Capítulo 6
Narrando Cristhian:
Estacionei o carro e entrei em casa com Ana.
"Bom dia, senhor", disse o mordomo.
Olhei ao redor da sala, sem ver Diana.
- Vou buscar uma coisa - falei, indo até a cozinha com a intenção de encontrá-la.
Assim que entrei vi que tudo estava no seu lugar mas não havia sinal dela.
- Onde está a empregada? - perguntei assim que voltei para o quarto.
-Ela foi para casa senhor.
- Hoje é sua folga, amor - respondeu Ana, sentando-se no sofá - por quê?
- Entendo – respondi, tentando esconder meu interesse.
Diana narrando:
- Chegou - falei apontando para minha casa.
Alex estacionou o carro e saímos.
Abri a porta da casa e o convidei a entrar.
- Venha, fique à vontade - coloquei minha mochila no sofá da sala e logo ele se sentou.
Dei a Alex um pedaço de bolo que tinha feito e peguei a garrafa de café para servi-la quando acidentalmente derramei em sua blusa azul clara.
- Com licença
"Oh", ele reclamou moderadamente, "está quente."
Ele se levantou e começou a desabotoar a camisa. Assustado, ajudei-o sem perceber o que estava fazendo.
Logo seu peito ficou exposto, revelando ombros largos e abdômen bem trabalhado.
Percebi que estava tocando seu peito quando ouvi uma batida na porta.
Alex olhou para mim de uma forma louca e fascinante.
- Alguém... está ligando - eu disse timidamente e me afastei rapidamente.
No corredor suspirei tenso e respirei duas vezes antes de abrir a porta.
Quem poderia ser?!
Girei a maçaneta, abri e fiquei chocado assim que vi.
- Sr.... Dalvin
- Olá Diana... eu... vim ver se você precisa de alguma coisa. Você saiu sem dizer nada - Cristhian parou de falar olhando para um ponto fixo atrás de mim e então pareceu confuso e irritado.
Olhei para trás e vi Alex parado com o peito nu e a camisa por cima do ombro.
Meu Deus!
- O que faz aqui? - Alex perguntou desconfiado e visivelmente desconfortável.
Olhei para Cristhian que me olhou sério por um segundo, depois olhou para o amigo.
- E o que você está fazendo aqui? - respondidas
- Ela ia voltar para casa e... eu trouxe ela - respondeu Alex.
Era estranho sentir-se entre dois homens, quando eu não queria estar.
- Convidei-o para entrar e como agradecimento derramei café na camisa dele - expliquei para esclarecer as dúvidas que Cristhian tinha - mas o que você está fazendo aqui?
Minha resposta pareceu convincente, mas ainda sentia tensão entre os amigos.
- Vim te procurar
- Me encontre?
- Eu preciso de você – um sorriso confuso e confuso caiu dentro de mim –… eu… e Ana precisamos de você. Vamos viajar e você vai conosco, não encontramos outra empregada para essa viagem.
- Ahh claro – respondi desanimado.
- Obrigada por me trazer, podemos marcar outro horário para conversarmos – falei enquanto me virava para Alex.
Eu não queria que ele estivesse ali enquanto Cristhian me olhasse com possessividade e julgamento.
- Ok – ele tirou um cartão do bolso da calça e me entregou – me ligue – ele deu um beijo suave na minha bochecha e começou a vestir minha camisa manchada de café.
Cristhian abriu caminho para o amigo passar sem cumprimentá-lo.
Algo não estava certo...
Narrando Cristhian:
Um dia depois de tratar Diana assim na frente de Alex, ele me questionou no escritório da empresa.
Ele estava claramente enojado e encantado por ela.
Menti, julgando o fato de que ela era minha empregada e eu não a queria andando pela casa com homens.
- É minha casa!
- Se esse for o problema... Espero que você não se importe com o que eu faço quando não estou por perto.
Lembrei-me de suas palavras quando o vi beijar o rosto de Diana.
Ele logo passou por mim ao sair de casa.
- Vocês são amigos agora? - perguntei olhando para ela
-Como você sabia onde eu moro? - Diana se aproximou, fechando a porta.
Diana narrando:
- Você deixou seu endereço com o mordomo.
- Hum
Estar na frente de Cristhian me fez desejá-lo de uma forma única e entorpecente.
A maneira como ele olhava para mim era sempre superior e intimidante.
O que causou em mim sentimentos inadequados, como na noite em que o vi com Ana.
- Você não vai me receber? - ele perguntou olhando nos meus olhos
- Sinto muito, Sr. Dalvin, fique à vontade - fui até a sala e vi que Cristhian estava me acompanhando.
Ele sentou no sofá na minha frente e eu também.
- Hoje é meu dia de folga, não posso ir com você.
- Diana, você não entende, preciso que você vá embora - ele respondeu confiante - Vamos te pagar mais, é só dizer...
Vendo Cristhian fora de seu aparente conforto, decidi perguntar.
- Por que você me tratou assim quando me viu com Alex na sua casa?
Cristhian mudou sua expressão.
- Eu estava bêbado, só isso.
- Só isso?. Hum...
- Partimos hoje à noite, vamos ficar uns cinco dias. O motorista te pega. A única coisa que você precisa fazer é dizer que vai fazer isso – ele mudou abruptamente de assunto novamente para Cristhian Dalvin…
- Ok... preciso arrumar algumas coisas...
- OK. “Ana deve estar esperando por mim”, ele respondeu sem jeito.
Quando vi Cristhian sair pela porta senti um vazio misturado com o desejo iminente que ele provocou em mim.
Eu tinha dúvidas se era certo fazer essa viagem com eles.
Também não foi ruim.
Depois de tudo...
Eles são meus chefes. É meu trabalho.
Bom...
Eu sabia que não estava certo. Estou sendo a mulher que quer ficar com o marido da outra mulher.
Isso é tão injusto.
Mas foi incrivelmente bom pensar em passar dias perto de Cristhian.
Decidi parar de pensar em qualquer uma dessas distrações quando percebi a bagunça em que minha casa estava.
No final da tarde eu tinha terminado de arrumar todas as minhas coisas.
Dentro da bolsa que carregava resolvi colocar algumas roupas. Obviamente eu estaria vestido com meu uniforme a maior parte do tempo.
Tomei um longo banho e ouvi o motorista bater na porta.
Corri para trocar de roupa. Vestindo uma camiseta branca com jeans skinny preto. Não estava tão frio então resolvi levar uma jaqueta nas mãos.
Abri a porta da casa e vi o motorista à frente.
- Olá senhorita, boa noite.
- Boa noite - você tirou com cuidado a sacola das minhas mãos e fomos até o carro onde você a colocou e abriu a porta para mim.
O caminho até o local foi longo. Eu tinha me perdido no caminho, nem sabia mais onde estávamos.
- Estamos chegando - anunciou o motorista.
Ele olhou pela janela e viu que a rua estava completamente deserta. As poucas casas que tinham eram muito bonitas. Era evidentemente um lugar nobre.
- Chegou - avisou o motorista, entrando em uma casa. Estava coberto de vidro. Não era uma mansão, mas era igualmente magnífica. Poderia dizer que parece uma daquelas casas que os ricos só usam nas férias uma vez por ano.
Saí do meu torpor quando o motorista parou o carro e saiu para abrir a porta para eu sair.
Pisei na grama verde e notei o extenso jardim iluminado por lâmpadas verdes e azuis.
Olhando mais uma vez para a casa pude perceber que ali estava acontecendo uma festa. O som abafado ecoou por toda parte do lado de fora. A garagem estava cheia de carros diferentes. Alguns. Talvez alguma coisa.
Estávamos caminhando em direção à nossa casa quando o motorista parou, tirando o celular do bolso.
- Olá senhor – parecia estar falando com Deus – Estamos aqui. Vamos esperar – suspirei ansiosa e nervosa sabendo que era ele. Cristão.
Vi quando a porta principal se abriu e do lado direito da casa, descendo uma escada, apareceu Cristhian.
Mesmo de longe era possível ver sua camisa social branca com os primeiros botões abertos, expondo o peito. A calça preta que reforçava suas pernas tonificadas.
Cristhian era um pecado.
Ele se virou e estendeu a mão para alguém.
Quando uma mulher de cabelos castanhos desceu apertando sua mão.
Quem era ela?
Ela era bonita. Mas não se comparava à beleza de Ana.