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CAPÍTULO 8= O ENCONTRO

Diana estava voltando de jipe de sua fazenda leiteira, depois de ter feito uma vistoria nos aparelhos novos que ela implantou, para que assim tivesse um aumento de produtividade maior, do que no ano passado.

— Boa tarde Diana!

Disse Paulo levantando o chapéu e coçando a cabeça, ela conhecia tão bem seu amigo, que já sabia que esse era um hábito dele, toda as vezes que algo estava tirando-lhe a sua tão costumeira passividade, portanto foi direta e perguntou-lhe:

— Me parece que algo o perturba, aconteceu algo errado?

—Sim, Diana é que o João, o nosso veterinário pediu as contas, parece que ele deseja voltar para Goiânia onde mora a sua família. — Respondeu ele com o semblante preocupado.

— Droga! Mas justo agora que temos quatro éguas grávidas, ele resolve nos abandonar? Falou ela preocupada.

— Pois é! Mas o homem está realmente querendo ir embora, e não podemos impedi-lo. — Falou ele com a sua habitual forma de falar depois continuou: — E o pior é que não sei se conseguiremos um veterinário antes do parto da Maribel, acredito que seja para daqui a duas semanas.

— Bem, mas você já botou o anúncio avisando que estamos precisando de um veterinário com experiência? Com toda certeza deve existir outros bons veterinários por aí, afinal João não é o último veterinário do mundo, não é verdade?

— Deve ter sim Diana, o problema é saber quem é bom veterinário ou não? Aliás um bom veterinário com capacidade para tanto trabalho, afinal esse haras é grande e temos muitos animais, então precisamos que ele tenha coragem de encarar tamanha responsabilidade, e às vezes leva-se dias para alguém responder a todos os requisitos para isso.

— Bom vamos torcer para que o achemos antes do tempo de nossa guerreira parir. Agora vamos quero vê-la um pouco! — respondeu ela tentando o tranquilizar.

Duas semanas depois...

— Paulo, tem um veterinário lá fora que disse que leu o anúncio e gostaria de falar com você! — disse Carlos o ajudante dele.

— Que bom! Espero que ele atenda a todas as exigências do trabalho. Mande-o ir até o escritório, ok? — falou Paulo sentindo-se um alívio antecipado e rezando para que esse veterinário fosse a resposta às suas orações.

— 0k! — Respondeu o rapaz e saiu até onde o homem estava.

Algum tempo depois Paulo entrou no escritório e cumprimentou o veterinário, que o já o esperava lá, estava sentado, ele parecia bem mais jovem que João, porém ao levantar seus olhos para encará-lo, impelido por algo que ele não sabia explicar, percebeu quase de imediatamente que aquele homem ali era a pessoa certa para aquele trabalho, e estendendo a mão para ele falou:

— Muito prazer Paulo Silveira, o capataz do haras Estrela!

— Muito prazer senhor Silveira, Eduardo Ferraz!

Sorrindo, Paulo apertou a sua mão e falou: — Então você leu o anúncio e resolveu tentar o emprego?

— Sim, necessito muito desse trabalho por motivos pessoais, tenho certeza que ao me avaliar e conhecer o meu trabalho, me aceitará como seu veterinário. Sou formado a mais de 7 anos e já trabalhei em um haras em Goiás, por mais de 5 anos, mas resolvi voltar a Sorocaba e tentar trabalho aqui.

— Bom saber que você já tem experiência no ramo, comigo é o seguinte, ao invés de começar com teorias, prefiro que comece demonstrando trabalho. E agora nesse exato momento temos uma égua em trabalho de parto, mas já faz mais ou menos uma hora que ela está sofrendo e não consegue parir, se você chegou agora e realmente deseja o trabalho vai mostrar para nós. Gostaria de mostrar seu trabalho para nós ajudando-nos, no parto da nossa querida Maribel?

— Com certeza, é pra isso que eu estou aqui! — respondeu novamente Eduardo sorrindo.

— Então venha comigo sim?!

Eduardo sacudiu a cabeça e o seguiu, ao entrar no estábulo, viu Diana sentada no chão fazendo carinhos na cabeça da égua e falando com ela, de forma carinhosa, a sua voz era melodiosa e acalmava o animal.

— Calma garota você é forte e vai sair dessa, por favor querida resista sim? O Paulo vai trazer o veterinário da fazenda vizinha, e nós vamos ajudar você a parir seu bebezinho, por favor princesa não se entregue agora, tá bem?! — Ele percebeu que ela realmente parecia muito preocupada com o animal, tanto que nem percebeu a presença de ambos ali.

Por isso, virando-se para Paulo falou: — Será que você poderia pedir para alguém pegar a minha mala no meu carro, é possível que ela esteja com distocia e que o parto dela será uma cesariana, disse ele ajoelhando-se ao lado da égua, tocando nela e dizendo:

— Mas ela é uma guerreira e vai sair dessa de boa, não é garota?! — A égua apenas levantou um pouco a cabeça e voltou a deitar.

Diana que até então estava de cabeça baixa, olhou para Paulo de forma intrigada e interrogativa, ele sorriu e lhe disse:

— Diana, esse é o doutor Eduardo Ferraz, o veterinário que respondeu ao anúncio! Acredito que os céus ouviram as nossas preces e o enviaram, justamente agora quando mais precisávamos, ele vai nos ajudar no parto da nossa guerreira. — falou o capataz suspirando aliviado enquanto também fazia carinho na égua que já parecia bem cansada.

Eduardo a encarando com olhos penetrantes, deixou Diana sem voz ao tocar em sua mão e falar:

— Muito prazer Eduardo Ferraz!

Ela gaguejando falou: — Pra... prazer Diana Damasceno!

Naquele momento os seus olhos foram atraídos para aqueles belos olhos escuros, frios e indecifráveis, e Diana, porém notou que jamais sentiu tantas emoções, em tão pouco tempo, em apenas um olhar e num simples aperto de mão, sentiu que a sua própria reação aquele toque causou-lhe um pouco de medo.

Eduardo também estava impactado por sua bela inimiga, pois nunca pensou que ficaria tão hipnotizado por aqueles falsos olhos inocentes que Diana possuía, mas o que era aquilo que ele estava sentindo ao olhar para aquela boca carnuda? Será que estaria ficando louco? Ela é uma Damasceno a sua inimiga, mantenha o foco disse ele para si mesmo, e então para fugir daquele magnetismo perguntou-lhe:

— Então, senhora Damasceno, será que poderia me ajudar a mantê-la ainda mais calma? Para que possamos fazer o parto dela com menos dor e o menor risco possível a sua vida e a de seu filho?

— Sim é tudo que desejo, não vê-la mais sentindo dor!

— Faremos isso juntos então! — Disse ele com convicção, olhando-o novamente em seu perfil, enquanto ele trabalhava, percebeu que ele realmente era um homem que cumpria suas promessas. Eduardo arregaçando as mangas perguntou:

— Imagino que talvez você tenha uma pequena sala para cirurgia aqui no haras não?

— Sim, talvez não tão grande como num centro cirúrgico convencional, mas com bastante para atender os nossos animais!

— Ótimo vamos precisar removê-la para lá, e torcer para que tudo dê certo! — Depois de dizer isso ele deu algumas instruções para Paulo e depois que removeram o animal, ele iniciou o seu trabalho…

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