Capítulo 4: Eu Só Falei Sobre a Sua Falta de Habilidade na Cama
O homem não respondeu às palavras de Cheyenne e a encarou com olhos gélidos.
- Vou pegar minhas coisas e sair imediatamente. Se você não confia em mim, pode me observar para garantir que eu não estou levando nada. - Cheyenne falou, erguendo seu longo vestido preto e subindo as escadas.
Sua figura era graciosa, a pele clara formava um forte contraste com seu vestido preto. Cada passo era extremamente elegante e tranquilo, o que enchia Abbie de inveja.
Inegavelmente, Cheyenne era bela e sua aparência era impecável em todos os sentidos.
Abbie havia acompanhado Kelvin desde a infância até o presente, e ao seu redor havia inúmeras mulheres que desejavam se aproximar dele, todas elas foram tratadas em silêncio por ela.
A única exceção era Cheyenne, que, graças ao afeto do Sr. Oscar, havia conquistado o lugar de Sra. Foley.
O lugar que ela havia desejado por mais de uma década, que ela havia trabalhado tão duro para conquistar, mas nunca obteve, foi facilmente tomado por Cheyenne.
A verdade de que a primeira mulher de Kelvin não era ela, mas Cheyenne, era uma espinha cravada profundamente em seu coração.
Depois de um breve silêncio, um brilho apareceu nos olhos de Abbie. Quando ela levantou o olhar, seu rosto estava repleto de gentileza e bondade.
- Kelvin, eu vou ajudá-la.
- Como preferir. - Ele respondeu, levantando-se e deixando a sala.
No andar de cima, Cheyenne olhou para o quarto onde morara por três anos e sentiu uma profunda tristeza.
Ela costumava ter tantas esperanças de se casar com Kelvin e se tornar a Sra. Foley.
As roupas de cama, as cortinas... Ela havia escolhido tudo pessoalmente.
Mas, infelizmente, as vezes que ele entrava no quarto eram escassas.
- Crack.
A porta que estava fechada foi aberta de fora, emitindo um som leve.
Cheyenne olhou para trás e viu Abbie parada na porta, com um olhar gentil. Ela se aproximou lentamente.
- Sra. Cheyenne, posso ajudá-la a arrumar?
Ela queria ajudar? Ou estava planejando zombar dela?
- Não, eu realmente não tenho muitos pertences, Srta. Abbie. Não quero incomodá-la, especialmente porque você é a pessoa especial no coração de Kelvin. Não quero que você fique cansada por minha causa.
Com essas palavras, Cheyenne abriu o guarda-roupa.
Dentro, havia uma fila de suas roupas, predominantemente nas cores rosa, branco e azul. Kelvin tinha apenas um terno preto guardado lá, para trocar.
A combinação inesperada dessas cores delicadas com o preto era notável.
Depois de uma breve pausa, Cheyenne começou a tirar suas roupas do armário, com os dedos brancos tocando o terno de Kelvin. Sua mão tremeu ligeiramente.
Nas inúmeras noites, ela dormira abraçada a esse casaco, pois podia sentir o aroma dele nele, o que a fazia adormecer com tranquilidade.
Abbie olhou para o guarda-roupa e provavelmente percebeu algo sobre o relacionamento deles. Um sorriso alegre se formou em seu rosto, e ela sussurrou para Cheyenne:
- Eu não imaginava que depois de todos esses anos, Kelvin ainda guardasse esse terno.
Ela estendeu a mão e pegou o terno, segurando-o com força.
No punho do casaco, uma pequena inscrição com as iniciais -Abbie- estava discretamente gravada. Isso surpreendeu Cheyenne, e uma sensação de frio mortal percorreu sua mente, como se ela estivesse mergulhando em um lago gelado, perdendo a sensibilidade.
Abbie estava claramente satisfeita com a reação de Cheyenne e sorriu com satisfação.
- Este terno foi um presente que dei a Kelvin no seu vigésimo aniversário. Na época, ele me enganou, dizendo que não cabia, que o havia perdido. No entanto...
Na verdade, ele estava guardando tudo.
Quando Cheyenne pensava na mera ideia de encontrar consolo em algo que ela mesma comprou, isso a fazia sentir náuseas!
E assim, Abbie continuava a ostentar diante dela.
- Ah, este quadro ainda está aqui. Esta foto é de muitos anos atrás, quando Kelvin estava jogando em um torneio de basquete. Eu fui torcer por ele como líder de torcida e o vi conquistar o campeonato.
Essa foto era a única dele. Kelvin não gostava de tirar fotos, nunca fazia selfies e não permitia que ninguém o fotografasse, apenas usando um fundo sólido nas raras ocasiões em que era necessário divulgar informações.
Embora estivessem casados havia três anos, eles não tinham nem mesmo uma foto de casamento. Cheyenne sabia que ele não queria se casar com ela. Quando seu avô sugeriu fazer fotos de casamento, ele recusou, alegando que não gostava de tirar fotos.
No entanto, Abbie era a exceção.
Mesmo que Cheyenne já soubesse dessa cruel verdade, seu coração apertou um pouco.
Após um longo momento, ela fez um sorriso suave, e a sombra cinzenta em seus olhos se transformou em um brilho sedutor. Ela se aproximou de Abbie, com os braços cruzados.
Ela inclinou a cabeça levemente e sussurrou em seu ouvido:
- Você sabia que o seu Kelvin costumava fazendo sexo comigo vestindo esta roupa?
Abbie sentiu um sopro quente em seu ouvido, e o perfume da Cheyenne era agradável, mas quase a fez desmoronar emocionalmente.
O sorriso gentil em seu rosto congelou, e suas mãos, que estavam segurando firmemente a saia do vestido, se fecharam em punhos. Ela olhou para o sorriso doce de Cheyenne e desejou que pudesse destruí-la.
Kelvin...
Ele claramente se importava com ela, mas ainda assim se casou com essa mulher. Pior ainda, antes de conhecer Abbie, ele nunca tinha deixado ninguém tocar em sua pele. Isso causou uma dor profunda em Abbie.
No entanto, ao reconsiderar, ela sabia que era porque ela não estava por perto na época. Agora que ela voltou, não deixaria outra mulher ter Kelvin!
- Vocês eram casados antes... Isso é normal.
Cheyenne, olhando para o falso sorriso de ódio no rosto de Abbie. Ela se esticou os cabelos sedutores, com um gesto extremamente provocante.
- É verdade, não importa se foi por causa de querer um herdeiro ou pressão do avô, ele me tocou. Aliás, Srta. Abbie, como alguém com experiência, devo avisar que Kelvin... Não é muito bom na cama. Eu sofria todas as vezes.
Vagabunda!
Abbie a odiava! Seus olhos ficaram vermelhos em um inatante, e seu rosto ficou ainda mais pálido de raiva.
- Cheyenne, não fique tão convencida. Kelvin já a abandonou! E eu sou a verdadeira dona da família Foley!
Uma mulher abandonada, sem direito de ser arrogante diante dela!
- Tsc, tsc, Srta. Abbie, você finalmente está tirando a máscara de hipocrisia e doçura. Tenho certeza de que me odeia, afinal, ocupei o lugar do Sra. Foley por três longos anos...
Naquele momento, uma figura alta e esguia se aproximou. O homem exalava frieza e lançou um olhar de esguelha para as duas mulheres.
Seu olhar se fixou nas lágrimas vermelhas nos olhos de Abbie, e ele questionou Cheyenne:
- Se você tem algum problema, desconte em mim, por que está causando problemas para Abbie!
Ao ouvir isso, as lágrimas de Abbie fluíram ainda mais, e ela se lançou nos braços dele.
No entanto, Kelvin a afastou sem demonstrar emoção, o que deixou Abbie desapontada.
Ele manteve os olhos fixos no rosto pálido de Cheyenne, que o encarava com um sorriso inocente e disse:
- Eu só comentei sobre a sua falta de habilidade na cama, e ela começou a chorar. Não foi minha culpa.
- Cheyenne!
De repente, o homem estendeu a mão e segurou delicadamente o pescoço pálido dela, seu olhar cheio de hostilidade.