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Capítulo 1 - O Começo

Parte 3...

— Eu preciso falar com ela antes - pediu — Por favor!

Paolo puxou o irmão de lado e em conversa, concordaram. Não gostavam disso, mas se não tinha outro jeito, seria melhor adiantar logo para que a dívida fosse recuperada.

— Ok. Nos leve até ela.

— Todos nós? - William franziu a testa.

— Claro. Se ela é mesmo inocente, não vai querer ser presa junto com você. Vai nos devolver o dinheiro.

— Eu não vou - Diana gritou cruzando os braços.

— Ok. John, fique aqui e não a deixe se afastar da casa - Raphaele ordenou a ele.

— Não podem fazer isso - ela disse revoltada.

— Já estamos fazendo - Paolo respondeu.

— Fique com o carro John, iremos no de William - Raphaele não queria deixar que o homem sumisse.

— Não vou fugir - ele disse pegando a chave.

— Ah, não vai mesmo - Raphaele sorriu diabólico. Ligou para o advogado da empresa e falou com ele alguns minutos —Ok, bom saber - desligou e chamou o irmão para explicar.

— Oh, ótimas notícias - olhou para William — Para nós, é claro!

— O que quer dizer?

— Que você vai preso, seus bens confiscados e ainda assim vai ficar devendo - gargalhou.

Os irmãos riram. A vingança era doce.

Ver a cara de medo dele fazia a viagem longa parecer um passeio agradável. E a discussão entre os dois ficava mais forte e acalorada. Diana partiu para a violência física. Gritava nomes que não deveriam sair da boca de uma mulher.

— Já chega dessa palhaçada - Raphaele queria ir atrás da outra parte do dinheiro — Vamos até essa garota logo. Não quero perder mais tempo. Tenho que voltar para a cidade.

— Eu tenho que explicar a ela que...

— Não me interessa o que vai fazer ou dizer. Vamos!

John se acomodou no sofá de entrada a despeito da cara feia de Diana e os dois seguiram com William em seu carro. Apesar dos pedidos, eles não voltaram atrás.

— Preciso falar com ela a sós. Vocês não entendem, é complicado.

— Não - Paolo respondeu, a cara fechada — Não vai nos enganar para que ela desapareça com o dinheiro.

— Ela não faria isso.

— Se é sua filha... - fez um som de desdém.

— Melissa é diferente.

— Mesmo? Vamos descobrir isso, então.

Para a surpresa deles, William os levou na mesma casa onde pediram informação anteriormente.

— É aqui?

— É - ele desligou o carro — Ei! - reclamou quando Paolo puxou a chave ao sair.

— Vamos em frente.

Raphaele desceu. Não havia ninguém na frente da casa agora. Novamente sentiu algo diferente percorrer seu corpo. William abriu o portão pequeno de madeira. Os três caminhavam pelo traçado de pedra quando um cachorro surgiu do nada e rosnou para eles.

— Melissa - gritou — Seu cão está aqui fora!

Nenhum deles se mexeu. O cachorro começou a dar voltas pelas pernas de Raphaele.

— Sai - William bateu o pé, mas o cão rosnou ainda mais e mostrou os dentes — Melissa!

— Calma! - ela saiu pela lateral da casa.

Raphaele sentiu o corpo arrepiar. Lá estava ela de novo. Agora sem chapéu, seu cabelo caía solto, longo e liso.

— Vem, Boris... Aqui - chamou o cão que a atendeu de imediato e correu — Isso, menino - sorriu enquanto acariciava a cabeça dele. Olhou para o grupo e franziu a testa — O que foi? Por que estão aqui?

— Preciso falar com você.

Ela revirou os olhos.

— O que eu fiz agora? Qual a reclamação da sua mulher?

Ela já estava acostumada a ser culpada de tudo. Desde que se entendia como gente que Diana insistia em reclamar de tudo o que tinha relação a ela, mas na verdade ela tinha raiva por ser filha de outra mulher, lembrando-a sempre que seu marido amou outra.

— Você é filha dele?- Raphaele perguntou. Ela nem parecia com ele fisicamente.

— É... Fazer o que? Coisas da vida, não é? - cruzou os braços, irônica — Quem são vocês?

— Filha, vamos entrar - William segurou seu braço — Pode prender este animal?

— Posso, mas não vou - pegou o cão nos braços — E por que eu deixaria que entrassem?

Paolo deu um passo à frente.

— Que lhe parece evitar que eu chame a polícia?

Ela deu de ombros, indiferente.

— Chame, eu não vou presa porque não quero receber meu pai, ao lado de dois estranhos, em minha casa.

— Por isso não - Raphaele disse — Mas por ser cúmplice de roubo, sim. Pode ser presa por isso.

— O que? - ela não entendeu nada.

— Melissa, por favor, vamos entrar. É um assunto muito sério - andou na frente, seguido por Paolo.

— Vamos... Por favor!

Raphaele tocou de leve o braço dela. Seus dedos formigaram.

Ela o olhou franzindo a testa e apertou os lábios. Mais uma situação estranha por culpa de seu pai. Até quando? Já não bastava tudo o que havia acontecido desde que era pequena?

Autora Ninha Cardoso.

Livro completo.

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