CAPÍTULO 04
— Kalita! Solte essa merda! Não vou ter meu negócio arruinado por causa de duas mulheres sem modos.
A baixinha, mais uma vez, surpreende-me quando dá uma cabeçada na Magnólia, que fica sem reação.
— Tome seus modos, Fred Pasini! — ela fala em um tom sarcástico, depois diz algo sobre a puta que vem me dando problemas e sai de cima dela.
Sinalizo para as colegas da Magnólia a levarem para o quarto. Tenho certeza que a deixarão no lugar onde eu a fodo.
A linda Kalita me olha de canto e eu tento segurar uma boa risada. Nunca vi ela brava e adorei vê-la me olhando desse modo, principalmente quando mostra seu lado moleca.
Eric se coloca na minha frente, olhando para ela. O que me incomoda, e muito. Preciso afrouxar meu colarinho para tentar não demonstrar o quanto isso é irritante para mim, o quanto odeio ele a observando e os dois tão perto.
— Ferinha ladra de armas, será que pode devolver minha linda pistola? — Eric questiona rindo.
— Com prazer, seu molenga. — seu tom de voz é zombeteiro.
Ambos dão risada juntos e eu não gosto disso nenhum pouco. Poderia dar um tiro no meu primo e outro nela por isso.
Empurro Eric da minha frente e o bastardo ri debochado. Ignoro qualquer merda que ele possa vir a falar, interrompendo-o.
— Fique aqui, Kalita! — eu ordeno e ela volta seus olhos na minha direção. — Vou pegar umas coisas e depois você vai comigo para casa.
— Ok. — responde com doçura.
Ela falou de um jeito tão doce que ninguém acreditaria que ainda a pouco a danada estava prestes a matar alguém. Essa porra é perfeita!
— Eric, precisamos conversar. — Desvio meu olhar para o filho da puta, tentando esconder da garota o quanto ela tem poder sobre mim.
— O quê? Está com ciúme? — ele zomba.
Não gosto disso, assim como não gosto de admitir que ele tem razão ao dizer tal merda. Então resolvo acabar com tudo.
— Ciúme se tem quando ama. Algo impossível para mim.
Mesmo não querendo, meus olhos vão ao encontro da linda moleca, e eu percebo seu olhar tranquilo sem demonstrar nada. Isso não me deixa nada bom da cara.
Volto para a porra do Eric, que brinca e ri com ela.
— Kalita participou da merda da vingança sem sentido das senhoras Pasini. Agora, dá para calar a boca e pensar melhor? — eu pergunto e ele entende o que quero dizer com tal coisa.
— Fodeu! Os patriarcas vão enlouquecer. Isso é uma traição. — ele diz preocupado.
Kalita arregala os olhos.
— Traição o cacete! — ela bate o pé no chão, nitidamente contrariada. — Traição é um homem comprometido nesse antro de perdição. Que horror!
— Madre de Calcutá! — falo irritado.
— Quase, senhor capo. — ela debocha.