Capítulo 3: Seu Crush Está de Volta
Tarde demais, um elegante carro branco se aproximou lentamente diante de seus olhos.
A janela do carro se abaixou, revelando um rosto jovem e encantador.
O rapaz aparentava ter cerca de vinte e poucos anos, vestindo um elegante terno branco de dois botões. Seu cabelo estava tingido de loiro dourado, destacando sua pele imaculada, fazendo com que muitas mulheres se sentissem inadequadas.
Esse rapaz se chamava Reece Gray, um amigo de infância e colega de classe de Cheyenne.
Na noite em que soube que Cheyenne iria se casar com Kelvin, Reece alega ter bebido duas caixas inteiras de cerveja e ficado de ressaca a noite toda, celebrando o fato de que finalmente alguém estava assumindo o fardo.
- Cheyenne, entre no carro, vou te levar para casa. - Reece sorriu de maneira cativante, exibindo dentes perfeitamente alinhados que quase cegavam com seu brilho.
Cheyenne se sentou no banco do passageiro, ainda tonta.
Ela mal podia acreditar que estava realmente se divorciando de Kelvin.
Mesmo que tentasse esconder sua dor sob um sorriso forçado, seu coração doía muito.
- Ah, Cheyenne, não precisa ficar tão triste. Deixando aquele homem velho de lado, há muitos caras bonitos esperando por você lá fora, prontos para serem conquistados. Quando isso acontecer, eu serei o playboy e você será a rainha, juntos dominaremos a Cidade A. Não seria incrível? - Reece disse, tentando consolá-la enquanto dirigia.
No entanto, Cheyenne rolou os olhos de forma dramática.
- Você não é bom em consolar as pessoas, não é? E você, querendo ser o playboy? Na última vez, você não se esqueceu de como fugiu quando uma garota confessou amor por você, não é? Mas você ficou tão assustado que saiu correndo.
Reece se lembrou de seu próprio constrangimento de quando era criança.
- Cheyenne, você é realmente cruel. Isso aconteceu há séculos, e você ainda menciona isso!
Naquela época, Reece estava na escola primária, e a garota tinha uma queda por ele era uma estudante do ensino médio. Ela era popular e sempre tinha uma multidão de seguidores chamando-a de “chefe”. Reece pensou que aquela garota estava prestes a bater nele, então correu chorando para Cheyenne.
Mas ele não podia culpar sua timidez naquela época. Ele sempre foi bonito e um pouco tímido, o que o tornava alvo de brincadeiras e zombarias.
- Está bem, vou parar de mencionar isso. Vamos falar sobre quando o cara bonito da escola vizinha lhe enviou uma carta de amor no ensino médio...
- Cheyenne, por que sua língua afiada não funciona com Kelvin? Olhe como ele te atormentou... Tsk, tsk, tão submissa.
Depois de essas palavras, Cheyenne ficou em silêncio por um momento.
- Eu sou meio... Submissa.
Ele se arrependeu de tê-la provocado assim e desejou poder dar um tapa em si mesmo.
Por que ele teve que mencionar aquele homem?
Cheyenne, que costumava ser uma pessoa destemida e corajosa, tornou-se submissa desde que conheceu Kelvin. Ela havia perdido seu brilho e sua identidade.
Não suportando mais vê-la assim, Reece rapidamente mudou de assunto.
- Anime-se. Neste mundo, há mais homens com duas pernas do que criaturas de três pernas. Se necessário, vou te fazer companhia, afinal, não me importo se você já foi casada antes.
As palavras de Reece lhe renderam um tapinha de Cheyenne.
- Cala a boca! Concentre-se na direção!
- Tudo bem, para onde vamos agora?
Cheyenne se recostou no banco do carro, sua voz soando cansada.
- Vamos para a família Foley. Vou pegar minhas coisas e me mudar esta noite.
- Entendi.
Depois de um tempo, o carro parou em frente à mansão.
Reece olhou com preocupação para Cheyenne e perguntou com voz suave:
- Você quer que eu entre com você?
- Não precisa, só vou pegar algumas coisas.
Ela sorriu e fechou a porta, caminhando com confiança em direção à entrada da mansão.
Ao entrar no pátio, Cheyenne viu os empregados correndo de um lado para o outro, ocupados com suas tarefas.
No entanto, pareciam ignorá-la por completo.
A exceção foi Eliza, que a abordou com gentileza.
- Srta. Cheyenne, o que a traz aqui? - Eliza perguntou, preocupada com a transformação que ocorreu em Cheyenne em menos de meio dia, tornando-a uma completa estranha.
- Estou aqui apenas para pegar algumas coisas e logo partirei. - Cheyenne respondeu em voz baixa, levantando o pé para entrar na mansão.
Assim que entrou na casa, viu duas pessoas no sofá.
Kelvin chegou alguns minutos antes dela e estava vestindo um conjunto de roupas caseiras pretas. Sua expressão, normalmente fria e austera, agora exibia um toque de suavidade rara.
Do outro lado, uma mulher usava um longo vestido de flores brancas, cabelos pretos caídos nas costas. Sua aparência era delicada, mas a pele pálida adicionava um toque de vulnerabilidade.
Abbie Berry. Ela era crush de Kelvin, a senhorita da família Berry.
Após o acidente de seu pai e o fechamento da empresa, sua mãe se casou novamente, deixando Abbie sem muitos lugares para ir. Ela foi confiada aos cuidados do amigo de seu pai, Corey Foley, que sempre a tratou como uma filha.
Kelvin, um ano mais velho que ela, compartilhou a mesma casa e escola com ela, e sua relação era algo que Cheyenne jamais poderia competir.
Para ser sincera, se não fosse pela condição de saúde oculta de Abbie, Corey talvez a tivesse casado com Kelvin há muito tempo, evitando assim toda a história de Chyenne.
- O que você está fazendo aqui? - Kelvin olhou para Cheyenne com desgosto, achando incrível que ela tivesse a audácia de voltar após o divórcio. Ele se perguntava se ela estava tendo algum arrependimento e não queria se separar mais.
Seus olhos de fênix rapidamente se encheram de advertência e desconfiança, o que fez Cheyenne rir de leve. Mesmo que ela tivesse a chance de voltar atrás, não se arrependeria de se divorciar dele.
- Kelvin, não seja assim com Cheyenne. Ela é a anfitriã aqui, e eu sou apenas uma convidada. - Abbie disse com um toque de culpa em sua voz. Seu olhar abaixou um pouco, como se estivesse se desculpando.
Mal as palavras de Abbie terminaram, Kelvin anunciou de imediato:
- A partir de hoje, ela não é mais a senhora da família Foley!
- O quê? Vocês... - Abbie ficou chocada e incrédula, enquanto secretamente se regozijava.
- Eu me divorciei dela e não tenho nada a ver com ela no futuro!
Kelvin estava se certificando de que sua crush não tivesse mal-entendidos.
- Desculpe, Cheyenne, eu não sabia. - Abbie murmurou com pesar.
- Posso ajudá-la a convencer Kelvin a mudar de ideia. Não posso acreditar que vocês estejam se divorciando tão abruptamente. - Abbie parecia mais preocupada e triste do que a própria protagonista da história.
Cheyenne estava enjoada com toda a situação.
Ela lançou um olhar indiferente para o casal e desviou o olhar com um sorriso sarcástico.
- Não é necessário. Sei que Kelvin gosta de você. Agora que estou divorciada, poderei encontrar um homem mais jovem à luz do dia.
Com essa declaração, ela percebeu claramente que o olhar de Kelvin ficou mais frio.
Abbie, por outro lado, ouvindo a frase “Kelvin gosta de você”, sentiu uma onda de satisfação.
“Você sabe, Cheyenne, você nunca terá um lugar no coração de Kelvin.” Ela pensou.