Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

Capítulo 5

Paulo Nico Sankyo

Meu telefone toca, assim que chego em meu apartamento, depois de levar Sabrina até o internato.

-Fala...

- Está aonde?

- Acabei de chegar em casa...

- Aonde vc esteve a tarde toda? Com tio Antônio e tia Paula não estava, pq falei com eles. Não há nenhuma reunião marcada do hospital e com Arthur, eu sei que vc não estava...

É muito enxerido. Eu liguei pra ele, pra perguntar o que estava fazendo de seu domingo? Não...

Então pq eu tenho que dar satisfação da minha vida, para o Bernardo?

Affy

- Fui conhecer uma nova submissa...

- Mais já? Não tem nem quinze dias que aquela ordinária, te largou e vc já vai se amarrar em outra?

-Bernardo, vc não tem condições nenhuma de falar de mim, já que renovou seu contrato de seis meses. Eu não gosto de ficar sozinho... Não sou igual Arthur que precisa de um período sabático...

-Tá ... Não está mais aqui quem falou. E quem é? Conhecemos? Vc não escolheu outra maluca da dor, pra depois ela te deixar na mão novamente né?

Ele é insuportável. Pqp!!! Eu não sei como eu aguento ele como amigo!

- Vc não acha que se eu quisesse que vc soubesse quem é, eu já não teria te contado?

-Porra , então é alguém que conheço. Fala logo Paulo.

- Tchau...

- Espera... Se não que falar, não fala... Te liguei para saber se quer jantar aqui... Eu e Camila estamos querendo apimentar as coisas, e o Arthur está de menina nova... Ainda não dá...

- E eu sou a segunda opção...

- Está com ciúme japonês?

-Não escocês.

- Eu ia chamar ele tbm, mais pra ele ainda não dá...

-Ele te contou que fui fazer os exames dela ontem?

-Não... Como ela é?

-Linda! Fora do padrão dele... Mais linda! Tem um rosto angelical e uma veia submissa que de longe enxergamos. Ele não te mostrou a foto?

-Mostrou, mais pessoalmente é diferente. E o que vc achou do comportamento dele com ela?

-Esta igual um leão cercando a caça.Quase não consegui examiná-la direito. Mais eu tbm estaria se ela fosse minha. A menina é uma graça!

-Será que vai dar certo Paulo? Tipo... eu dei a idéia de ele pegar uma diferente das outras, mais não sei, fico com medo dessa menina, ter se metido numa armadilha. Eu e Arthur somos intensos, para uma menina que não tem experiência.

-Ao contrário de vc, Arthur tem consciência das coisas. Se não der para ele, ele cancela o contrato antes que a menina se machuque.

-Não entendi sua indireta...

-Não mesmo Bernardo?

-Tá... Vc não me respondeu... Vc vem?

- Desde que vc não toque no assunto da minha submissa.

- Pq está fazendo suspense?

- Pq não estou preparado para vcs saberem quem é.

-Ok! Não toco no assunto...Vai vir?

- Que horas?

- 21 h...

Olho no relógio e vejo que tenho, três horas ainda.

-Estarei aí...

-Ok! Amanhã, depois da cirurgia do Arthur, ele nos convocou para uma reunião.

-Não dá, amanhã tenho um compromisso.

Não vou falar com Arthur... Ele vai querer saber quem é a submissa, eu preciso pensar bem como vou contar isso a ele.

E amanhã ainda tenho a reunião com a Madame de tarde. Logo depois, Sabrina vira para cá.

Eu preciso de um tempo!

-Ok. Nos vemos daqui a pouco então...

-Até...

-Até...

Desligo o celular e ponho dentro do bolso do paletó, quando sinto um pano lá dentro... puxo e vejo a calcinha dela.

Há algo que vcs precisam saber sobre mim. Gosto de colecionar calcinhas. Principalmente as que eu amo... E essa foi uma.

Ponho o meu nariz e cheiro, ainda tem o cheiro dela. Sorrio... E eu ia me masturbar com ela grudada no meu pau, antes de lavar e guardar, mais aí recebi uma proposta do Bê...

-Vai ter que esperar eu voltar gracinha!

Murmuro olhando a calcinha e começo a ri...

"Conversando com uma calcinha Paulo?" -minha consciência ralha...

Vc já foi menos doido japonês... Bem menos...

***

Sabrina Becker

Termino de fechar a última mala. Daqui a pouco Paulo estará no internato, para que assinemos o contrato.

Estou muito ansiosa! Adorei o primeiro encontro. Ele tem as características de um dominador, mais é maleável. Não é exigente!

Acho que terei uma vida normal, ao seu lado durante esses seis meses.

E era isso que eu procurava. Uma vida normal... A oportunidade de servir meu marido, cuidar da casa...

Tá certo... Não é um casamento de verdade, é apenas só mais um jogo. Mais desde criança eu tenho sonhos. Quero ter uma família! Então pq eu não posso sonhar um pouquinho com o Paulo?

Porque eu não posso imaginar uma vida com ele? Nos demos tão bem até agora...

"Vc está entendendo pq vc não serve pra essa vida Sabrina? Vc é sonhadora demais. Só pq um primeiro encontro foi perfeito, vc já está construindo castelos de areia em cima de um acordo de putaria que vc terá com um dominador de bdsm." -Diz minha consciência para mim.

Ele é lindo! Deve ter milhares de mulheres dando em cima, todos os dias.

Se for casar, a mulher vai ter que ser muito especial. E ser japonesa deve ser um requisito, já que sua família é tradicional.

Batem na porta do meu quarto, e eu saio dos meus devaneios, para ir atender.

Quando abro, dou de cara com Andrey.

-Partindo novamente Sabrina?

-Sim. -viro as costas e entro.

-E o trabalho no internato?

-Continuarei. Três vezes na semana, estarei aqui para dar minhas aulas.

-Paulo Niko permitiu isso?

Como ele sabe que é Paulo Niko que será meu dominador? As coisas estavam sob sigilo.

-Como vc sabe Andrey?

-Madame não me esconde nada...

Ahhh Claro, esqueci que ele é o cachorrinho dela...

-Sim, num primeiro contrato sim...

-Acha que conseguirá se adaptar aquele "mosca morta"?

Eu suspiro... Ele sempre botando defeitos nos outros dominadores... Fez isso com Arthur, agora está fazendo com Paulo.

Na verdade pelo Andrey, nenhuma das Submissas sairiam do Internato. Ele gosta de tê-las a sua disposição. Principalmente aquelas que ele come com frequência, como eu ...

-Não fala assim dele Andrey... O primeiro contato foi muito legal!

-Vc sabe a fama que os japoneses tem né? São devagar e frios. Tá certo que vc decidiu agora, que não é masoquista. Mais será que é a melhor opção?

-Vamos ver... Se não der certo eu tenho sempre a opção de voltar.

Madame me prometeu isso.

Eu tenho uma família! Bem grande por sinal, mais nenhum deles nunca quiseram saber de mim. A primeira oportunidade, meu tio me pôs num internato de freiras, e eu só saí de lá para vir pra cá.

Tá certo... Eu não preciso trabalhar como professora aqui. Eu nem preciso morar aqui. Eu tenho muito dinheiro guardado no banco da herança, que meus pais deixaram pra mim.

Mais quem é feliz sozinho? Me diz?

Eu ainda tenho o sonho de me casar e ter filhos. E a melhor opção para mim, continua sendo o Internato. Então enquanto puder eu continuarei aqui.

-Eu não entendo vc... Vc tem condições de dar um rumo na sua vida. Pq vc continua aqui? Se envolvendo com dominadores, que não te dão o valor que vc merece.

-Vocês são a minha família... A única que tive... Eu não quero ser solitária Andrey... Vc sabe disso... E talvez agora eu tenha achado alguém que realmente valha a pena... E eu vou arriscar!

-Ok! Boa sorte então... Eu vim me despedir, mais como vc vai estar sempre aqui, não precisa.

Ele me dá um beijo na testa e sai do quarto.

Eu suspiro. Eu tenho que tentar mais uma vez... E vou...

***

Paulo Niko Sankyo

Estamos sentados no escritório da Madame Lavoisier. Dr. Marcelo está comigo. As duas lêem o contrato enquanto eu e ele esperamos.

Eu já li esse contrato algumas vezes. Mais não havia muita coisa para mudar, já que tínhamos os mesmos gostos. Foi o contrato mais fácil de se negociar até agora, em toda minha vida.

Ela está linda, com um vestido com estampa floral de fundo vinho. Cabelos num rabo de cavalo, e sandálias com salto baixo.

Gosto de ver ela com vestido, principalmente pq ela sabe, que eu gosto. Fica muito feminina e delicada!

Dessa vez estou apostando minhas fichas.

O meu sonho sempre foi encontrar uma submissa, para compartilhar a vida, diferente de meus amigos.

Cresci vendo o casamento de meus pais, e era o que eu também queria.

Minha hahaoya (mãe) era uma nissei como eu, (nasceu no Brasil) e meu otōsan (pai), veio do Japão comandar os laboratórios Sankyo no Brasil. Uma empresa familiar, passada de geração a geração.

Sua hazoku (família) é especialista em fabricação de remédios por todo o mundo. Além dos laboratórios, papa se tornou sócio do Grupo Albuquerque, depois de alguns anos morando no Brasil. Meu otōsan não é médico como Tio Max e Tio Armando, e dentre os três, é o único que não se aposentou ainda.

O casamento de meus pais, foi arranjado. Naquela época era muito usado esse tipo de arranjo. Minha mãe foi criada na cultura japonesa e na cultura do bdsm. Ela nunca viu uma vida diferente.

Minha hahaoya (mãe) e meu otōsan(pai) são felizes ... Tem um casamento sólido, apesar de rígidos, eu tive uma infância muito feliz.

E era isso que eu queria para minha vida. Um casamento moldado na minha cultura, e dentro do bdsm.

Eu nunca estive animado como estava com Sabrina. O primeiro encontro foi especial!

Eu só precisava adaptar nossos gostos, mais eu tinha tempo. O contrato seria de seis meses, e se tudo desse certo como eu imaginava, conseguiríamos fazer dar certo.

Madame me olha e fala.

-Pode me dar a original. Está tudo certo.

Eu dou. Ela assina e rubrica todas as folhas. Depois ela passa para Sabrina, e ela faz o mesmo.

-Então, tudo resolvido? -Pergunta Marcelo.

-Sim Doutor... -Ela diz olhando para ele. -Minha menina está sob sua responsabilidade. Qualquer problema entre em contato.

Ela me diz séria:

-Obrigada Madame, é sempre um prazer fazer negócios com a Senhora.

-Igualmente. -ela sorri.

Sai de trás da mesa, e vai até Sabrina a abraçando.

-Te vejo amanhã querida! Passarei na sua sala de aula.

-Sim Madame.

Saímos do Internato e eu seguro sua mão, indo para meu carro.

Me despeço do Marcelo e abro a porta para ela.

-Preciso pegar minha bagagem mestre...

- Um dos seguranças já pôs no carro as duas que vc disse que eram importantes. As outras chegarão amanhã.

-Sim Mestre. - Ela se senta no carona e eu me estico para por seu cinto de segurança. Fecho a porta do carro, e vou para o banco do motorista.

-Animada?

-Sim Mestre... Muito...

-É... Eu também... Chegando no apartamento vou te amostrar seu segurança. Ele que ficará responsável para a sua vinda ao trabalho. Ele não entrará no Internato, pois acredito que não seja necessário. Mais vai ficar te esperando no lado de fora ou na recepção, até vc terminar as aulas. As regras para seu trabalho é apenas, não ficar de conversinha fiada. Dar a aula e voltar para casa ou para onde eu quiser que vc vá. Para isso eu sempre me comunicarei, com mensagens.

-Sim Mestre.

-Em casa nós temos a Zefa. Vc vai conhecer ela hoje. Não precisa fazer nenhum serviço de casa, ela e a arrumadeira dão conta de tudo. Vc só precisa manter suas coisas organizadas. Odeio bagunça Sabrina! E se ver que as coisas estão fora do lugar, vc vai ser punida.

Ela concorda com a cabeça.

-Eu sou bem organizada mestre.

- Ok! Como disse ontem, Zefa não vai aos finais de semana e deixa o apartamento as cinco da tarde. Vc ficará responsável pela casa a partir desses horários. Vcs podem resolver as coisas do jeito que acharem melhor. Zefa já sabe como sou, então acho que vcs duas vão se entender.

-Sim Mestre. Gosto de flores, será que posso dar meu toque ao apartamento?

Eu sorrio. Será que estou vendo uma sósia de D. Paula? Minha hahaoya adora flores.

-Claro Sabrina. Por isso vou te dar um cartão. Para vc comprar o que achar necessário para deixar o meu apartamento como um lar para vc, ou apenas para comprar roupas. Deixar minha submissa se sentir em casa, é uma das minhas tarefas de cuidado.

-Obrigado Mestre.

Ela suspira feliz.

-Posso fazer uma pergunta Senhor?

-Sim...

-O Senhor já conversou com o Arthur?

O que?

Como ela sabe que eu tinha que conversar com o Arthur sobre ela.

-Conversar sobre o que? -me faço de desentendido. Pq quero ver até onde ela vai...

-Sobre nós dois... Eu deduzi que o senhor fosse conversar com ele, quando pediu sigilo sobre o nosso contrato.

-Bom hanī (querida), isso não é da sua conta... Isso quem tem que resolver sou eu... Se eu pedir sigilo ou não, só eu sei os motivos.

Ela fica vermelha, mais não diz mais nada.

Às vezes, eu tenho que concordar com o Arthur. Elas pensavam demais...

-Desculpe Mestre. É porque Duda é minha amiga, eu gostaria de contar para ela que sou sua submissa agora.

Amiga?!? Me surpreendo...

Então se as duas são amigas, ela não deve mais gostar do Arthur, não é? Já que Duda é submissa dele...

Eu suspiro ... Preciso conversar com Arthur...

-Ainda não quero que vc conte a ela. Evite até de falar com ela no celular por esses dias. Acho que merecemos alguns dias só nos dois, vc não acha?

-Sim, meu Senhor! Desculpe pela insistência.

Merda! Eu preciso conversar com o Arthur!

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.