Capítulo 10
Ana
Quando ele apertou a campainha eu vi que não tinha mais volta. A cagada já estava feita. Eu já estava pronta esperando ele toda cheia de expectativa.
— Tenha juízo, em? Não faça nada do que eu não faria! — Pri advertiu fazendo gracinha.
Chacoalhei a cabeça, me divertindo.
— Eu vou lá, cruze os dedos aí — falei antes de abrir a porta, ela cruzou e me mandou um beijo.
Enquanto eu caminhava até o portão eu ia sorrindo sem saber onde enfiar a minha cara, a casa da Pri não tem muro fechado, é grade de ferro, então ele está conseguindo me ver à cada passo que eu dou em sua direção.
— Oi — falei ao abrir o portão.
— Oi — ele disse com as mãos no bolso, me olhando sério enquanto eu passava pelo portão.
Fechei o portão atrás de mim e quando me virei pra ele eu vi que ele estava olhando pra mim inteira, com o rosto sério.
— Tem algum problema? — perguntei preocupada.
— Na verdade, tem sim.
— Qual é o problema?
— Você está linda demais, não é justo com as outras pessoas.
— Você é muito engraçadinho, eu pensei que havia me vestido mal.
— Você está maravilhosa, permitam-me, — falou caminhando até a porta do Honda Civic e abriu pra mim.
Entrei e fiquei observando tudo dentro do carro, nunca estive dentro de um carro tão novo e bonito.
— Onde vamos?
— Eu vou te levar pra jantar, depois vamos ao parque de diversão, pode ser?
— Sim, adorei.
Ele sorriu e girou a chave.
O carro está com o seu perfume impregnado e isso me deixa com a sensação de estar perto demais dele. Eu estou com muita vontade de pular no colo dele agora mesmo e beijá-lo com mil mãos, até que ele estivesse sem nenhuma roupa.
Fomos conversando coisas bem sem sentidos durante o trajeto, mas agradeci, porque isso me fez desviar um pouquinho os pensamentos impróprios que estavam tirando a minha cabeça do lugar.
— Lazanha de beringela? — perguntei franzindo o rosto.
— Sim, já comeu?
— Olha, a minha avó já fez muitas receitas, mas acho que ainda tem muitas outras pra eu conhecer.
— Você é cozinheira, né? Deve saber preparar muitas coisas.
— Eu ainda não sou, um dia quero ser uma chef reconhecida, mas por enquanto eu sou só uma aprendiz.
— Na próxima vez em que sairmos, eu quero que você cozinhe, tá?
Então ele pretende ter uma próxima vez?
— Sim — concordei sem pensar duas vezes.
Chegamos no restaurante e ele veio correndo abrir a porta do carro pra mim, me senti muito bem tratada e isso parece um sonho.
É um restaurante com um clima diferente, luzes fracas e quase tudo de madeira, mas percebe-se que é bem chique e frequentado só por pessoas que podem pagar.
Havia uma mesa reservada no fundo, próximo de um pequeno chafariz com luzes colorida.
Fizemos o pedido e enquanto esperávamos o tempo todo conversávamos sobre os assuntos sem sentidos, mas que eu estava adorando e me divertindo bastante.
— Ana... Você, tem alguma coisa em você que me deixa tão bem, eu te conheço desde ontem, mas sinto que eu já te quero na minha vida para sempre, — disse segurando a minha mão.
— Eu não sei, eu sei o que você está tentando dizer, eu só não sei se devemos ir tão à fundo com isso.
— Está sugerindo apenas que depois desse jantar eu te leve pra um lugar mais reservado e faça amor com você?
— A gente vai no parque de diversão, né?
— Hoje, amanhã temos outros planos.
— Como você sabe que eu vou sair com você amanhã também?
— Eu te acho super interessante, linda e doce, não consigo parar de pensar em você desse que te vi naquele churrasco, sei que você sente o mesmo que eu, isso é único e você também não conseguiria fugir disso.
— Você é lindo, divertido, charmoso e fica no meu pé, como seria diferente? Eu gosto de...
— Eu sou lindo? Ah, obrigada, você também é muito linda.
— Para, deixa eu te elogiar também.
— Fala então.
— Você é cheiroso e tem...
— Passei esse perfume especialmente pra você — começou a cheirar a gola da própria camisa.
— Tem esse jeito alegre que contagia... Eu sou bem quieta e tímida, não entendo como você pode me achar interessante, certamente você já conheceu muitas outras mulheres e deve ter percebido que eu não tenho experiência nenhuma com o sexo oposto.
— Não fala assim, — inclinou-se até mim pra que pudesse falar mais baixo — eu vou te dar todas as experiências que você precisa.
A moça chegou trazendo o vinho e eu agradeci mentalmente, pois isso me ajudou a disfarçar o embaraço em que ele me colocou com esse comentário carregado de promessas sensuais que estou louca pra vê-lo cumprí-las.
— Deixa que eu sirvo, muito obrigado — Gustavo imterviu quando a moça ia servir-nos.
Ela sorriu e se afastou.
— Eu quero só um pouco — avisei, pois sei que o álcool me sobe rápido.
— Um pouco pra moça, — colocou um pouco na minha taça, — e um pouco pro acompanhante dela, — serviu-se.
— Isso, ou vamos passar mal na montanha-russa.
— Uau, você quer ir na montanha russa?
— Sim, por que? Você tem medo?
— Vou adorar ter uma parceira pra fazer as minhas loucuras junto comigo.
O restante do jantar foi bem parecido, as nossas conversas rolavam de forma leve e natural, sempre nos pegávamos rindo como se já nos conhecessemos há muito tempo.
Quando o jantar terminou e saímos para o estacionamento, antes de abrir a porta do carro pra mim Gustavo não se segurou e mandou mais uma das suas investidas enquanto passava as mãos em meu cabelo:
— Ana, eu devo continuar bancando o cavalheiro ou já posso beijar você? — perguntou bem juntinho de mim, a minha respiração começou a acelerar e instintivamente eu abri um pouco os lábios, ele estava bem pertinho e não sei quem tomou a iniciativa, mas aki aconteceu o nosso primeiro beijo e não tinha como ser mais perfeito que isso.
Eu não tenho certeza onde isso vai dar. É loucura demais e está acontecendo muito rápido, mas ele estava certo quando disso que eu não conseguiria fugir disso. Você