Continua Capítulo Um
Parte 6
A essa hora com certeza alguém a veria. Teria que ter cuidado para atravessar toda a área da ala de empregados para chegar do outro lado.
E pior.
Estava usando a mesma roupa da noite passada e com certeza seus sobrinhos estavam em algum lugar da fazenda. Pelo menos Briana já estava por ali como ela sempre fazia todas as manhãs em seu jardim.
_ E acha que vai fazer o que? Sair correndo?
_ Isso mesmo. Ninguém pode me ver sair daqui.
_ Sabe que isso é quase impossível, né? - era meio óbvio que não daria certo.
_ Quase, você diz. Se eu correr, talvez consiga sim.
Só que ela não poderia correr por aí sem roupa. Viu o vestido jogado aos pés de uma cadeira.
_ Vira pra lá, Vitor. Quero me vestir.
_ Eu já te vi nua.
_ Não me importa, vire-se.
Ficou mais vermelha ainda ao ver a calcinha bem à vista, no tapete. Ele olhou e fez uma cara de riso. Ela já ia brigar com ele para se virar quando ouviram passos.
Ela travou e arregalou os olhos. Ele ajeitou as costas.
_ E agora... - ela murmurou e ele levantou o dedo.
Vitor começou a se mexer devagar quando uma forte batida na porta o travou de volta no lugar.
Eles se olharam e ele viu que ela ficou com medo.
Colocou o dedo na boca sinalizando para que ficasse quieta e sem falar nada. Outra e outra batida. Esperaram e foi pior.
Mais uma batida forte e a porta se abriu. Mais que depressa Vitor deu um pulo da cama mesmo com a cabeça doendo e catou a calça vestindo-a depressa enquanto Jessé ia entrando.
Juliana engoliu pesado e sentiu o peito apertar, segurando o lençol na frente do corpo, estática. Agora a sorte estava lançada, só Deus sabia o que poderia acontecer.
Entre tantas pessoas a entrar no quarto tinha que ser justo um de seus irmãos? Realmente ela estava sem sorte.