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Capítulo 4

P.V. MADISON

Faz quatro dias desde que vi Drake essa era a parte ruim do nosso relacionamento por ter trabalhado tão diferentes. Drake morava na sua amada mansão, muito chamativa por sinal, e eu morava numa casa simples grande também, mas nada escandaloso. Sempre que dava um ia na casa do outro para matar a saudades, mas eu queria mais, saber? Às vezes eu dava umas puxadas de orelha nele, porque às vezes ele exagera quando se acha o dono de Atlanta. Queria fazer como todos os casais casados fazem.

Eles moram juntos!

Porém se moramos juntos eu seria presa por ser uma policial e está com um criminoso, e poderiam criminalizar Drake de tudo que eles acham que ele é culpado. E falariam que eu sou cumprisse dele. Tudo que Drake faz, ele sempre dá seu jeito de se livrar sozinho e não precisar da minha ajuda, porque ele sabe que se eu for pegar estou fodida. Quando paro para pensar nisso chega até ficar zonza, Não quero pensar nessa possibilidade. Eu não consigo imaginar como os outros iriam reagir. Ainda mais aqueles que acreditam que o Drake é apenas um empresário como qualquer outro na cidade, acho que a gente nunca foi visto perto um do outro ou conversando.

Mas queria saber qual seria essa sensação.

– Ei, por que está tão cabisbaixa? – Olhei para o lado vendo Paulo.

Tentei sorrir, mas acho que saiu uma careta. Virei minha cadeira giratória na sua direção e ele pegou uma cadeira ficando na minha frente.

– Não é nada. – Menti.

– Eu te conheço, princesa do Sul.

Gargalhei.

– Princesa do Sul? – Ele assentiu. – Por que?

– Porque você é fria e dura com os caras que aprendemos.

Eu ri do jeito fofo dele falar.

– Obrigado, Paulo.

– Por?

– Me faz rir.

– Hum, isso é bom. Agora que tal sairmos hoje e se divertir. Pode ser em uma boate, o que acha?

– Boate?

Não sou tão festeira, mas seria uma boa.

– É, pode ser a do… Hays.

Meu coração apertou ouvindo o sobrenome dele.

– Mas você não vai com a cara dele…

Paulo não é nada fã do Drake, ele acha Drake muito metido, exibido e convencido. O que é totalmente verdade. Não nego isso. Para Paulo, Drake, era a causa de muitas coisas ruins do crime em Atlanta. Mas uma verdade vamos dizer. Praticamente tudo que Paulo dizia sobre o Drake era verdade. Quase tudo, tinha crime que ele não cometia. E ele… também Paulo não acreditaria que no fundo Drake é uma pessoa boa.

– Mas fazer o que se o cara sabe dá uma festa? – Paulo deu de ombros.

Fiz cara de pensativa até que não seria nada mal, eu estaria indo para me divertir e poderei ver Drake sem levantar suspeitas. Ninguém vai perceber. Estou com saudades do meu marido e essa é uma oportunidade de vê-lo.

– Hoje às onze. – Avisei.

[…]

– Você está linda.

– Obrigada, Paulo. – Sorrir sem graça.

Entrei no carro dele já que o mesmo veio me buscar em casa. Preferi não avisar ao Drake, eu queria fazer surpresa a ele. No caminho para boate foi divertido Paulo não deixou eu ficar em silêncio por nada e sempre fazia umas piadas sem graça, mas eu ria de todas. A boate como sempre estava cheia, como Paulo disse Drake sabia como dá uma festa e ele sempre arrasava nas festas da boate. Drake poderia viver apenas com a boate que pobre, ele não ficaria. Acho que Drake tem umas três boates, mas ele fica mais em uma que é maior que as outras.

Eu e Paulo saímos do carro e pagamos nossa entrada. A pista estava cheia, a música estava alta e vibrante. A vontade de dançar veio com força total, puxei Paulo pelo braço e fomos para pista de dança, dancei indo até o chão, como muito tempo não fazia. Nossa! Eu não lembro quando foi a última vez.

– É assim que gosto! – Paulo gritou por causa da música. – Essa é a Madison que eu conheço.

Corei um pouco, mas continuei dançando. Há uns quatro anos atrás eu vivia indo para boate com minhas amigas, sempre responsável é claro, mas também gostava de aproveitar bastante. Jack, meu irmão, me acompanhava também, mas ele só vinha para fazer charme para minhas amigas. Resumindo ele só me dava dor de cabeça e quando eu conheci o Drake, Jack não fez diferente. Se não fosse o Drake, teria perdido meu irmão naquela noite.

Jack pegou todas as minhas amigas! Parece que não consegue deixar o pinto dentro das calças. Desde que entrei para polícia eu e Jack não tínhamos tanto contato como antes, resolvi morar sozinha depois que casei com Drake, mas como bons irmãos sempre contamos um com outro. Mesmo quando dá vontade de dar na cara dele. Sempre dá vontade de dar na cara dele!

Começou a tocar eletrônica e no ritmo da música a galera ia ao delírio. Paulo às vezes fazia umas danças estranhas o que me fazia rir mais ainda, joguei meu cabelo todo para o lado e olhei o povo dançando, mas sem parar de dançar. O que foi um erro ou talvez o certo a se fazer olhei mais a fundo da boate vendo Drake em mesa bebendo e conversando com dois caras. Detalhe: tinha duas putas do lado dele ou melhor passando a mão nele. Fechei meus olhos e sentir duas mãos em meu ombro, abri meus olhos vendo Paulo me olhando preocupado.

– Você está bem?

– Estou… Você pode… – Pensa, pensa, pensa… – Busca uma bebida para mim? Enquanto vou ao banheiro.

– Ah, claro.

Esperei Paulo sair e fui na direção do Drake. Muitos dizem que eu sem a roupa de policial fico muito diferente e torço para ser verdade porque estou quase bancando uma esposa barraqueira aqui. Se controla Madison! O que era difícil no momento. Ninguém sabe sobre vocês, não estraga tudo. Tentei conversar comigo mesmo. Assim que cheguei na mesa deles coloquei minhas mãos sobre a mesa e sorri para todos.

– Olá, pessoal!

Drake me olhou com os arregalados surpreso por me ver ali, mas logo mudou sua expressão para nervoso assim que viu o moreno que estava na mesa com ele tentando olhar para minha bunda. Até que o cara é bonito. Fiz questão de inclinar meu corpo para frente e eles terem uma boa visão dos meus seios, não estou com a roupa mais decotada no meu, mas esse vestido realçou meus seios.

– O que traz uma linda dama, como você vindo até a nossa mesa? – Perguntou o ruivo.

Na mesa estava Drake, o moreno e um ruivo. Sem contar com o bando de putas ao redor deles. Desnecessário!

– Ah, vim parabenizar o dono da boate. – Olhei para Drake, sorrindo. – Sr. Hays, isso é maravilhoso. Estou me divertindo muito. – Não consegui evitar o sarcasmo.

– Obrigado, tento dar o meu melhor. – Sua voz saiu baixa.

Como já conheço ele sabe o quanto está bravo e certamente vai reclamar por eu estar ali, mas a única que tem motivo para estar brava aqui sou eu. Poxa, eu estou morrendo de saudades dele e ele está sentado enchendo a cara, com um monte de putas ao redor. Porque não foi me ver? Só mensagens e ligações é o suficiente para ele? Me senti frustrada ali. Discutir não adiantaria, não posso chamar atenção desse jeito e não vou perder meu tempo com ele.

Sair dali sem dizer nada e seguir pela multidão tentando encontrar a saída e pegando meu celular para avisar ao Paulo que estou indo embora. A festa acabou para mim e não quero continuar aqui perdendo o meu tempo. Quando comecei a digitar senti uma mão grande e firme segurando meu braço e puxa contra seu corpo. Drake. Conheço bem o perfume. Olhei para ele por um tempo e tentei puxar meu braço, mas Drake segurou mais forte e saiu me puxando para fora da multidão.

Pouco tempo depois percebi que estávamos indo para o seu escritório e tentei me soltar novamente, mas sem sucesso. Idiota! Seu aperto não me machucava. Drake praticamente me jogou no sofá e trancou a porta.

– Porra, Madison! O que você está fazendo aqui?! – Gritou, mas não respondi.

Seus olhos estavam levemente vermelhos, ele estava sob efeito de drogas.

– Caralho! Estou falando com você.

Revirei os olhos e levantei. Fui na direção da porta, mas Drake pegou no meu braço novamente e girou meu corpo me prendendo contra a porta. Drake respirou fundo tentando ficar calmo e encostou sua testa na minha, fechando os olhos. Dificilmente dar para falar com ele quando está nesse estado, mas pela sua tentativa de se acalmar Drake não está tão drogado assim. Bom ou ruim? Ele não deveria estar usando essas merdas.

– Mandy, você não deveria estar aqui. Não hoje. – Sua voz saiu rouca e baixa.

– Desculpe, atrapalhar uma possível transa.

Tentei me soltar e ele segurou mais forte, abrindo os olhos.

– Acha mesmo que eu trairia você? – Drake me olhava indignado.

– Quer a verdade? – Assentiu. – Sim, acho! Aquelas putas só faltava abaixar o zíper da sua calça e te pagar um boquete, Drake.

Drake deu um passo para trás surpreso com a resposta, ele abriu a boca várias vezes, mas fechou. Logo sua expressão mudou me olhando sério.

– Com quem você veio? – Mudou de assunto.

– Não te interessa!

– Madison, não quero discutir com você agora. Então faz a porra do favor e coopera!

Cruzei os braços me negando a falar alguma coisa.

– Jack, está com você? – Perguntou. – Eu avisei para não vim hoje.

Fiquei confusa.

– Não vim com ele, mas porque não era para vir hoje?

Drake franziu o cenho.

– Com quem você veio?

Mordi o lábio inferior e desviei o olhar.

– Estou sozinha…

– Não, você não está! É difícil você vir e vem sozinha? Tenho certeza que não. Com quem, Madison?!

Estou me sentindo uma adolescente que foi pega pelo pai fugindo na madrugada para ir em uma festa. Eu sou policial! Eu que tenho que colocar a ordem! Legalmente falando quem está errado é ele e não eu. Me diz que esposa aceitaria que seu marido tivesse uma boate da qual faz muito sucesso e tem várias putas como clientes, sem contar que você mal pode conviver no mesmo ambiente que seu próprio marido? E assim tendo que aceitar tudo numa boa? Me diz? Cara, eu sou uma ótima esposa. Rum… Mas infelizmente é o Drake que está na minha frente, não vai adiantar porra nenhuma colocar ordem. Então é melhor parar de enrolar.

– Com Paulo.

Drake respirou fundo parecendo um búfalo e passou a mão pelo cabelo andando de um lado para o outro. Agora eu pude ter a certeza que Drake não havia exagerado na droga, porque se tivesse já teria descido e atirado na testa do Paulo, Drake já fez algo parecido no começo do nosso namoro. Ele chegou a puxar o cabelo com tanta força que eu até achei que fosse sair do lugar.

– Já mandei você ficar longe dele. – Drake rosnou. – E ainda vem com esse pedaço de pano.

Meu vestido batia na coxa nada curto. Talvez um pouco decotado, ainda sim é um vestido comportado.

– E você sabe que não manda em mim! Poxa, Drake! Eu estava com saudades de você e quando finalmente posso te ver sem deixar ninguém suspeita… Eu encontro meu marido com as vadias. Nossa, que decepção, hein?

Sentir vontade de chorar, mas não faria isso nem pensar. Drake me olhou e dessa vez parecia estar calmo. Ele suspirou finalmente se desarmando.

– Eu também estou com saudades...

– Sério? Porque não foi bem isso que vi lá em baixo.

– Para de ser irônica! – Ele bufou encostando o corpo contra sua mesa. – Roubei um carregamento hoje e os caras sabe que foi eu. – Drake cruzou os braços. – Por isso falei para Jack não vim e como você vem uma vez e nunca não avisei.

Andei na sua direção parando na sua frente.

– Corre risco deles vim até aqui?

– Talvez. – Respondeu. – Não deram as caras, mas meus informantes disseram que eles perguntaram por mim. Tem uns manés querendo mandar em Atlanta, querendo ser eu.

Suspirei.

– Vou embora então…

– Ah, você não vai mesmo.

Drake me puxou pela cintura e com a outra mão levou até minha nuca, e em seguida me beijou. Dava para sentir o gosto de vodka misturado com whisky, envolvia meus braços no seu pescoço aproveitando bem o beijo selvagem que estávamos tendo. Infelizmente aquele beijo não mataria minha saudade, mas eu tentava demonstrar o quanto ele faz falta.

– Você só sai daqui comigo. – Drake falou em meio ao beijo.

Mordi seu lábio inferior puxando pra mim e finalizei o beijo com dois selinhos.

– Sei me proteger. – Sussurrei passando minha boca de leve na sua.

Drake abraçou mais forte pela cintura me deixando entre suas pernas.

– Prefiro eu te proteger.

Ele me deu um selinho demorado e sei que logo estaríamos fazendo algo além do beijo.

– Drake, Paulo está lá baixo…

– Tô nem aí!

– Drake!

Ele bufou me soltando e virando o rosto. Parece até uma criança birrenta segurando seu rosto, colocando uma mão a cada lado do seu rosto e eu sorrir. Queria mais tempo com ele, mas melhor não arriscar.

– Não fica muito tempo sem dar notícias, por favor. – Ele assentiu. Dei mais um beijo nele. – Te amo.

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