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Capítulo 3

-Olha quem voltou das férias.- Ginger exclama ao me ver entrar no clube depois de um mês de férias mais que merecido. Ele corre em minha direção. Ginger é minha chefe e aos cinquenta anos ela é uma das mulheres mais lindas que já vi. Cabelo e crina ruivos, pele de porcelana, firme como a de um garoto de quinze anos, lábios carnudos e olhos tão negros que exalam luxúria a cada olhar. Ele me abraça e me aperta com força. –Barbie, você é minha melhor bartender. Ai de você se você se atrever a ficar doente um dia deste ano!

-Ah não Ginger, o aluguel está mais alto esse ano, não posso me dar ao luxo de ficar doente.- respondo retribuindo o abraço.

-Bem-aventurados então aqueles bastardos dos latifundiários!- Ele me pega pelos ombros e me olha de cima a baixo com seus olhos penetrantes. –Você fez alguma coisa no cabelo da boneca? Eles estão mais loiros que o normal. Ah, e eles definitivamente branquearam seus dentes!

-Não, Ginger.- Respondo rindo. –Passei minhas férias na fazenda. Você conhece o sol... Ele clareia o cabelo e escurece a pele. Os dentes se destacam.-

-Bem, há um mês eu nunca pensei que seria capaz de dizer isso, mas você fica ainda mais linda assim.-

-Obrigado.- Eu sei que o sangue corre para meu rosto por causa do elogio.

-Vamos, agora vamos trabalhar!- Ele diz me dando uma surra. Como de costume, começo limpando a bancada com um pano úmido e depois passo para as mesas. O Lollipop é uma boate, então ainda tenho mais ou menos uma hora antes de abrirem, e não demora muito para consertá-lo. Junto com Violet, Kristal e Eva começo a decorar o local para a noite temática “escola”. As crianças voltam das férias e na próxima semana o campus reabre, depois as aulas, para que todos estejam de bom humor e prontos para se soltar e comemorar. É tradição no Ginger's Lollipop que dois sábados antes da aula os garçons se vistam como colegiais sexy e entretenham os clientes. Embora para olhos destreinados isso possa parecer uma boate, na realidade o Lollipop é apenas um lugar que fica aberto até tarde, onde as garotas são todas muito bonitas e os clientes não se importam com a aparência do lugar porque você está mais ocupado olhando para as pessoas, garçons. Bebida barata e corpos nus balançando atrás e por cima do balcão: o que mais um homem desejaria? Por isso aqui está sempre lotado, por isso ganho muitas gorjetas, e por isso posso pagar uma universidade cara como essa, já que a bolsa não cobre o valor integral. Vou para o camarim e visto uma saia curta xadrez marrom plissada e uma camisa branca sem mangas, um par de meias brancas que cobrem toda a panturrilha e um par de tênis. Tranças, lábios fúcsia e pirulito na mão, conforme a tradição. É um pouco sacanagem, mas você não fica pelado e não faz nada de ruim, gosto do trabalho, paga muito bem e se os outros acham que sou fácil para isso, isso é problema deles. Considerando que estou estudando Direito, diria que saberia se é algo ilegal ou mesmo moralmente errado. Ouço os gritos dos primeiros clientes na sala e corro para trás do balcão para atender Jonathan, um jovem de 25 anos que agora é cliente regular.

-Olá Jon.-

-Barbie! Você está bonita esta noite. Afinal, de acordo com a tradição.-

-Já. Em que posso te ajudar?-

-Ah, o amor de sempre. E sirva um para você também.-

-Jon, eu não gosto de uísque.-

-Então ofereça a si mesmo o que você quer, você sabe que tem que aceitar. Ou contarei ao chefão. - Regra número um do Ginger: se um cliente lhe oferecer uma bebida, aceite. Se não quiser, coloque na boca e depois cuspa em outra garrafa. Número da regra: não despeje a garrafa onde você cuspiu. Encho um copo com uísque para Jon, depois pego a garrafa de vodca de morango, giro-a nas mãos algumas vezes, como aprendi na aula de coquetéis que Ginger me fez tomar, e me sirvo de alguns copos. Saio sem pensar muito e sem cuspir na outra garrafa. "Sexy back" de Justin Timberlake toca alto na boate e em dois segundos Kristal está no balcão dançando provocativamente, pressionada contra o poste. Não que você veja alguma coisa, mas o público masculino ainda está enlouquecendo, como todas as noites, e Ginger está gritando como uma garotinha em um show de Bieber. Os pedidos disparam imediatamente e não consigo parar de encher os copos e sorrir para os clientes. A noite está animada, agitada, divertida e fantástica, como sempre. Estou em casa.

Félex

- Cara, esse lugar é ótimo! Tem uma morena que te dá arrepios, eu juro. Mesmo que a loira seja o verdadeiro espetáculo. Pena que aquela bomba sexy não sobe no palco com frequência.- Ouço um certo Arold dizer... Aaron... Ashton... Sinceramente, não lembro o nome desse cara, mas não importa porque ele é não meu amigo, sim, Lucas encontrou, agora é problema dele. Vamos a um clube em Palo Alto, onde, segundo Arold, trabalham os corpos mais bonitos da Califórnia. Considerando que ele estava flertando com uma garçonete de merda no restaurante fast food onde jantamos, não sei se devo confiar em seu julgamento ou ir direto para casa para pensar naquela porra de aposta que eu já sabia que estava perdendo desde o início. , e isso de fato, eu perdi. Estávamos em um pub na praia quando Lucas me desafiou a conseguir o maior número de garotas em uma hora. O bastardo estava me provocando. Ele me provocou e eu aceitei, como uma idiota. Lucas tem aquela coisa que eu não tenho, aquela coisa que faz todas as garotas caírem aos seus pés assim que ele sorri. Eu não levanto apenas os cantos da boca para obter um número. Tenho que dizer pelo menos algumas palavras, algo gentil e inteligente, mas comparado a ele, não tenho esperança. Melhor não pensar nisso ou vou acabar ainda mais chateado. Em vez disso, é melhor aproveitar esta última semana com um espírito livre, porque então estarei enjaulado e adeus divertido. Uma placa rosa meio apagada me faz entender que estamos no lado oposto da rua por onde deveríamos entrar. "G...'s...pop" dizem as luzes acima da entrada. Afinal, um nome original. Típico bar de bêbados decadente. Apesar disso, tenho que admitir que a fila lá fora é interminável e as pessoas que esperam para entrar não são velhos bêbados e barrigudos, mas universitários, desde os que usam jeans e camisetas até os que usam camisas caras ou camisas de botão. camisas. Sem olhar, atravessamos a rua e passamos bem em frente à entrada do restaurante, sem olhar a fila. Pelo que entendi, esse cara conhece outro cara que deveria nos deixar entrar sem esperar na fila. Espero que seja verdade ou terei que lutar com alguém.

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