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Capitulo 02

Vitória narrando

Esperei minha mãe sair para o plantão a noite , sai da coberta meti o pé. Fiquei aguardando no lugar que Rodrigo marcou comigo , e nada dele chegar.

Será que levei um bolo?Provavelmente sim.

Esperei mais um pouquinho e ele chegou em sua moto vermelha enorme , ele estava vestido,com um boné da Oakley , camisa preta da lacoste e uma bermuda jeans. Sem contar suas enormes correntes de ouro e tatuagens. Seu cheiro era de uma leve fragância de menta e seus olhos eram claros, quase azuis. Eu prestava ateção em todos os detalhes dele.

Eu era apaixonada por ele,até demais. Talvez me julgassem por eu estar fazendo isso, mas eu não ligo. O que realmente importa é que estariamos juntos. Estava bem chateada com Alana que amiga não apoia a outra.

- E aí princesa. - deu um sorriso metálico.

- Oi. - sorri nervosa.

Eu estava quase fazendo xixi mas calças , nunca me imaginei aqui com Rodrigo tão perto assim.

Resolvi quebrar o silêncio e falar.

- Pra quê você me chamou aqui?

- É.. Eu tenho reparado morena , que você ficava me olhando e pá tá ligado?Então eu confesso, que fiquei de olho em tu também, tu é maior gatinha .. - sorriu olhando meu corpo. - Tem quantos anos?

- Treze. - disse tímida.

- Até que nem parece mas já dá para a coisa.

- Que coisa? — eu realmente não havia entendido.

- Nada, esquece. Vamos lá em casa gata. Tá ligado que tem uns x9 na rua né, não quero que ninguém fofoque.—  falou enquanto observava a rua ao nosso redor desconfiado.

- Então tá. - dei de ombros.

Subi na moto dele, ele dirigia em alta velocidade. Pensei que iria morrer de pânico. Segurei em volta da sua cintura. Nossa eu me sentia num sonho, o meu amor platônico.

Era melhor ir para a casa dele do que ficar aqui na rua correndo perigo de alguma velha fofoqueira me delatar.Depois dele dirigir como se estivesse fugindo da policia,chegamos em sua casa dentro de uns cinco minutos.

Era uma casa grande e espaçosa, diferente de todas que eu tinha visto nesse morro. A minha comparada  a essa era um ovo. Era tudo muito chique.

- Nossa como sua casa é grande.— falei timida.

- É, entra aí pô.

Entrei. A todo tempo ele olhava para meu corpo, eu já estava envergonhada e com medo, mas minha inocência e burrice não me deixou perceber as verdadeiras intenções,eu não tinha muito corpo ainda, mas também já tinha criado algumas curvas e um pouco de seios.

- Quer conhecer meu quarto?

- Pra quê?—olhei para ele.

Pode parecer que eu estava me fazendo de inocente, mas não. Eu não sabia o que ele queria mesmo. Pra mim ele só queria trocar carícias e beijos , assim como foi com meu primeiro namorado na sexta série do fundamental .

É, não vou contar detalhes mínimos mas aconteceu o que vocês previam.

Mal sabia que era o começo do meu sofrimento estava se iniciando.

Alana

Voltei da escola para casa,conversando com Vitória. Ela estava meio estranha, conheço minha amiga. Ela mal me encarava, estava quieta a manhã toda.

- Que foi Vitoria,você não é assim. —a encarei

- Ham? — se fez de desententida. Nada não Alana só tô cansada e quero chegar logo em casa.

- Fala Vitória! Eu sou sua amiga! — alterei a voz.

- Falar o quê Lana? Tu tá ficando pirada. Só pode.

- Não, não estou. Conta logo o que está rolando, nunca tivemos segredos e você sabe disso.

- Tá! Eu ...

- Você?— a encarei esperando a resposta.

- Eu fiquei com Rodrigo.

- Que você ficou com aquele bandido eu já sabia, mas porque tá com essa cara de enterro? Não era você que estava toda animada. Que bipolaridade é essa amiga.

- É que... Não foi "ficar", entende só beijos, ele tirou minha virgindade.

- QUÊ?— praticamente gritei, arrastei ela para uma esquina e nos encostamos na parede da mesma. Tá de zoação né Vic. Você não fez isso.

— Fiz Alana fiz . E se for para você ficar me julgando era melhor nem me fazer contar nada.

— Sua mãe te mata Vitória, e se ele fazer algo contra você? Você sabe qual o proceder desses traficantes.

- Ela não vai saber só se você contar! E ele não vai fazer nada.. Ele gosta de mim.

- Ah. Ele gosta muito de você. - ri irônica.

- Você deve tá com inveja.

- Que inveja. - suspirei . - Amiga olha pra mim— olhei fixadamente para ela.— Larga ele enquanto é tempo,não te mete com esse cara, vai que ele te faz alguma coisa.

E eu não estava exagerando, uma certa vez, um dos traficantes, assassinou uma menina de treze anos na frente da propria mãe dela, o motivo? Só porque ele encontrou ela conversando com um garoto na porta do colégio, até hoje ela é lembrada por todos.

- Não! Alana eu o amo já te expliquei. Sei que você está preocupada mas eu juro que estou bem e feliz.

— Tá, tá. — levantei as mãos em forma de redenção. - Não vou mais insistir, afinal a vida é tua.

- É. Não fica estranha comigo eu te amo muito velho.

- Também te amo! Fica bem amiga. - a abracei e entrei em casa .

Eu estava muito preocupada, não era pra Vitória fazer essa merda. Mas quem sou e pra crucificar minha amiga? Não julgues, pois serás julgado, esse era um dos ditados.

Adentrei a sala e minha mãe estava sentada no sofá de cabeça baixa. Era para ela terido ao trabalho.

Me aproximei lentamente tocando em seus cabelos.

- Mãe?— a cutuquei. — Porque você não foi trabalhar ? A senhora está bem?— fiz várias perguntas em seguida.

- Eu estou bem sim filha, coloca a mochila aí e senta por favor,que nós temos que conversar.

Minha mãe estava com uma voz, e uma cara de choro horrenda, o que estava acontecendo.  Eu ando devagar até o sofá, esperando que não fosse nada demais, ponho minhas pernas esparramadas no sofá e escuto o que ela tinha para dizer.

- Fala mãe, eu já estou aflita.— disse já aflita.

- Eu fui despedida Alana. Se as coisas pra gente já eram difíceis agora então. Nem quero imaginar, só temos a pequena pensão que o  seu pai nos deixou, e quase não dá para nada você sabe.

- Mas por que mãe?

- A minha patroa morreu, e quem assumiu a casa foi o filho e a nora dela. Eles me despediram.— o olhar dela estava vago, triste.

- E agora mãe? Meu Deus!— coloquei a mão nas cabeça. eu realmente não sabia o que iriamos fazer.

Eu suspiro e tento passar um pouco de tranquilidade.

- Vai ficar tudo bem eu vou arranjar um trabalho com fé em Deus.

Abracei a minha mãe e ficamos chorando, porque a vida é tão injusta com nós duas?Um dia eu gostaria de entender.

Começou primeiramente por meu pai morrendo e deixando ela grávida sozinha e desamparada, ela tendo que nos sustentar sozinha só com um mísero dinheiro.

Se eu tivesse qualquer maneira de conseguir grana eu nunca mais deixaria minha mãe trabalhar, pagaria tudo que ela já fez por mim.

Mas como uma garota de 13 anos conseguiria dinheiro?

Me deitei chorando, minha mãe era uma mulher tão boa, será que eu sou um peso em sua vida.

Suspirei e fechei os olhos, por dentro, eu xingava o universo, o destino, o sei lá o quê.

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