bancos de praça e no meio há um passeio grande, entre árvores.

Ele já chegou se sentando num dos bancos, de pernas abertas.

O parque está vazio. De noite sempre está vazio. Eu já transei aqui com o meu falecido.

Olho para ele, que está apoiando as mãos na metade das suas coxas, ladeando a cabeça de um jeito sensual enquanto me olha, sem capuz.

─ Qual o seu nome? E... Se não quiser me falar, ao menos me diga um apelido? - Sorrio, sarcástica.

Vejo como ele segue se resistindo a falar de si mesmo.

Me aproximo dele aos poucos e me sento numa coxa sua. Imediatamente ele segura minha cintura com uma mão.

─ Um apelido, sabe? Ou você prefere que eu gema o nome de outro cara? - Sussurro perto do seu ouvido, de um jeito arrastado, rouco e fino.

Vejo como ele lambe seu lábio inferior.

─ Você pode me chamar de Danny Danger. - Ele responde, com firmeza, com um timbre sensual e muito sussurrado, principalmente ao pronunciar seu apelido de rua. Levemente envergonhado, levemente safado.

─ Danny Danger, hm? - Rio com suavidade. ─ E então... Você tem... Camisinhas? - murmuro.

Assim que acabo de rir, nossos lábios se pregam de novo como imãs. Ele não me responde, apenas me beija com força, de novo, segurando o meu rosto de um lado, e o apertando.

Confesso, estou ficando excitada. No entanto, ele parece ser meio carinhoso. Estou cansada de sexo baunilha. Todos os garotos com quem transei ultimamente são assim, calmos, contidos, transam de pouco a pouco.

Desço a mão dele, lentamente, até o meu pescoço. Ele o segura enquanto nos beijamos de língua, mas não aperta. Então desisto e me entrego ao seu ritmo comedido. Mas apenas sua mão por cima dessa zona já me deixa muito mais excitada.

Estou sentindo o pau dele subindo por dentro da calça enquanto nos beijamos. Deixo meus seios encostarem no peito dele lateralmente, gemo baixo, isso parece surtir efeito nele. Sinto como ele desabotoa minha calça e coloca uma mão por dentro do tecido jeans, minhas costas se arrastam aos poucos, até ficarem encostadas no peito dele. Sua outra mão sobe por dentro do meu moletom, alcançando um dos meus seios.

─ Daniel, é seu nome? - Sussurro, afobada, enquanto sua língua entra na minha boca mais depressa. Seu dedo começa a tocar meu clítoris, em círculos, por dentro da calcinha. Ele se aproveita da minha umidade natural para massageá-lo, franzo as sobrancelhas de prazer. Sinto ele apertando meu peito.

─ E o seu? - Ele sussurra, com a voz embriagada de tesão.

─ Mal-malvina...

Essa massagem durou por mais algum tempo, até que a pele dos dois começou a ferver no meio de tantos toques. Ele colocava os dedos para dentro de mim como podia. Eles faziam certo barulho por dentro da minha calcinha, no meu interior molhado. Seus dedos longos me atingiam profundamente, eu estava gostando. Não parávamos de nos beijar e de nos esfregar.

Eu deslizo, num momento, minha mão até o interior do bolso da calça dele e localizo a camisinha, como eu imaginei. Eu mesma a abro, enquanto ele está devorando meu pescoço com beijos profundos, apaixonados e suspiros na minha orelha.

Me levanto e desço minha calça jeans até as batatas das pernas. Abro a calça desse loiro, e encontro um volume enorme e delicioso na cueca. Tiro para fora, dou uma cuspida que cai desde os meus lábios até seu pau, e o masturbo algumas vezes, enquanto o olho com um sorriso ladeado, só para ter certeza de que ele já está em seu máximo esplendor. Vejo como outro se abre no rosto dele enquanto ele olha como o masturbo.

Coloco a camisinha, segurando a ponta e a deslizando no seu membro. Logo me sento de joelhos no banco. Então desço mais a minha calça e com um fogo na bunda que só pode ser do diabo, coloco o pau desse desconhecido dentro de mim e começo a quicar para cima e para baixo, não dando a mínima para a sua identidade, nem para ele quase. Eu só estava com vontade de ter um orgasmo.

Ele agarra o meu quadril e me ajuda a meter com força. Está escuro, e mal nos vemos para dizer a verdade.

─ Ah... Ai... Assim! - começo a gemer mais alto quando ele vai me ajudando, revirando meus olhos. Ele lambe meus seios nessa escuridão, mordendo o biquinho de um deles, levando-o para o fundo da sua boca enquanto me fode com força, segurando o meu quadril, me fazendo galopar nele.

Eu estou muito molhada, porque dá medo que alguém apareça nesse parque. É perigoso. Molhada porque mal conheço esse cara. Molhada porque o pau dele é muito gostoso e me deixa trêmula.

Mas não porque o que estejamos fazendo seja intenso, ou haja cumplicidade entre nós dois.

─ Dan... - Sussurro.

─ Sim? - ele murmura, aproximando a cabeça do meu pescoço, enquanto ainda me ajuda.

Eu ia lhe dizer que queria parar e ir embora, mas ele começou a meter tão forte, de um jeito tão violento, que acabei esquecendo da razão. Eu apenas fechei os olhos e me deixei levar.

Enquanto o meu clítoris se esfregava na pélvis dele freneticamente com suas investidas, eu acabei gozando. Ele, em pouco tempo também. Ficamos um tempo abraçados enquanto nossas respirações se normalizavam.

Eu queria conversar com ele, perguntar quem ele era... Mas eu só sentia que ninguém desse mundo ia me entender de todos modos. Então apenas fiquei em silêncio, esperando o meu corpo voltar ao normal.

─ Você gostou? - pergunto.

─ Claro... - ele assente, ainda ofegando. ─ E você?

Talvez eu tivesse gostado mais podendo ver seus olhos.

─ Sim. - Respondo, apenas. Não foi uma das minhas melhores transas. Não que fosse culpa dele, eu mesma me coloco em situações assim. - Vou embora... - digo, me levantando do seu colo e me apoiando no seu ombro. - Quem sabe a gente não se vê mais vezes?

─ Acho que não... - ele responde, fechando sua calça.

─ Por quê?

─ Mm... Digamos que... Todas as minhas aventuras sexuais são assim, rápidas. Se você não se importar com isso, podemos nos ver mais vezes sim. - Ele ergue o seu queixo.

Levo as mãos até seu rosto para tirar seus óculos, então ele segura meu pulso.

─ Você insiste em me ver. - Diz o garoto. - Faz o seguinte... Fuma este baseado inteiro, e eu deixo você levantar meus óculos. - Ele dá um risinho e o tira de dentro da sua calça outro cigarro no papel de seda.

─ Por que você não quer que eu te veja? Isso é muito, muito estranho. E suspeito! - exclamo, franzindo as sobrancelhas. Enquanto estou falando ele coloca uma bolsinha de plástico cheia de maconha no bolso traseiro da minha calça jeans, dá um tapa na minha bunda, uma apertada, e ri baixinho de novo.

Começo a entender. Ele só pode ser o cara que passa drogas aqui no bairro.

Acendo o baseado e começo a fumá-lo freneticamente na frente dele, enquanto ele me observa. Tudo para poder vê-lo, como ele havia me prometido. Quando acabo o cigarro, estou tonta, lerda e quase caindo no chão. Tudo gira ao meu redor, as árvores estão se embaçando, parece que o banco onde ele está sentado dança.

Levanto seus óculos, mesmo assim, e então vejo um par de olhos verdes muito bonitos, uns cílios grandes, tão grandes que chegam até a ser femininos de tão belos. Muitas sardas de sol perto desses olhos.

Minha pressão abaixa e ele me segura.

─ Você está bem? - ele pergunta.

─ Não muito. - Respondo.

─ Quer algo? Água? Algo de comer? - sugere, preocupadíssimo.

Não parece tão perigoso.

─ Não, bobo. Quando eu fumo maconha me dá vontade de rir e de dançar. É só isso. Estou contendo essa vontade porque você parece ser muito sério, aí minha pressão abaixou.

Começo a gargalhar e a fechar os olhos, de vergonha.

Danny acaba rindo também.

─ Ah, é? Ok, então. Podemos dançar aqui nesse parque. - Ele responde.

Entre risos e, diga-se de passagem, chapada, eu acendi o meu celular e coloquei alguma canção de hip-hop. Escolhi esse ritmo para agradá-lo

Nós fizemos uma festinha particular por algum tempo. Comentávamos a letra, dançávamos, ficávamos de palhaçada.

Num momento eu olhei pro céu. Estava bem estrelado, então comecei a sorrir. E a sentir uma brisa fria passando por meu ombro.

─ Sabe, Danny... Desculpa ser assim, louca... foi legal te conhecer hoje. - Digo, viajando na maionese.

─ Tudo bem, Malvina. - Ele responde, e me olha. Sinto como me abraça por trás e me dá um beijo no rosto.

Mais alguns segundos passam em silêncio.

─ Quem sabe nós não nos vemos outra vez, como eu disse? - ele sussurra.

─ Quem sabe. - Respondo.

É estranho como as drogas às vezes te dão capacidades premonitórias, e extra-sensoriais.

Nesta noite eu voltei para casa às 4am da manhã e me enfiei debaixo da coberta.

Durante o resto do verão, eu tive mais um par de encontros anônimos com esse vizinho.

E também transei com vários caras diferentes neste mês de agosto, sem compromisso.

Eu não dava a mínima.

Era legal...

Acho...

* * *

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