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Capítulo 4

Helena

Na manhã seguinte, Sophie quis sair ainda de madrugada do sitio parecia que queria fugir dali a todo custo, de lá fomos com meu carro para o hotel que descobri ser do Sheik e do senhor Muller, deixei meu carro no hotel, ela pegou sua bagagem e fomos para o aeroporto da cidade onde eu morava. No aeroporto entramos numa área particular que já havia sido preparada para nos receber. Nos encaminhamos até o jatinho e simplesmente fiquei maravilhada com o luxo, o piloto, co – piloto e a aeromoça nos esperava do lado de fora.

- Bom dia, senhorita Sophie – o piloto nos cumprimenta.

- Bom dia pessoal, essa é minha amiga Helena – já subindo as escadas ela pergunta – E o nosso vôo será tranqüilo?

- O vôo será sem complicações, o tempo está estável. Ótimo vôo a todos -– disse o piloto enquanto nos subíamos no avião.

- Se Deus quiser - sussurrei.

Entramos no avião, e não tenho nem palavras para descrever, poltronas de couro bege, mesinhas de madeira marrom, carpete fofo num tom caramelo, televisões posicionadas estrategicamente para que os ocupantes do jato possam assistir. A aeromoça veio nos ajudar a nos sentar e colocar os cintos e perguntar se iríamos querer tomar café da manhã ou alguma outra coisa. Sophie preferiu tomar café expresso e eu um suco de laranja. Eu fiquei muito apreensiva, pois era a primeira vez que estava em um avião, e o frio na barriga não me deixou comer. O vôo foi tranqüilo, tirando minha ansiedade. Sophie pegou seu notebook, me pediu licença e disse que precisava responder alguns emails da empresa, eu fiquei observando a janela, às vezes olhava para aquele luxo todo sem acreditar que eu estava ali. O vôo foi rápido e em menos de uma hora estávamos aterrissando em São Paulo.

Ao descer do avião, um motorista já nos aguardava, com um Range Rover preto, provavelmente blindado. O motorista usava óculos escuros, terno preto, era alto, cabelos bem curtos, pele clara, barba aparentemente aparada naquele dia, e muitos músculos, parecia aqueles policiais de filme, poderia até jurar que ele era um deles. Realmente uma perfeição.

- Bem vinda, senhorita Sophie.

- Tudo bem Alex - Sophia disse entrando no carro - Alex, essa é a Helena, minha amiga e vai ficar uns dias conosco, caso ela precise de ajuda, ou que a leve a algum lugar e você puder ajudar ela não conhece a cidade, cuide dela para mim, por favor.

- Entendido, estarei a sua disposição senhorita Helena – disse me olhando pelo retrovisor do carro – Caso precise é só me chamar.

Chegamos ao Hotel do pai de Sophia e do Sheik, o luxo gritava por todas as partes, o prédio era todo espelhado e em formatado de barco, as portas de vidros que se abriam quando você se posicionava na frente delas, uma recepção em tons dourado, bege e preto, sofás brancos, poltronas pretas, um tapete preto felpudo, com uma mesinha branca com alguns bibelôs dourados em cima, tudo era muito elegante, eu como decoradora amei e babei em tudo, algumas decorações pareciam com ouro. Foi então que perguntei para sophie:

- Sophie, como esses detalhes são realistas, são como ouro.

- Mais é ouro Helena – ela afirmou - O Sheik gosta muito de ouro, no palácio existem varias decorações que são feitas com ouro puro.

- O mundo dos bilionários é totalmente diferente do meu – constatei – Eu sempre via essas decorações quando estava na faculdade e até estudamos essa técnica, mais nunca tinha visto assim pessoalmente.

- É realmente muito bonito, uma extravagância dos bilionários para mostrar suas fortunas.

Sophie me disse que o Pai dela e o tal Sheik eram velhos amigos e tinham alguns negócios juntos, e que raramente o Sheik aparecia aqui no Brasil, era muito ocupado, pois tinha um palácio, e que governa o pequeno país de Shariff, ela me disse que era um palácio maravilhoso, que era cercado pelo deserto, e de difícil acesso. Mais era impecável e não faltava nada dentro do palácio, e tinha um sistema de segurança invejável, pois o Sheik é muito controlador e cuidadoso com sua família. A rede de hotéis estava presente em vários países e eram sempre muito procurados por proporcionarem o alto luxo, que muitos atores, cantores, celebridades e a alta sociedade sempre procuram pela elegância e discrição que encontravam na rede de hotéis do Sheik e do pai de Sophie.

Nós ficamos na suíte presidencial, quem diria que eu, iria me hospedar em um hotel onde uma diária não sairia por menos de quinze mil reais, meu quarto e o de Sophie eram interligados. A cama do meu quarto era muito grande e caberiam umas cinco de mim nela, havia uma sala e até mesmo uma cozinha em nossa suíte, o banheiro foi o que mais me encantou, o tamanho era praticamente o mesmo do meu quarto no apartamento onde eu moro, a banheira enorme com hidromassagem, eu com toda certeza irei usar.

- Helena se quiser descansar, porque eu vou ter que trabalhar um pouco, infelizmente vou ter que resolver um problema da filial de Nova Iorque e vou ter uma videoconferência que vai durar algumas horas, e não vou deixar você de molho comigo, o Alex está a sua disposição e só pedir pra interfonar pra ele, o carro e o cartão da empresa vou deixar aqui com você – deixou o cartão em cima de um móvel – se for pedir algo diga que está na presidencial.

- Sophie, eu vim mais para acompanhar você e não fazer compras, a não ser que eu vá no Brás ou na Rua Vinte Cinco de Março com o dinheiro que eu tenho.

- Imagine tem uma rua aqui perto com várias lojas, pode usar esse cartão ele é ilimitado, Alex pode te ajudar, use o cartão sem moderação – abrindo a porta para o quarto dela – Peça seu almoço ou vá ate o restaurante do hotel tem uma vista maravilhosa e comidas maravilhosas, pense que você esta num hotel All Incluse.

Sophie foi para seu quarto e eu fiquei no meu, sabe pobre quando vê uma cama, já logo pula pra ver se era macia. Macia era pouco, acabei dormindo estava cansada.

Acordo com batidas na porta, um pouco assustada, tentando me localizar, levantei e fui até a porta.

- Senhorita Helena, desculpe o incômodo, mais a senhorita Sophie pediu pra lhe entregar. - aí esse Alex é uma perdição – E perguntou se a senhorita almoçou?

- Eu acabei dormindo – peguei a sacola da mão dele - Obrigada Alex, e pode chamar só de Helena, e não almocei ainda.

- O Sheik não gosta de muitas intimidades, senhorita Helena – ele era muito bem treinado – Posso mostrar o restaurante para senhorita caso desejar.

- Eu acho que vou aceitar, pois estou com fome – Olhei para minha roupa – Vou trocar de roupa e colocar um tênis, você pode aguardar um minuto?

- Sim, estarei aguardando a senhorita.

Entrei no quarto, deixei a sacola na cama e arrumei meu cabelo fiquei em duvida se o deixava solto ou se fazia um rabo de cavalo, coloquei um short Jeans e uma camiseta, o tênis foi o complemento do meu look, e assim fui com Alex até o restaurante do hotel.

- Você trabalha a muito tempo com eles?

- Sim, trabalho para o Sheik e para o senhor Muller a algum tempo.

No restaurante, Alex me acompanhou até a entrada e ficou esperando em um canto, disse que é procedimento de segurança, mesmo eu sendo a pé rapada convidada de Sophie, eu sorri sozinha. Minhas roupas não condiziam com o lugar muito elegante, era como se eu gritasse que não fazia parte dali, os funcionários do hotel e do restaurante foram muito atenciosos. Em uma mesa próxima da minha alguns árabes almoçavam, e eu com um shorts acabei sendo observada por alguns deles, deveria ser a comitiva do Sheik, me sentei de costas pra eles e acabei pedindo um hambúrguer para sair logo dali. O restante do dia fiz um passeio por São Paulo com Alex em meu encalço, segundo ele estava fazendo minha segurança, e em uma de nossas poucas conversas acabei descobrindo que ele além de motorista também era chefe de segurança do Sheik e do senhor Muller, e que eles tinham uma empresa de segurança.

No outro dia de manhã, eu fui ver as sacolas que Sophie havia enviado, no dia anterior, eram dois vestidos de alta costura, e sapatos do meu número ela realmente pensava em tudo. Não vi Sophie, nem no jantar, Alex disse que ela ainda estava ocupada com o trabalho então preferi jantar no quarto. Depois de fazer minha higiene fiquei na sacada observando a loucura que era São Paulo, e ouço uma batida na porta.

- Bom dia, senhorita Helena, eu sou Matthew, e venho lhe informar que esteja pronta exatamente às dezenove e trinta para que o Alex leve você e a senhorita Sophia para o baile - ele disse entrando no quarto - já lhe entregaram os vestidos e o sapato escolha um deles, eu iria com o azul se fosse você realça seus olhos. Daqui a pouco as meninas do salão que vão lhe arrumar estarão aqui, até mais tarde.

E Matthew saiu, sem me dar chance de fazer alguma pergunta. Bem já que estou aqui vou ao baile, vou me sentir a cinderela. Exatamente às 16 horas, as meninas do salão chegaram, fizeram meu cabelo e maquiagem e me ajudaram a vestir o vestido, me surpreendi ao me ver no espelho, se aquela realmente era eu. Coloquei o vestido azul marinho com pequenos pontos de brilho, com alças, o decote em v e a saia levemente rodada com uma fenda que mostrava minha perna esquerda quando eu me movimentada, e as costas totalmente nuas, eu nunca usaria um vestido como esse mas resolvi arriscar, como Matthew tinha me sugerido. No meu cabelo foi feito um coque baixo e alguns fios soltos. Não usava nada abaixo do vestido, pois as meninas disseram que iam marcar, eu estava linda, e muito elegante porém desconfortável, nunca tinha ficado sem usar nada de peças intimas. Às horas passaram sem que eu me desse conta, me senti uma princesa de contos de fada.

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