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4

Pedro

No último andar o elevador já está completamente vazio, exceto por mim e quando as portas se abrem, o meu dia cai em ruína.

— A diaba — resmungo baixo, olhando de longe para a senhorita Ferber e hoje pelo jeito ela veio para arrasar comigo.

E por quê, eu lhes digo! Porque não consigo evitar de apreciar a maldita saia lápis de tom rosado, que desenha com perfeição o seu quadril largo e em seguida subo pelo tecido delicado e provavelmente macio da sua camiseta sem mangas. O detalhe é que a droga do pano deixa transparecer sutilmente o sutiã meia taça branco, que abraça com perfeição os objetos do meu desejo. Seus belos seios. Ok, sou um pervertido realista e assumido! Eu amo as mulheres e particularmente amo as partes as que elas têm. Faz sentido? No entanto, respiro fundo e me forço a sair de dentro do elevador, atraindo a sua atenção para mim. Sorrio por dentro quando ela disfarça e volta a conversar com Matheus meu irmão, e finjo indiferença quando ela me lança um olhar rápido, porém indecifrável.

É uma diaba mesmo! A perturbação dos meus sonhos e não sei o porquê, mas ela enfesta os meus pensamentos. E sim, isso me deixa possesso. Não! Um claro e sonoro não que ela me deu sem ao menos ter tentado qualquer coisa com ela. Um simples não me revirou do avesso. Desvio o meu olhar e me forço a seguir pelo corredor da direita direto para a minha sala.

— Bom dia, Pedro! — Hélia, minha assistente e secretaria diz assim que entro no corredor. Não respondo ao seu cumprimento porque por algum motivo que eu desconheço estou puto da vida. Então simplesmente abro a porta do meu escritório e adentro a sala ampla e muito bem iluminada, largando a pasta executiva sobre a minha mesa. Vou até o bar de canto e me sirvo dois dedos de uísque.

Eu sei, é muito cedo, mas eu realmente preciso desse gole ou vou explodir por dentro.

Mas que merda está acontecendo comigo? Me pergunto enquanto entorno o líquido de uma vez, puxando a respiração logo em seguida. Largo o copo em cima da bancada espelhada e contorno a minha mesa, sentando-me na cadeira. Logo sinto o leve queimor do álcool relaxar as minhas entranhas.

— Trouxe o seu café do jeitinho que você gosta. — Minha secretária diz invadindo o meu espaço. Contudo, ela larga a pequena bandeja em cima da minha mesa e avalia o meu rosto por alguns míseros segundos. — Você parece tenso essa manhã, quer uma massagem?

Agora sim ela tem a minha atenção!

Uma massagem feita pelas mãos dessa feiticeira me fará relaxar com certeza. Penso quando me lembra da última massagem que há alguns dias, onde ela deitou-se em cima da minha mesa e nós... Bom, acho que dá pra fazer ideia do que aprontamos bem aqui em cima desse móvel.

— Um café está ótimo, Hélia! — Me pego dizendo curto e grosso.

Mas, que porra...! Repreendo-me mentalmente assim que percebo o seu sorriso desvanecer bem diante dos meus olhos. Mas que merda está acontecendo com você, Pedro Rios? Definitivamente esse não é você!

— Está bem! — A garota diz se recompondo e sai da minha sala, me deixando com o meu bem-vindo silêncio.

***

Minutos depois...

— Você pode verificar o designer do painel? Acho que não gostei muito dos detalhes azuis — falo para o diretor do setor gráfico, observando atentamente os desenhos na tela do meu computador.

— Você pode observar as outras pastas, Pedro. Fiz alguns esboços para as possíveis mudança desse painel. — Ele pede e eu clico na próxima pasta do arquivo, observando com nítido interesse as três opções. Sorrio.

— O tom de chumbo parece bem atrativo, Rick.

— Sabia que ia gostar!

— Sabe alguma coisa sobre o novo modelo de motores? — A porta da minha sala se abre e a minha secretária passa por ela. Observo rapidamente a pequena bandeja na sua mão, porém, faço um gesto de mão para ela esperar.

— Entreguei os desenhos para a metalúrgica. Eles estão avaliando.

— Ótimo! Me informe sobre as decisões.

— Pode deixar, Pedro!

— Até lá então! — Encerro a chamada de vídeo e volto a fitar a minha secretária. Contudo, sorrio reparando nas suas lindas curvas. Ela percebe e morde o lábio inferior, dando alguns passos na minha direção e para bem do meu lado. Meu coração dispara em vida e eu percebo que finalmente estou de volta a ativa!

— Trouxe o seu café, chefe! — A danada sibila um som rouco que faz uma determinada parte de mim pulsar violentamente. Com um andar sexy ela vai até a xícara, segura o objeto dando uma leve empinada na bunda e eu solto o ar audível pela boca.

— Exatamente como eu gosto! — rosno, mas não para o café exatamente. Ela sorri e eu fervo por antecipação. Contudo, ao se aproximar Hélia tropeça nos próprios pés e o líquido quente se derrama bem no meio das minhas pernas. CARALHO, HÉLIA! — berro e toda a minha fantasia vai por algo abaixo.

— Deus do céu, Pedrinho, me desculpa! — Ela pede apavorada e corre para o banheiro do meu escritório, voltando segundos depois com alguns papéis-toalha em suas mãos. Logo a minha secretária se ajoelha entre as minhas pernas e começa a secar o café. Mas por algum motivo isso me causa algum tipo de... repulsa?!

— Já chega, Hélia, já deu! — rosno irritado.

— Calma, Pedrinho, deixe-me cuidar de você! — Ela insiste ainda passando o papel na minha calça. No mesmo instante ergo os meus olhos, no exato momento que a porta da minha sala se abre, e...

— Merda! — xingo me levantando abruptamente quando vejo a secretária do meu irmão sair rapidamente. Minha ação faz a minha secretária bater forte com a cabeça na minha mesa.

— Aí, droga, Pedro! — Ela solta um grito sufocado. Entretanto, saio apressado da minha sala para ir atrás da morena que com certeza deve estar pensando horrores da cena que acabou de ver.

Puta merda, Pedro qual o problema de ela pensar mal do que viu? O que há de errado em pensar que você come a porra da sua secretária? Meu subconsciente indaga cruzando os seus braços e faz uma cara de protesto para mim. Rolo os olhos internamente. O pior é que ele está certo. Esse sou eu, então por que me incomodar o que ela pensa ou deixa de pensar sobre mim?

Merda! Merda! Merda!

Eu não sei essa resposta. Mas por algum motivo não quero que ela pense que aconteceu algo ali, porque simplesmente porque não aconteceu.

— Mila, espera! — peço quando a alcanço no meio doo corredor. No entanto, ela não para.

É muito foda mesmo! Que garota arisca do caralho!

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