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CAPÍTULO 6

Quando Aila se aproximou de Riana, ela ouviu atentamente a informação que sua governanta trouxe sobre o telefonema de Jully e o local de seu encontro, restaurante Le Pavillion. Entretanto, algo mais pesava em sua mente, algo que ela sentia necessidade de compartilhar com alguém de confiança. Ao ver a doçura nos olhos de Aila, decidiu abrir seu coração.

— Aila, eu não te contei tudo. Começou Riana, sua voz carregada de preocupação. — O Estevan me contou umas coisas que estão martelando em minha cabeça.

Aila se aproximou da jovem, pronta para ouvir qualquer desabafo ou preocupação que ela tivesse.

— Quer me contar o que foi? Perguntou gentilmente.

Sentando-se juntas em um sofá grande e confortável, Riana segurou a mão de Aila, buscando conforto na presença da governanta. Com um suspiro, começou a compartilhar as informações perturbadoras que havia recebido de Estevan, sobre o envolvimento secreto de Paulo com uma funcionária da empresa.

As horas se passaram rapidamente e Riana não demorou a sair para o endereço combinado por sua amiga Jully. Ao se encontrarem Riana sentiu o caloroso abraço de Jully e retribuiu o gesto com um sorriso radiante. Era reconfortante estar com sua amiga, mesmo após tanto tempo afastadas. Sentadas à mesa, a conversa fluía naturalmente entre elas, como se o tempo não tivesse passado.

— Riana, minha bonequinha, faz tanto tempo que não te vejo, que já tinha esquecido o quanto você é linda. Disse Jully animadamente, demonstrando sua alegria por estar com a amiga novamente.

Riana sorriu, sentindo-se acolhida pelas palavras de Jully. Sabia que aquele gesto era uma forma de sua amiga pedir desculpas por sua ausência nos momentos difíceis que Riana havia enfrentado.

— Eu compreendo perfeitamente, mas confesso que senti sua falta. Você é como minha irmã mais velha, ausente, mas minha irmã. Respondeu Riana, expressando seu apreço pela amizade de Jully.

As duas compartilharam risadas e conversas, relembrando momentos passados e atualizando uma à outra sobre suas vidas. Jully, então, anunciou suas novidades com entusiasmo.

— Tenho novidades maravilhosas! Vou me casar em dezembro e quero você como madrinha. Disse Jully, irradiando felicidade.

Riana ficou surpresa com o convite, mas também um pouco apreensiva.

— Não sei, amiga... Essas festas glamorosas, muita gente barulhenta... Não sei se é para mim. Confessou Riana, preocupada com o tipo de evento que seria.

Jully, no entanto, tranquilizou-a com um sorriso.

— Você não mudou nada, mas não se preocupe. Será uma festa simples, com apenas 100 convidados. Nada muito extravagante. Explicou Jully, tentando dissipar as preocupações de Riana.

Enquanto conversavam e saboreavam a refeição, Riana e Jully compartilhavam risadas e memórias, fortalecendo ainda mais sua amizade. Ao final do almoço, Jully segurou gentilmente a mão de Riana, anunciando que tinha um segredo para contar em um lugar especial.

Riana observou o orfanato diante deles, uma casa bonita pintada em tons de amarelo e detalhes azuis. Ela olhou para Jully com curiosidade e sorriu, perguntando o que estavam fazendo ali.

Jully, ainda sorrindo, respondeu:

— Para eu te contar meu segredo, precisamos estar aqui.

As duas desceram do carro e foram recebidas pela diretora do orfanato. Ela cumprimentou Jully com um beijo e elogiou sua beleza. Jully, por sua vez, abraçou a diretora carinhosamente antes de apresentar Riana como sua amiga.

A diretora acompanhou-as pelos corredores, onde algumas crianças estavam em aula. Jully levou Riana até uma sala e, segurando sua mão, começou a compartilhar suas lembranças.

— Quando cheguei aqui, era bem pequenininha, mas fui acolhida com muito amor. Explicou Jully, com um brilho nos olhos.

Riana olhou para a amiga com surpresa e compreensão.

— Eu sabia que os Morak não eram seus pais verdadeiros, só não sabia que você foi criada em um orfanato. Comentou Riana, refletindo sobre as informações recém-reveladas.

Jully explicou que não ficou por muito tempo no orfanato, pois logo teve a sorte de ser adotada e encontrar uma nova família. Enquanto conversavam, um caminhão com baú parou em frente à casa, trazendo algo prometido por Jully.

— O Fred chegou com tudo que prometi trazer. Anunciou Jully para a diretora, que sorriu amplamente. Ela chamou alguns dos funcionários do orfanato, e todos seguiram para fora para descarregar o caminhão.

Enquanto isso, Riana e Jully continuaram sua conversa, compartilhando memórias e fortalecendo ainda mais sua amizade.

Depois de explorar o primeiro andar, a diretora as conduziu até o segundo andar, onde ficavam os dormitórios. Ao se aproximarem dos quartos, perceberam a amplitude dos espaços, com diversas camas dispostas. No entanto, enquanto caminhavam pelo corredor, ouviram o choro de um bebê, despertando a curiosidade de Riana.

— Vocês têm um berçário aqui? Perguntou ela à diretora.

A diretora sorriu gentilmente antes de responder:

— Ainda não, mas há dois dias encontramos esse bebê na entrada da casa. Ele estava muito desidratado, então estamos cuidando dele temporariamente.

Ao chegarem à sala, viram uma mulher tentando alimentar o bebê com a mamadeira. Riana, emocionada, se aproximou e perguntou sobre a idade do bebê.

— Ainda não temos certeza, mas estimamos que tenha entre dois e três meses. Explicou a mulher. — Talvez menos.

Riana pediu para segurar o bebê, e assim que ele foi colocado em seus braços, ela sentiu uma conexão imediata. O bebê chorava e parecia inquieto, mas aos poucos se acalmou ao ser embalado por Riana.

Observando a cena, Jully sorriu e comentou:

— Parece que ele gostou de você.

Riana retribuiu o sorriso, acariciando delicadamente a cabeça do bebê.

— É, eu também gostei dele. Ele é tão pequenininho, até parece comigo quando criança. Disse ela, com carinho.

Aquela experiência trouxe à tona sentimentos de ternura e empatia em Riana, reforçando o vínculo especial que ela sentia com Jully e despertando um novo interesse em cuidar dos mais necessitados. 

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