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cap. 5

Não romantize o que te rasga o peito.

18 DIAS PARA O DIA DOS NAMORADOS

| 02:00

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Depois da refeição viemos para a sala e o clima surgiu naturalmente. Arthur é lindo, tem os olhos castanhos mais brilhante que já vi, seus cabelos são pretos e bem alinhados em um corte bem baixo na nuca e na frente é maior, o que deixa alguns fios lisos caindo sobre sua testa que não tem uma acne!

Analisei seus traços faciais e sua mandíbula foi esculpida pelos Deuses e para abrilhantar essa perfeita obra, ela é coberta por uma barba linda que não tem buracos ou escassez de pelos em algumas partes como a maioria dos homens que trabalha na revista. Sem falar na voz. — Se esse homem for dos que geme deve ser uma delícia de ouvir cada som de prazer que sair dessa boca rosada.

Ele estava falando algo sobre uma das minhas matérias que está lendo no meu notebook e seu sorriso largo revelou uma covinha linda no lado esquerdo do seu rosto.

— Esse foi o corno do ano! — sua risada grave reverberou em minha sala.

O assunto seguiu comigo admirando sua beleza discretamente e ele lendo todos os meus post do instagram.

Esse homem é um é problema, pois sempre que mencionava algo que me deixa triste, para o que está fazendo e me dá total atenção.

Conclusão: é um combo perfeito de desilusão amorosa, desse que vai me deixar apaixonada e depois dar um pé na minha bunda ou sei lá ficar com minha avó.

— Que cara é essa?

— Lembrando de uma história em que a menina perdeu o noivo para a avó dela. — ele começou a ir jogando a cabeça para trás revelando seu pomo de adão sexy.

Parece ridículo, mas tenho um fetichei em coisas masculinas, como: braços cheios de veias, pomo de adão, voz grave é um abdome definido desses que tem aquelas veias ressaltadas que seguem até um certo órgão que quando se anima fica rígido! — Pois bem, adoro muito essas coisas.

— Sou seletivo demais e geralmente, as que me envolvo são bem próximas a minha idade. — esclareceu como se lesse meu pensamento — Esse cara que pegou a avó foi além dos limites da traição.

Rindo declarou. Ele largou o notebook de lado e bebeu todo vinho que tinha em sua taça antes de me encarar.

— Como fiz o jantar, teria como me emprestar uma colcha e um travesseiro?

— Claro! — fui em busca de um colchão de acampar que tenho no meu closet e roupas de camas para meu vizinho gostoso possa passar a noite.

Vasculhei tudo e não achei o colchão, ele me gritou e fui ver se estava debaixo da cama e finalmente achei. Separei três cobertas grossas e um lençol.

— Acho que passarei a noite bem e não sofrerá frio. — declarei pegando tudo em meus braços e voltei para a sala — Tenho um colchão de acampar que vai deixar sua noite…

Arthur parece que pegou no sono e fiquei admirando dormir por um bom tempo.

— Sua sorte é que meu sofá é grande e bem confortável. — comuniquei.

Me aproximei para tirar seus sapatos e esticar seu corpo para não ficar dolorido por dormir todo torto. Ele se moveu se acomodando e sua camisa revelou um abdômen estilo modelos da G Magazine com uns pelinhos finos que deixam sua barriga tão sexy e convidativa para ganhar uns beijinhos.

— Por que, Deus? — murmurei admirando seu umbigo perfeito — Qual é o propósito de me mandar um vizinho tão bonito e cozinheiro?

Mordi meu lábio inferior contendo minha vontade de passar a mão nesse abdome. Decidi não alisar seu corpo e preferi adiantar minha vida,

Limpei tudo e coloquei minha roupa mijada na máquina, deste modo posso sair cedo e não deixarei sujeira para limpar amanhã quando chegar do trabalho.

Durante o processo me peguei pensando nessa maratona de dias dos namorados. Olhei as horas sabendo que não dormiria nem 3 horas.

— Preciso de um post! — entrei em um aplicativo de templates para criar um carrossel — Vamos lá, Amora!

Peguei algumas fotos no banco de imagem e comecei a preparar algo indecifrável, sem muita expectativa, somente para aguçar a curiosidade dos meus três milhões e meio de seguidores.

Fiz as colagens com o tema dos amantes e senti que faltava algo!

—Preciso de um título. — preparei um chá de gengibre com mel e abri meu pote de biscoito da sorte — Não me decepcione biscoito, conto contigo.

Inutilmente conversei com o biscoito em minha mão antes de quebrá-lo.

— Frase do dia: Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você!

Bufei estressada, e antes de tomar um bom gole de meu chá digitei no meio do banner.

— Estou ferrada! — pronunciei a mísera frase assim que finalizei a digitação.

Voltei para a sala com minha xícara cheia e fui fechar as cortinas.

— Serial killer ou não, terei que confiar em você! — murmurei para a beldade dormindo em meu sofá — Não me decepciona!

Joguei a colcha por cima do seu corpo e alisei sua testa. Ele resmungou, mas não acordou.

Controlei minha vontade de alisar novamente e voltei para meu quarto.

Tomei um banho e de pijama, me deitei.

— Faltam 18 dias para o dia dos namorados, que para mim é a pior época do ano e como se não bastasse terei que fazer 15 dias de matéria para a revista!

Girei de um lado a outro por várias vezes e quando dei por mim o dia já estava começando a clarear.

— Não posso perder o emprego, Abi não cobra aluguel dos inquilinos por serem idosos e quando a coisa aperta fico responsável por comprar seus remédios — me encolhi tentando tomar coragem para levantar — Darei o meu melhor, se não for o suficiente terei que procurar emprego!

Exclamei sabendo que Babi não vai me demitir, porém tenho que estar preparada para um plano B!

Com preguiça coloquei-me de pé e fui me arrumar. Escolhi uma saia lápis preta que vai até a canela, coloquei meu all star branco e uma blusinha branca.

— Hoje é sexta e preciso contornar essa situação do dia dos namorados.

Fiz uma maquiagem leve e soltei meus cabelos. Quando sai do quarto Arthur estava do jeitinho que o deixei a 4h atrás, coloquei minha bolsa na mesa de centro da sala e fui fazer um chá.

Liguei pro meu avô que disse que Abi ainda está dormindo e pediu que eu fosse tomar café lá embaixo. Desliguei meu chá, e fui atrás da minha bolsa.

— Arthur! — sacudi seu pé — Oie! Tenho que ir trabalhar.

Nada dele acordar. Peguei um bloco de notas e escrevi um bilhete para ele colocando ao lado seu telefone.

— Tomara que ele acorde bem — murmurei antes de sair sentido ao apartamento dos meus avós ou não daria tempo de conversar um pouco.

Desci as escadas e quando cheguei no térreo meu avô estava me esperando.

— Bom dia, vô. — me deu um abraço e fomos para a cozinha.

— Come, ela fez esse bolo ontem para agradecer pelos remédios e foi levar para você, mas disse que estava acompanhada e não queria estragar o momento.

Estranhei a informação, já que Dona Abigail é do tipo super protetora.

— O que mais ela disse?

— Que era para te chamar pro café da manhã. — me olhou com curiosidade — Era um rapaz?

— Sim, o novo vizinho. — me servi do chá e cortei uma fatia generosa do bolo de chocolate — Ele fez o jantar e viramos amigos.

— Abigail disse que ele é corno, é verdade — me engasguei com o bolo — levanta os braços, menina

— Minha avó é uma fofoqueira. — contendo o riso comuniquei.

— Não é fofoca, somos casados a 57 anos, essas informações não são fofoca, ela compartilhou o assunto comigo e fiz o mesmo contigo, só isso.

— Sei! dois fofoqueiros. — declarei achando graça dele rindo, porém sua feição mudou bruscamente — o que foi?

— Sua mãe ligou ontem para brigar com sua avó, dizendo que ela não te criou direito, Abigail falou umas verdades para ela. — neguei com a cabeça achando um absurdo as atitudes da minha mãe.

— Ontem desliguei o telefone na cara dela, deve ser por isso. — me servi de mais chá e louca para mudar de assunto, fui para um que ele deve saber me informar — Vovô, quem não está pagando o aluguel?

— O zero quatro, tem uns 4 meses que estão sem pagar, mas já pedi o apartamento, porque precisamos de dinheiro, nossa alimentação e os remédios não podem faltar. — concordei — vou chamar a Abi para ela te contar como foi a conversa com sua mãe.

— Não precisa, não quero papo com ela. — me levantei e fui pegar um potinho para levar bolo pro trabalho.

— O que aconteceu, agora?

— Nada, só não quero papo. — cortei um pedaço grande e coloquei no pote — Vovô, tenho que ir, hoje vou de táxi, porque na volta passarei no mercado, deseja algo?

Coloquei o potinho na bolsa e fui lavar minha louça.

— Não, pode ficar despreocupada. — foi comigo até a porta e me deu um beijo — Bom trabalho.

— Obrigada. — acenei para ele e como tenho tempo fui até o ponto de táxi no início da rua.

As ruas já estão movimentadas, o que resultará em um atraso, mas nada que não seja habitual de todas as sextas.

Entrei no instagram e fiquei chocada com tantas perguntas sobre o post, respirei fundo e comecei criar os Story explicando por alto o que está acontecendo. Quando o táxi parou em frente ao prédio em que trabalho encaminhou o último para a publicação.

— Seja o que Deus quiser. — paguei ao motorista e não demorei a estar subindo as escadas — Se serei demitida tenho que começar agora a catar minhas coisas

Fui na copa, peguei minha espresso e coloquei na minha sala. Quando liguei meu notebook minha caixa estava repleta de e-mails, com pessoas preocupadas com meu post.

Por hora ignorei e foquei em um discurso onde tentarei conversar com minha chefe para não fazer essa maratona.

Às oito meu telefone tocou com um número desconhecido.

— Deve ser o Arthur. — atendi e trocamos poucas palavras e quando finalizei fiz menção de como a voz dele ao acordar é sexy — Tenho que me controlar ou vou me apaixonar por esse homem.

Voltei a focar no trabalho, na verdade, em um discurso para fugir desses 15 dias de post.

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