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Capítulo 11

Ana

Interrompemos o beijo e ficamos nos olhando por alguns segundos sem dizer nada. Não sei como eu pude pensar que alguma coisa de ruim viria disso, se tudo aconteceu tão perfeito e cheio de boas energias.

— Linda, — falou e deu um beijo casto em minha boca.

Quando chegamos no parque, a primeira coisa que fizemos foi chupar sorvete, olhamos tudo com entusiasmo até decidirmos finalmente encarar a enorme montanha russa.

— Tem certeza disso?

— Claro que eu tenho, você não tem?

— Mais ou menos, você vai cuidar bem de mim?

— Pare de ser bobo.

— Então agora não tem volta mais.

Eu não falei pra ele, mas eu já tinha brincado em várias montanhas russas, sempre que um parque ia na minha pequena cidade eu não perdia a oportunidade... Mas confesso que nenhuma era tão grande e assustadora como essa.

Nos sentamos, apertamos os cintos e todos os equipamentos de segurança, olhamos pra cara um do outro e eu pude ver que estamos nos dando bem demais pra quem se conhecem há só dois dias, e estar aqui com ele é a prova de que as coisas boas simplesmente acontecem, sem motivo nenhum.

— POSSO TE PERGUNTAR UMA COISA LOUCA? — Gustavo perguntou em voz alta quando já estamos bem no alto de uma montanha.

— PODE! — respondi sorrindo, sentindo a adrenalina correndo pelo meu corpo.

— VOCÊ QUER NAMORAR COMIGO? — nessa hjora já começamos a descer a montanha e um misto de emoções tomou conta de mim.

— QUERO! — respondi rindo e nós dois começando a gritar por causa da velocidade e posição em que estávamos.

Quando o carrinho acalmou um pouco eu comecei a pensar no que acabou de acontecer.

— O que foi que você me perguntou? — questionei perplexa pela minha resposta.

— Tarde demais, agora você é a minha namorada — pegou a minha não e a beijou.

— Isso é loucura!

— Concordo!

E logo estávamos gritando outra vez, acompanhando as outras pessoas que também estavam na montanha russa.

Quando o brinquedo acabou, ficamos em silêncio por alguns minutos, caminhando de mãos dadas sem rumo pelo parque.

— Ana... Eu estou certo, né?

— No quê?

— Você também sente isso, né? Me fala que não sou só eu que estou sentindo essa paixão fazendo arder todos os meus nervos, que estou suando frio e sentindo que o tempo está passando muito rápido... Você sente isso também?

— Sim, você é como se fosse uma peça que estava faltando em mim, se encaixando perfeitamente na parte em que estava vazia... Eu só tenho medo de ser uma brincadeira pra você, já que a nossa realidade é bem diferente...

— Não diga isso, eu não gosto dessas diferenças, eu quero que você esqueça quem eu sou, esqueça quem é o meu pai e que me conheça por mim mesmo, eu sou esse rapaz que adora andar de montanha russa, tem muitas coisas sobre mim que você tem que conhecer, mas antes de tudo você precisa deletar a parte em que eu sou o herdeiro Brastlimp, isso não significa nada sobre quem eu sou...

— E você vai se esquecer que eu sou só a aprendiz de cozinheira?

— Ah, não... Não quero me esquecer disso... Eu tenho vários pedidos pra fazer, não posso me esquecer que você cozinha.

— Tenta pegar um urso pra mim?

— Eu já ia sugerir isso, vem, qual você quer? Quer a lua? Eu pego pra você também.

— Quero só que essa noite nunca termine.

(...)

Terminamos a noite com um longo beijo em frente a minha atual moradia, eu segurando os meus três ursinhos com bastante dificuldade enquanto ele me apertava em seus braços.

— Não quero ir embora, quero ficar com você — falou fazendo beicinho.

— Tchau, beijos, boa noite — sorri me afastando.

— Lindaaaaa! — ele falou antes que eu passasse pela porta.

Fechei a porta atrás de mim com o sorriso mais largo que eu já dei em toda a minha vida.

— Como foi?

— Que susto!

— Me conta tudo!

— Estamos namorando...

— O que? Como assim, Ana? Vocês se conheceram ontem!

— Quem explica o coração? A gente se deu muito bem, ele é um amor de pessoa.

— Ele beija bem?

— Sim, beija bem, o melhor beijo que eu já beijei na minha vida.

— Nossa, isso vai dar merda.

— Pare com isso, Pri, foi tudo perfeito, não vai tentar estragar a minha noite.

— Você perdeu a virgindade, né? Eu sabia, tomou cuidado pra não engravidar?

— Pri!? Eu não, nós não, pare com isso!

— Mas me fala, é brincadeira, né? Vocês não estão namorando, certo?

— Estamos namorando, ele me pediu em namoro na montanha russa, eu aceitei e agora estamos namorando, qual é o problema?

— Tirando a parte em que ele é o filho do seu patrão bravo que te humilhou porque você fez tortas para o café da tarde, se tirar essa parte, daí não tem problema nenhum.

— Pri, vamos viver o hoje, ele não quer que eu o veja como o herdeiro Brastlimp e eu não o verei assim, combinamos em ir nos conhecendo e deixando acontecer.

— A vida não é um conto de fadas, Ana, eu só não quero que você se machuque.

— Pri, não se preocupe, eu sei me cuidar... Agora me fale sobre o Douglas.

— Eu dei o fora nele.

— Em? Como assim? Por que?

— Não ia dar certo, você tem razão, eu não vou conseguir esquecer o meu ex tão fácil.

— Nossa, Pri, sinto muito, eu não quis dizer isso.

— Vem aqui, me dá um abraço.

Nos abraçamos e eu queria poder fazer alguma coisa pra ajudar a minha amiga. O ex namorado dela, depois de três anos de namoro, simplesmente se casou com outra assim do nada, ela ficou arrazada demais. Isso faz oito meses.

— Vai dar tudo certo, eu estou aqui com você, — falei sentindo a sua dor.

— Não ligue pras bobagens que eu falo, se vocês se gostam vai ficar tudo bem.

— Obrigada, amiga, e você também deveria dar uma chance pro Du, esquece aquele traste do seu ex e dê mais uma chance pro amor.

— Não quero falar disso agora.

Fiquei um pouco com a Pri, mas escondida enquanto ela não percebia, enviei uma mensagem pro meu namorado:

"Lindooooo!"

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