Capítulo 2
Dois dias depois..
Julho de 2022
Copacabana
Diana narrando:
Todos esses anos, sempre foi meu pai e eu. Por muitas vezes quando criança me sentia solitária, e como solução, meu pai preferiu me colocar em treinos de luta, tiro e defesa pessoal.
Já tem mais de 10 anos que faço meus treinamentos, como capoeira. No início dos treinos, por ser nova, demorei a me acostumar com a rotina. Mas hoje agradeço meu pai pela iniciativa, me sinto preparada pra qualquer coisa.
Não o culpo, por nada, sempre fomos só nós dois, e ele acredita fielmente que eu preparando meu corpo e minha mente, posso saber me defender em momentos de perigo e não precisar esperar por ajuda. E como ele é dono de uma das maiores empresas que fabricam e criam novas substâncias, geralmente temos ameaças. Nunca me importei com isso, só tenho ele como minha família e se algo acontecer algum dia, estarei lá para ajudar.
Eu nunca fui uma adolescente confiante. Sempre fui a filhinha do papai, a estranha da escola. E com os anos aprendi que nossas fraquezas precisam estar escondidas, ainda mais na frente de alguém que possa utilizar isso e me fazer algum mal.
Hoje tenho 23 anos, ajudo meu pai no que posso na empresa. Apesar de estar numa idade avançada, cisma em fazer tudo pessoalmente, mesmo tendo funcionários bem pagos e preparados.
Após colocar uma roupa, vou tomar meu café. Desço as escadas e o vejo sentado na mesa de estar tomando seu chá.
- Bom dia filha, dormiu bem? - ele abre um lindo sorriso ao meu ver.
- Bom dia pai, dormi sim - dou um beijo na sua testa, e me sento na sua frente.
-Tenho uma missão especial pra você - diz, me entregando uma pasta - Preciso que você vá pessoalmente nesses clientes vips, pra saber os feedbacks da nossa nova ILlusion.
- Claro.
Termino meu café e vou fazer meu trabalho. Depois de ir em três clientes, preciso falar com o Erick. Ele é um cara muito bonito, mas já me envolvi com seu amigo, que também não é de jogar fora. Diana se concentre, para de pensar em sexo. Como o cliente anterior era perto, a viagem foi rápida. Todos estão gostando e elogiando a nova droga do mercado e ambos sugeriram mudar a embalagem para algo mais prático. Anoto mentalmente para falar com papai depois. No pé do morro, o vapor que me deu passagem no baile me reconhece, e me deixa subir. Como já sei onde fica a boca, estaciono em frente. Desço do carro e observo o local. As casas da localidade são bem simples, e a rua está cheia de crianças brincando. Na frente da boca, tem outro vapor.
- Bom dia. Preciso falar com Erick.
- Ele não está aceitando visitas - diz, sem olhar na minha cara.
- Não me incomodo, vim a trabalho - arqueei minha sobrancelha.
- Como disse, ele já está com uma acompanhante, volte outra hora - ele me olha de cima a baixo - Você nem vale tanto, mas se quiser posso ser seu cliente de hoje - ele me olha com desejo enquanto diz.
- Desculpe, eu tô sem saco pra babaca hoje - Tiro minha arma da cintura, miro em sua cabeça e a destravo. Clic - Abre minha passagem agora, estou com pouco tempo.
Ele arregala os olhos antes de me deixar passar. Ouço um barulho de moto, vejo que é Enzo. Ele está lindo. Vestindo apenas uma bermuda de cor escura. Os cabelos ruivos se destacam com o sol, e tatuagens cobrem todo seu tronco e seus braços.
-O que faz aqui?
- Oi também. Eu trabalho aqui, lembra? - da de ombros.
- Verdade. Eu tô com um pouco de pressa, vim resolver um negócio da mercadoria nova com seu chefe, mas teve um bonitinho que não me deixou passar - dou uma olhada rápida para o vapor.
- Claro que posso te ajudar - ele dá um sorriso de molhar muitas calcinhas.
- Não pedi sua ajuda, já resolvi - bufo.
Olhando para fora, é uma casa normal, mas dentro acontece a mágica. Um ambiente um pouco iluminado, mas dá pra ver perfeitamente os armamentos em um canto e no meio da mesa, várias notas de dinheiro.
- Olá? - olho em volta procurando Erick.
Ouço um barulho estranho. Ele está de costas comendo uma mulher sentada no balcão.
- Ai porra! - ele me olha e sai rápido dela, vestindo sua calça. Não deixo de notar que ele tem uma bela bunda -O que faz aqui? - ele pega umas notas de dinheiro e joga na mulher. Ela pega o dinheiro, se veste e sai, me lançando um olhar fulminante - atrapalhou minha foda, é difícil de conseguir um horário com ela.
- Eu vim em nome do meu pai, ele gostaria de saber de como foi as vendas - sento numa cadeira vazia, Enzo fica do meu lado.
- Ah isso? Veio só por isso? - ele bufa, se jogando numa cadeira e acendendo um cigarro - as vendas foram muito boas para os primeiros dias, todos gostaram.
- Fico feliz em ouvir isso, senhor - pego meu bloco e anoto - alguma sugestão de melhoria?
- Sim, a embalagem, muitos reclamaram.
- Estou anotando tudo. Iremos melhorar isso, obrigada - me levanto pra sair, e estendo a mão para ele. Seu olhar é muito intenso.
- Na próxima, avisa com antecedência sua visita - ele joga a guimba de cigarro no canto, e dá um sorriso lindo - e vem com uma roupa mais.... confortável, digamos. Tem muitos homens aqui que fariam de tudo pra tirar uma casquinha. - dá uma piscadela.
Enzo fecha a cara na hora, com seus punhos cerrados, e seu maxilar travado.
- Eu sei me cuidar se isso o preocupa - olhando minhas roupas, estou vestida como sempre para o trabalho. Salto preto, cabelos soltos dessa vez, e um vestido social preto - Preciso ir. Tenha um bom dia.
- Até - ela acena e pega uma grana, contando o dinheiro.
Por que todos os homens olham as mulheres como se fossem um pedaço de carne?
- Machista! - sinto meu maxilar travar.
- Relaxa, ele é um babaca mesmo - dá de ombros - Quer almoçar comigo? Aqui perto tem um restaurante muito bom - Enzo dá um lindo sorriso - Sem compromisso, tá? Se isso a preocupa - ele coloca a mão no meu ombro.
- Ah, aceito sim - digo, aliviada. Não quero entrar em um novo relacionamento - Já deve ter passado de meio dia, e tô morta de fome - sorrio.
Pego meu carro, e ele vai com sua moto, me seguindo devagar. Perto do asfalto, tem uma pensão chamada de comida da dona flor. Ela aponta indicando que é onde eu devo parar. Desço do carro e vou até seu encontro.
- A comida daqui é ótima, vem. - Pega minha mão.
Sentamos em um canto do restaurante, que é um local simples, mas bem espaçoso. As mesas estão espalhadas, e a decoração contém muita flor nas paredes e nos panos das mesas. Uma moça se aproxima para nos atender.
- Olá, bom dia! O que deseja? ela olhou pro Enzo, praticamente colocando seus peitos na cara dele - O mesmo de sempre, docinho?
- Sim, e alguma coisa pra minha namorada - Aponta pra mim, dou um sorriso de surpresa - Ela é muito tímida, o que você gostaria de comer amor?
- Escolhe pra mim, amor - ele pega minha mão e dá um beijo - confio em você.
- Claro meu anjo, pode ser igual o meu - se levanta e dá um selinho nos meus lábios.
- Claro - Ela anota e sai batendo os pés.
Caímos na gargalhada.
- Você é uma ótima atriz, a Globo está te perdendo - ele sussurra perto do meu ouvido - Pensei que você não ia cair no joguinho.
- Eu percebi qual era a dela, mas porque fez isso? Perdeu uma ótima candidata - dou outra risada.
- Candidata? - Ele gargalha muito - Ela comeu quase todo o morro, menos eu e Erick - dá de ombros.
- Não entendo, mas tudo bem - Olho meu celular. Tem duas mensagens do meu pai, mas eu deixo pra responder depois.
- Não tem o que entender, ela só quer ser fiel para ganhar fama e dinheiro - faz um aceno - me trás coca cola e dois copos também, por favor.
As pessoas ao redor conversam. A comida, lasanha de camarão, está ótima, e a companhia também. Comemos e saímos. Eu me encosto no carro e ele para na minha frente.
- Obrigada pelo almoço. Não precisava pagar, eu tinha trago meu cartão.
- Relaxa princesa, não se preocupe com isso - ele se aproxima de mim, apoiando uma mão em cada lado - Sabe, só queria um beijo seu pra ir embora feliz.
O observo. Ele está suado, e com os cabelos bagunçados. Com a luz do sol, noto que seus olhos têm cor de mel. Muito lindo.
- Não dá, quem sabe na próxima - tento sair.
- Me beija que eu te solto - ele agarra firme em minha cintura, me olhando com intensidade - Eu percebi que você não quer ter um compromisso, mas você não sai da minha cabeça morena. Sua boquinha fez uma magia macabra no meu pau - dá uma risada gostosa de ouvir.
- Ah! - ele está mordendo os lábios, o deixando mais sexy.
Eu o agarro, e meus lábios vão de encontro aos dele numa fome. Não sabia que eu precisava tanto do seu toque em meu corpo. Suas mãos passeiam pela minha bunda, minhas pernas.
- Você é perfeita! - Ele me dá um selinho - Eu só queria te conhecer melhor, se você quiser - outro selinho.
- Eu terminei um relacionamento recentemente - abaixo minha cabeça, criando um clima estranho.
- Ah, então você pretende voltar com ele? - Ele trava o maxilar, me olhando de cima a baixo, e cruza os braços.
- Ele foi um tremendo babaca, ele só estava interessado na minha herança - solto o ar que eu estava segurando - Mas não pretendo voltar com ele - suspiro - Só tenho medo de me magoar de novo.
- Ah, pequena - Ele dá um sorriso de lado e acaricia meus lábios - Longe de mim. Eu não irei te machucar, você se tornou muito importante pra mim em tão pouco tempo. Se quiser podemos nos conhecer primeiro, vamos com calma - ele acaricia meus braços, a tensão que tinha se desvanecia.
- Obrigada - dou um selinho nele - Eu tenho que ir, depois te ligo.
- Tá bom - seus lábios tomam o meu novamente numa pressa, e finaliza com um selinho - se cuida.
Me despeço dele e vou direto pra casa. No caminho, meus pensamentos estão muito confusos, não sei se estou fazendo a coisa certa. Mas no fundo eu sei que preciso tentar ser feliz novamente, sem medo de errar.
15 dias depois...
Os últimos dias foram intensos. Eu e Enzo nos aproximamos muito, sempre que ele termina lá na boca dá um jeito de me ver. Meu pai está todo concentrado na empresa, e eu continuo com minha rotina normal: na parte da manhã faço meu treinamento diário, à tarde vou resolver problemas com os clientes e a noite na empresa.
Toda vez que eu penso que a vida poderia melhorar, acontece algo melhor ainda. Por muito tempo, eu acreditava que eu estava destinada a apenas trabalhar, sem objetivo e sem rumo. Mas nesses últimos dias, sou exemplo de que Deus me deu uma nova chance de continuar e ser feliz.
Só queria que minha mãe estivesse aqui comigo, mas nem tudo na vida é perfeito. Meu pai sempre me contava a história de como eles se conheceram, ele sempre teve boas condições, não tanto como hoje, mas devido seu trabalho constante as coisas melhoraram.
Minha mãe não teve a mesma sorte, ela sempre sonhou em conquistar o mundo e melhorar a vida das pessoas.
O trágico acidente de carro mudou nossas vidas. Eu era apenas um bebê e ela estava voltando do trabalho pra casa. A empresa estava começando no ramo, e ela preferiu trabalhar como enfermeira e ajudar as pessoas, coisa que ela sempre gostou. Irônico, não?
Desde então, meu pai só vive indo de casa pro trabalho e do trabalho pra casa. Até que hoje posso ajudar na empresa, fiz faculdade de marketing e publicidade, o que me ajuda a ter contato com os clientes. Tudo é persuasão. O vendedor só não é capaz de vender seu próprio produto por não conhecer o próprio cliente.
Estou saindo da academia depois do meu treinador ter pegado pesado comigo. Mudo de roupa rápido e coloco um biquíni, que sempre deixo no carro. Vejo a mensagem de Enzo:
Morena, cadê você? Já cheguei.
Chegando na praia agora, tá aonde?
Em frente a uma barraca de pipoca.
Estaciono o carro, verifico a saída de praia e vou encontro a ele. Esse homem é um Deus, de tão perfeito! De longe o encontro apenas de sunga preta, seus cabelos molhados. Várias meninas estão na sua frente, se insinuando e rindo alto.
- Perderam alguma coisa porra? - parto pra cima delas, só pra dar um sustinho. Elas saem gritando correndo.
- Você é a melhor! - Enzo gargalha, me tomando em seus braços - isso aqui é tudo seu.
- Bom saber, muito bom saber - dou outro beijo nele.
- Os muleques vieram também - ele aponta para Erick e mais dois homens que não conheço, tomando cerveja em uma mesa com guarda sol.
- Se a patroa chegou - Um deles levanta e me oferece a cadeira. Enzo senta e me coloca em seu colo.
- Patroa nada - rio de seu comentário.
- Me diz, aproveitando a folga? - diz outro.
- Que nada, eu trabalho de segunda a segunda - pego o copo de Enzo da sua mão e dou um gole - Moh, quero também.
- Tá, fica aí que vou lá pegar. E vocês tiram o olho em - aponta pros garotos. Eles jogam a mão em rendição.
- Que isso dona, pleno sábado tem que aproveitar a vida também. Trabalhar e pagar boleto não é vida não - diz o negro magrelo, seus cabelos são raspados no lados, deixando os cachos volumosos no meio.
- Nem esquento, sempre trabalhei, agora mesmo tô vindo do treino - não lembro da última vez que eu saí e me diverti, dou de ombros.
- Você treina? Na academia? - o outro pergunta. Ele tem uma pele morena e olhos puxados. Parece ser índio.
- Sim, eu faço artes marciais todo sábado - vejo Enzo chegando com mais bebidas.
Erick larga o celular na mesa, bufa, e vai pra praia.
- Esse aí não tá num bom dia - diz o moreno.
- Qual é o nome de vocês? - Aponto pros dois.
- Meu é pipoca - responde o moreno - esse é o ventania - ele aponta para o magrelo.
- Prazer, sou Diana - estendo minha mão.
- Olha morena, não sabia o que trazer. Trouxe essa, e mandei trazer uns petiscos também - Enzo diz sentando na cadeira do Erick .
- Tudo bem anjo. Obrigada! - dou um selinho nele.
A manhã é boa. Mesmo eu estando um pouco dolorida do treino, consigo aproveitar a conversa. Eles são bem leves e divertidos, nem parece que trabalham com tráfico.
- Amor vou tomar um banho, tá? Segura meu celular? - Entrego a ele e tiro minha canga.
Vou caminhando até a água. Algumas pessoas me observam, mas não ligo. A água está boa, e dou vários mergulhos, nadando até o fundo.
- Que saudade que eu tava disso - dou outro mergulho e saio da água.
- Ah, que gostosa! - diz um careca, vindo na minha direção.
- Gostosa nada, nem dá pro gasto - responde um loiro.
Respiro fundo, tentando não ficar estressada.
- Ei novinha, não me ignora - ele segura meu braço - vamos ali comigo.
- Me solta, porra! - puxo meu braço.
- Para de graça. Sei que você quer também, pra andar vestida desse jeito - ele dá um sorriso, me olhando de cima a baixo.
Acerto um soco no seu nariz, e chuto sua região íntima. Ele cai de joelhos, gritando de dor. Ouço a gritaria em volta.
- Tá maluca porra? - diz o loiro.
- Quer apanhar também, é? - Encaro ele.
- Uma mulherzinha dessa não sabe bater - ele revira os olhos.
- Depois não diga que eu não avisei - dou de ombros.
Num giro, dou um chute na cara dele, e outro giro acerta seu peito, o fazendo andar para trás.
- Vadia! - ele parte pra cima de mim com um soco acertando meu ombro.
- Fracote! Não gosta de bater em mulher? - Dou um sorriso, faço sinal para ele vir.
Outro soco. Me esquivo. Acerto minha postura, agacho e dou vários socos seguidos
no abdômen dele, e outro no queixo.
- Você me paga, garota - grita.
- Só tem tamanho, seu babaca - acerto outro chute. Giro meu corpo em um mortal e dou outro chute certeiro no seu rosto. Ele cai.
Quando eu tento ir pra cima dele, alguém me segura.
- Amor, calma, vem - ele me puxa, e vejo ventania dando vários socos no careca, ainda caído no chão. Pipoca parte pra cima do loiro -chega, vamos!
- Vocês vão me pagar, sua vadia - me solto do Enzo e dou outro soco no olho dele.
- Não tenho medo de você, acho que nem sabe quem eu sou - dou uma risada, e deixo o Enzo me levar até a mesa.
Erick está com um sorriso, tomando sua cerveja.
- Já acabou o show? Tava me divertindo.
- Quando você disse que sabia lutar, pensei que você estava marolando - diz pipoca.
- Eu treino desde meus 10 anos - falo baixo - faltava pouco pra eu matar aqueles infelizes - volto a olhar onde eles estavam.
- Calma amor, porque esse estresse todo? - Enzo passa suas mãos nos meus braços e me entrega uma água.
- Enzo, eu lido com esse tipo de gente minha vida toda, sei me cuidar - dou de ombros.
- Eu sei disso, mas agora você não está sozinha, quando for assim me chama - ele sorri e passa suas mãos em meus cabelos - não perco uma diversão por nada.
Erick olha pra cara dele e começa a rir descontroladamente.
- A mina estava sozinha lá um tempão e você olhando aqui, agora diz que quer participar? Porque não ajudou no início? Você é muito hipócrita cara.
- Porque você não cala a porra da boca? Só abre a boca pra falar merda - grita Enzo.
- Calma, gente - levanto, ficando de frente a Enzo - amor tenho que ir tá? - Pego minhas coisas e dou um selinho.
- Deixa que eu te levo - ele levanta.
- Não precisa, tchau meninos - dou outro beijo nele.
Eles acenam e eu vou embora. Eu preciso tomar algo forte, não posso ficar perdendo o controle toda vez que alguém fala alguma gracinha pra mim.Ao anoitecer, vou pro quarto do meu pai e encontro ele segurando a foto da mamãe.
- Oi filha, o que aconteceu? Tá com sua pupila dilatada, usou algo? - Ele me olha preocupado, com suas mãos em volta do meu rosto - por favor, minha menina, eu não posso te perder também.
Dou um beijo nele e o abraço, minha cabeça tá girando muito, estou meio confusa, mas me sinto leve como a muito tempo não sentia.