cap. 6
NÃO PERCA SEU
TEMPO COM
VINGANÇA, GENTE
RUIM SE FODE
SOZINHA!
CASA DA AMORA | 07:50
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O toque do meu celular não parava por nada, tentei encontrá-lo e ao me mexer acabei caindo da cama.
— Merda! — abri meus olhos e tomei um grande susto por não estar na minha casa — Espera! Onde estou?
Cocei os olhos de modo que eles entrassem em foco, porém o som do meu celular está me deixando louco. Passei as mãos nos bolsos e não o encontrei. ainda sonolento olhei a minha volta e vi que um bilhete estava ao lado dele na mesinha de centro. Peguei o papel, mas antes resolvi atender.
— Alô!
— Onde você está? — a voz da Natasha me fez grunhir — Porque não voltou para casa e nem atendeu minhas ligações, amor?
— Amor? — chocado questionei — Você é maluca, Natasha?
— Devemos conversar, foi tudo culpa dele… — iniciou um choro que nem por ligação conseguiu me convencer —, volta para casa, vamos no entender foi só uma vez, meu amor… eu te amo muito Arthur.
— Ligou para a pessoa errada, seu amor é o Gabriel. Lembro muito bem de como falou com ele! Vai mais rápido, amor... não foi assim? — puto com a lembrança desliguei, mas voltou a ligar e atendi — Faz um grande favor para mim, pare de me ligar, esqueça que…
— Estou desempregada, preciso de um lugar para ficar. — me interrompeu e comecei a rir da tamanha ironia do destino — Não entendi a risada.
— Boa sorte! — desliguei e bloqueie as chamadas do número dela — Agora sim posso começar meu dia!
Levantei e sentei no sofá me lembrando da noite legal que tive com Amora.
— Peguei no sono devido ao vinho. — olhei para o papel em minha mão lembrando que ainda não li — O que essa maluca deixou para mim.
Abri o pequeno papel que contém uma caligrafia horrorosa, escrito; me liga com uns números garanchudos.
— Ela pode ser bonita, engraçada e ser a pessoa mais contagiante que já conheci, mas sua letra é feia! — murmurei discando o número tentando identificar um deles — Isso é um S?
Aproximei o papel e julgo que seja o número cinco.
— Seja o que Deus quiser. — apertei o verde.
Chamou e no segundo toque atendeu.
— Alô!
— Bom dia! Sou eu, Arthur! Desculpa por dormir na sua casa é que seu sofá é muito macio. — me retratei recostando nele.
— Tudo bem, salva meu número e me manda o que tenho que comprar de tempero, porque ontem você conseguiu me conquistar pelo estômago e agora é oficial, virou meu vizinho cozinheiro. — comecei a rir da sua brincadeira — Pede demissão para a Rainha Elizabeth e vem cozinhar para mim.
— Tá bom. Agora vou desligar, verei como ficou a pintura, se estiver tudo ok me mudo ainda hoje.
— Não esqueça da lista de temperos e se quiser algo a mais me fala!
Minha mente lembrou da tatuagem e sua calcinha de renda preta, mas contive minha linguá dentro da boca.
— Vai trabalhar, deixe-me agitar meu meu dia. — escutei sua risada e a imaginei sorrindo — Bom trabalho.
Trocamos mais algumas palavras e finalizei. Ajeitei a sala e fui até a cozinha lavar a louça, mas estava tudo limpo. Peguei meu celular e liguei para Romeu antes de fechar a porta da casa dela.
— Chefe! Diga que tem boas notícias.
— Ainda não consegui nada, mas quer ganhar um dinheiro? — disse que sim — Me ajuda na minha mudança que pago uma grana pra você segura o mês.
— Passa o endereço que te encontro lá. — disse que no meu antigo apartamento — Pegarei o mini caminhão de um amigo aqui, assim não precisa pagar a transportadora.
— Ótimo, estou indo pra lá. — finalizei e abri a porta — De hoje não escapa, Amora vai me ensinar a abrir essa porta sem esse ruído insuportável.
Olhei para o chão e fiquei satisfeito, porque o chão secou e ficou parecendo novo, olhei as paredes com tudo certinho.
— Agora é trazer a mudança. — exclamei animado.
Tomei um banho e não demorei a estar caminhando sentindo o ponto de táxi do início da rua. No caminho vi uma banca de jornal e comprei uma revista.
— Vamos ver o que tem aqui! — entrei em um táxi, porque onde moro é longe daqui.
Fui boa parte do caminho lendo a matéria que Amora prescreveu em um texto fluido e muito tocante.
— Ainda bem que é impresso, porque, ô mulher da caligrafia feia. — sorrindo murmurei — Vou dizer isso a ela, deixa só ela me estressar que jogarei isso na cara dela.
Fiquei imaginando-a toda ofendida com seu nariz perfeito enrugado igual fez ontem quando a chamei de ruim de cama.
Estou sorrindo feito um idiota me dando conta do que estou fazendo e de como essa mulher me cativou. Neguei com a cabeça e voltei a ler a matéria.
Uma menina de 14 anos teve sua primeira paixão roubada por sua melhor amiga.
— Esses relatos se assemelham a minha situação com Gabriel.
Crescemos juntos, vizinhos de portas e quando vim para a cidade ele veio um ano depois, ficou morando comigo até arrumar um emprego na antiga empresa em que eu trabalhava e saber que alguém que tanto me importei na vida fez isso comigo é frustrante.
Coloquei a revista na minha mochila e me peguei pensando em como fui cego de não perceber que isso acontecia debaixo do meu nariz. Deixei as lembranças de lado e fiquei admirando as pessoas passando apressadas umas pelas outras nas calçadas movimentadas às oito e quarenta da manhã.
Levei mais tempo do que o esperado por causa do trânsito e quando cheguei o Romeu já estava à minha espera.
Por sermos ágeis colocamos tudo que era pesado primeiro, depois levamos algumas bolsas com meus livros e as pequenas coisas.
— Chefe? — olhei para Romeu parado perto do sofá — Ficou faltando o sofá e o guarda-roupa, mas desmonto rapidinho se tiver uma chave de fenda.
— Os dois ficaram, onde vou morar tem closet que é mil vezes melhor que esse guarda-roupa… o sofá vou comprar um novo.
— Ele está novinho! — contei a ele o que aconteceu — Entendo perfeitamente, também levei galho e sei como é a dor de corno.
— Não fale desse jeito! — ele começou a rir fazendo piada nos chamando de rebanho de gado e clube dos cornos — Vamos embora engraçadinho.
Fui no térreo entregar as chaves ao proprietário e paguei um dinheiro extra para que limpe o apartamento, porque não quero mais voltar aqui.
Durante o trânsito fomos conversando e falei que na rua que moro não tem nenhum restaurante e ele se animou. Ficamos uns quarenta minutos idealizando um pequeno restaurante do jeitinho que gosto com poucas mesas e cardápio variado.
— É aqui! — estacionou — Vamos subir logo com essas coisas e se der podemos ir buscar um sofá novo com esse caminhão, ou te trará problemas?
— Está à nossa disposição, pode usar a vontade, chefe! — fiquei aliviado, já que a entrega demoraria uns dias.
Durante o processo de subir com as coisas, o avô da Amora saiu para cuidar das plantas deixando a porta aberta o que facilitou subir com as coisas. Duas horas depois estávamos pegando o último móvel que era minha geladeira.
Por ser pesada levamos mais tempo do que o esperado.
— chefe, vamos comprar logo esse sofá, assim podemos organizar as coisas.
— Sim, passaremos no mercado, também, estou sem mantimentos e minha vizinha é um tanto espaçosa. — comentei sorrindo.
— Mas já? — estranhei a pergunta — Parece que estar apaixonado e digo isso por experiência própria, fico com essa cara de idiota aí quando estou dê quatro por algum rabo de saia.
— Claro que não, nos conhecemos ontem! — comuniquei — Só gostei da companhia dela só isso.
— Tá bom! — com um risinho cínico ironizou — É assim que começa, vai que dar certo, afinal dia dos namorados já está batendo na porta.
— Não, ela não pensa em namorar, e eu fui corno, ou esqueceu? — começamos a rir.
Foram necessárias uma horas para comprarmos o sofá que escolhi desses bem grande, pelo centro mesmo fiz a compra do mês. Quando voltamos, era quase meio-dia adiantei o almoço enquanto organizava meu quarto e deixei a sala com Romeu que garantiu que ficaria bonito.
Volta e meia ia ver o peito bovino que optei por fazer assado. Finalmente ele ficou pronto, retirei o papel alumínio e deixei dourar. Fiz uma salada de batata e um arroz branco. Enquanto a carne não ficava pronta.
Já passava das três quando começamos a finalizar e por opção do Romeu só comeríamos depois de tudo pronto.
Meu telefone tocou em algum lugar e corri para atender sabendo que poderia ser Amora e sorri por estar certo.
— Oi, você esqueceu da lista. — sua voz está diferente e questionei o porquê — Nada, sairei em vinte minutos, manda a lista vou comprar legumes e essas coisas que você cozinha muito bem.
— Abusada, não irei cozinhar para você, Amora! — brinquei e não escutei sorrir — O que aconteceu, você não é assim e geralmente estaria rindo feita hiena.
— Em casa te contk, faz um chá, de preferência gengibre com mel. — prometi que sim — Você é meu herói.
— Vem logo, fiz o almoço. — escutei um ruído e acho que sorriu.
Ela se despediu e finalizou. Mandei para ela uma lista de coisas que não comprei e me mandou um emoji de coração.
— Tem certeza que não está afim dessa mulher? — tomei um susto com Romeu na porta do meu quarto.
— Não sei, acho que não. — fui sincero — a gente se conheceu ontem e verá que é muito extrovertida.
— Está vindo pra cá? — disse que sim — Quer que eu vá?
— Não, a gente não está junto! — afirmei — Bom, vou na rua rapidinho comprar gengibre.
— Fará um Moscow Mule, para ela? — neguei dizendo que Amora deseja chá de gengibre com mel — Chefe, você não quer admitir, mas está afim dela.
— Claro que não! É que pelo tom de voz senti que não estava bem, como pediu o chá, não custa nada fazer isso por ela. Até comprei alguns chás esquisitos que a Abigail disse que gosta dessas coisas. O mel eu comprei para fazer minhas comidas, mas o gengibre não, então comprarei! — fui atrás da minha carteira — já volto.
— Tá, vou tomar um banho, a sala e o seu escritório está como lá na outra casa, coloquei a cama que possui lá perto da janela e espero que goste.
— Obrigado. Bom, é só o tempo de ir e voltar aí almoçamos. — Coloquei minha camisa e um tênis, pois vou correndo.
— Combinado. — sai porta fora e no andar de baixo encontrei uma mulher discutindo com Abigail que segurou mulher pelo braço e arrastou para dentro de casa.
Corri no mercadinho mais a frente e não levei nem dez minutos fora de casa, mandei mensagem para ela perguntando como é feito o tal chá depois do breve tutorial me mandou foto do seu carinho com vários legumes e os temperos que pedi. Logo depois mandou outra dela fazendo careta segurando uma garrafa de vinho.
— Esta rindo de quê? — sem graça disse que um meme do pessoal do trabalho — Vamos comer?
— Sim! — coloquei o chá no fogo — Pode se servir, só vou tirar o suor.